Continuaremos confiando em estranhos, pois é assim que a vida funciona. E também na boa fé das pessoas. Quem vai imaginar que um piloto quer se matar e ao mesmo tempo assassinar 149 pessoas? Ou que um pacato cidadão vai sair metralhando as pessoas no cinema? A gente vive com a boa fé e o bom senso em nosso visor e radar. Viver está cada vez mais estressante? Sem dúvida… Mas o que chama a atenção da indústria de aviação no acidente da Germanwings, além dessa nova etapa de reforço da segurança (daqui a pouco cada passageiro vai pagar para viajar com seu agente federal a tiracolo…), é a questão da concorrência europeia e do modelo escolhido pelas empresas tradicionais para concorrer com as low cost.
Todo mundo sabe da relação tensa da Lufthansa com seus funcionários ultimamente, com diversas greves em 2014, e tendo como uma das causas a empresa low cost. O que isso vai mudar na estratégia da companhia alemã e em sua relação com pilotos e comissários é uma das perguntas mais importantes pós-acidente. Já ouvi em reportagens na TV que o co-piloto era um dos que se queixavam de excesso de trabalho, estresse… Será que foi uma represália à empresa ou somente fruto da depressão causada por… por quê mesmo? Nada será como antes no já conturbado, competitivo e complicado mundo da aviação comercial na Europa.
Para os passageiros, mais estresse, mais desconfianças, mais rivotril…
INTERTECH
Mudando de tema, mas ainda falando sobre estresse… do mundo digital. Uma das frases mais comuns é de que a internet acabou com os intermediários em diversos segmentos.
No turismo, isso não procede. A internet possibilitou a ampliação da venda direta de fornecedores ao público final. Sim. E substituiu uma parte das vendas antes feitas por intermediários ou mesmo canais físicos (agências de viagens, lojas das aéreas…). Mas ao mesmo tempo criou intermediários superpoderosos: as OTAs, metabuscadores, sites de reviews… e por que não uma série de empresas de tecnologia sem as quais é impossível continuar competitivo no mundo digital.
Claro que ninguém deve ter saudades de como as coisas funcionavam há dois, dez ou duzentos anos. Mas que agora a dor de cabeça para fornecedores é maior… ah isso é. E com esse gerenciamento de canais vem também o famoso estresse.
NÓ NA GARGANTA
E falando de etiqueta empresarial, quando o Brasil vai aderir à informalidade prática americana, onde bilionários, milionários, ricos e remediados se diferenciam pela conta bancária, marca do carro e pelas ideias brilhantes, e não pelo uso obrigatório de terno e gravata? Acho que ainda vai demorar muito. É cultural. Ainda se julga mais pela aparência aqui no Brasil… O Facebook jamais vingaria aqui: um nerd de chinelo quer ser recebido… Manda ele pra igreja pedir sopa…
Enfim… Feliz Páscoa!! Afinal, coelho põe ovo e custa caro.
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