Depois de 15 horas de trabalho seguidas na quarta-feira, para fechar o Jornal PANROTAS 914 (que ainda hoje entra no ar no Portal PANROTAS), hibernei na quinta-feira. Dormi até tarde e comida, só no delivery.
À noite, não resisti a um convite de um amigo e fui ao shopping Pátio Paulista para um filminho, que acabou que nem vi, pois a sessão estava esgotada e Príncipe da Pérsia ninguém merece.
Pois foi aí que realizei (do inglês to realize hehe) que a Semana Gay em São Paulo estava a todo vapor. E os gays estavam todos naquele shopping (ou os que não couberam no Frei Caneca). Muitos casais passeando, muitos sozinhos caçando (na gíria interna dos gays – buscando um cara para algo mais) e muitos turistas que vieram só para isso.
Nos sites de “relacionamento” para gays, vemos vários perfis: em São Paulo de 3 a 6 de junho. Muitos nem se importam com a Parada Gay, uma festa com prós e contras (para mim mais contras que prós, aliás). A cidade respira um ar GLS nesses dias.
O que se espera é que os hotéis, receptivos, táxis, shoppings…tenham se preparado para isso. Já pensou o recepcionista do hotel insistindo em dar duas camas de solteiro? Aliás, existe isso ainda?
Os Formule 1 e Ibis da vida estão lotados. Os shoppings, baladas, casas noturnas mais apimentadas, saunas, clubes de sexo, parques, lojas…idem. É um misto de turismo de nicho com uma pitada de turismo sexual entre adultos gays… Isso é bom? Isso é ruim? Está movimentando a economia. Sem excessos e agressões, com certeza é bom. Um destino não pode é ficar taxado, como algumas cidades do Nordeste, como destino sexual. É um tema plêmico, outra vez, e não dá para fingir que os gays que estão na cidade não querem TAMBÉM sexo. É uma comunidade muito liberal (mas tanto quanto a de hetros, que, porém, é muito mais camuflada e enrustida…no tema liberdade sexual entre heteros mesmo).
Enfim, ainda dá tempo de vir para Sampa. A cidade está divertida, animada e cheia de opções, para todos os gostos. Dos mais culturais e comportados aos despudorados e devassos (sim, eles existem…nãos e choquem).
É o turismo GLS, o pink money e do ponto de vista da SP Turis e do SPCVB um segmento importante e valorizado. Faltou apenas a praia carioca para todos exibirem, demoraticamente, suas formas (sim, porque há para todos os gostos…). Mas Rio e São Paulo se complementam para formar um grande destino GLS (pena que a parada é no inverno, ou uma esticadinha ao Rio seria obrigatória). E com a força de ambos os destinos fazer frente a quem vem se tornando a capital GLS da América Latina: Buenos Aires, sem medo de ser feliz.
É um tema polêmico (não para mim), e espero que leiam essas linhas de forma distanciada, sem a paixão dos acontecimentos. Quem mora na região da Paulista odeia a parada e é testemunha de atos obscenos e escatológicos, por excemplo. Quem é muito tradicional não admite um homem vetsido de mulher (e as drags acabam chamando mais a atenção da mídia que dois homens com cara de homem lado a lado). Quem é liberal demais não aceita críticas. Enfim.
Quem quiser ver vai se divertir muito. Quem quiser participar de alguma atividade também.
Vamos ver se eu continuo hibernando…hehe
São Paulo é a capital gay esta semana. Sorry, Buenos Aires. Sorry, Rio.
Artur, excelente!
Concordo que ha excessos na parada e que talvez nao seja o evento ideal para se falar do “orgulho” gay, ou lgbt, ou seja la a sigla do momento.
Entretanto, se os gays e afins buscam prazer em suas viagens, e alguns chamam a isso de turismo sexual, o que dizer de cruzeiros single, de grupos de mulheres que viajam em busca de experiencias exoticas ou de principes encantados?
Tenho certeza que Sao Paulo comporta diversos segmentos e interesses, e acompanhando o trabalho do SPCVB e da SP Turis, por exemplo, garanto que a qualidade dos servicos para este publico muito exigente nao vai desapontar!
Abracos,
Mariana
O que no começo era apenas um movimento do orgulho gay abrindo portas para que os direitos e deveres de um cidadão (homossexual ou heterossexual) comecem onde termina o do outro, se tornou uma festa de excessos.
Uma vez saindo do aeroporto, fui de carona até a Paulista para chegar em casa mais rápido, porém esqueci que havia parada gay e tive que fazer o percurso todo a pé e por muitas vezes tive que desviar de pessoas que investiam sobre mim, querendo abraçar, beijar.
É mais complicado onde a bebida influência o oba-oba, fazendo com que as pessoas percam seus limites. Afirmo que não sou contra, muito pelo contrário, porém tem pessoas que não gostam da festa, mas estão na região a trabalho.
Muitas brigas ocorrem quando o desrespeito esta presente. Basta verificar com as pessoas que trabalham na região, principalmente os seguranças dos prédios para descobrirem os relatos do que ocorre quando começa anoitecer. As agências bancárias viram bordeis, estacionamentos nem se fala.
Precisa muito mais do que fazer a parada gay para haver respeito entre todos. Li que haveria distribuição além de camisinhas, de gel lubrificante. Acho que aí sim há um excesso.