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Dia a dia

SEM SÍNDROME DE VIRA LATA

Por que achamos tão civilizado, fácil, cômodo, prático, confortável, eficiente e mesmo fascinante, além de comum, viajar de trem no Exterior? Porque é tudo isso. Porque não temos nada disso. Porque para termos, talvez, um dia, já que foi feita promessa, por escito, para conquistarmos Olimpíada e Copa, um trem bala entre São Paulo e Rio teremos mais que cobrar das autoridades. Temos de rezar a todos os santos. Trem no Brasil é algo que lembra sofrimento (os trens urbanos em estado lamentável ou simplemente inexistentes – como entre Estados e cidades mais longes) ou férias (os trens turísticos, de curta distância e preços exorbitantes).

Tudo isso porque é madrugada aqui no Canadá. Ok, acordei às 5h30, desci às 6h10 e às 6h20 estava fazendo o check-in na Gare Central de Montreal, com destino a Québec City. Vagão da primeira classe, café da manhã incluso e wi-fi gratuito. Por isso estou aqui reclamando dos trens brasileiros com vocês.

A meu lado o francês Michel lê o jornal e toma um expresso. À minha frente Liu (nascida em Taiwan, trabalha em Xangai) usa seu ultrafino Sony Vaio e Morio, japonês, desbrava seu novíssimo iPhone 4 (foto acima). Ouço alguém falando português lá na frente (mas não podemos esquecer – no Exterior, brasileiro foge de brasileiro).

A viagem é de três horas e o céu azul é garantia de belas paisagens. A expectativa é encontrar finalmente uma Wow City. Já que Montreal nos conquistou, mas de uma forma inusitada. Parênteses: estou começando a crer que no Canadá tudo gira em torno da comida, das refeições… Talvez por causa do excesso de frio no inverno. Fecha parênteses.

Daqui a pouco vou ver as notícias do Brasil. Nossa entusiasmante campanha eleitoral. Alguém está prometendo o trem bala com mais veemeência? Prefiro quem prometa melhorar os trens urbanos. Nem FHC, nem Lula conseguiram fazer algo. O que é isso, companheiros?

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Sobre o Autor

Artur Andrade

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

Comentar

  • Acho que já sei para onde vou nas próximas férias!!!!!
    Eu quero aquelas berries!!!!!!
    Arthur, que sua viagem continue ótima e que você continue nos presenteando com textos deliciosos.
    Andrea

  • Concordo com o amigo. A prioridade é O TREM, com a quelidade de serviços que Vc mencionou. A velocidade do trem, se bala ou não, é menos importante. Reparar um erro fenomenal, de os principais aeroportos brasileiros serem desprovidos de acesso por via ferréa, é prioritário. Se o trem viajará a uma média de 120km por hora ou mais, continua sendo de menor importância.

  • Grande Artur

    Eu tinha tido a oportunidade de conhecer o TGV francês e este ano conheci o AVE espanhol. Tudo de primeiríssima. Rápido, eficiente, absolutamente pontuais. O sistema de venda é sofrível, mas não é dos piores. Conheci também o trem noturno de Madri a Lisboa, entusiasmado depois de ler uma matéria que saiu no Panrotas (não curti muito e optei por trocar o retorno pelo avião).

    Gostei muito da experiência e recomendo demais. Porém, em termos de Brasil, vale a pena a leitura da revista Exame que saiu esta semana, e faz uma análise muito completa do transporte brasileiro, inclusive sobre a proposta do Trem Bala.

  • Meu TCC foi sobre trens… Hum acho que estou me repetindo…

    Mas fiz um levantamento de todos os modais e trechos existentes sejam de malha para trens urbanos, de carga e os que fazem os pequenos roteiros turísticos e o trecho escolhido para meu projeto sobrevive hoje de atividades voluntárias de estagiários, doações e o valor que arrecada é para manter o trem nos trilhos, mas é triste até de ver os funcionários não podendo oferecer o melhor ao público por falta de condições.

    Vale ressaltar (acho que me repito de novo) que as pessoas/brasileiros não respeitam o trabalho alheio. Ocorrendo em um dos passeios com o trem cheio de crianças e melhor idade, que uns rapazes de casas próximas ao trilho fizeram uma exibição de suas partes íntimas para o público.

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Sobre o autor

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

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