SIMPLES, DIFÍCIL, NOVO

Um dia após o outro, vividos com consciência e boa vontade, degustados com intensidade (e preguiça às vezes), com calma ou com pressa (o que não é tão bom)… é isso que forma um ano e que muda ou não nossos próximos dias. Próximos anos. De hoje para amanhã pode ser que nada mude. Ninguém vai acordar com mais ou menos saúde, com novo emprego ou o amor de sua vida, com ótimos contratos ou com a palavra certa para expressar o que se quer dizer. Isso vem com o tempo, com a soma dos dias. O nosso 2011, portanto, foi sendo desenhado em 2010, talvez até antes. Saberemos agir nos próximos dias de forma que tudo saia como gostaríamos?

Apesar de simbólica, a passagem do ano também é um momento de pensamentos positivos, de agradecimentos, de expressar desejos para o futuro. Deixar o passado no passado. E não há como não se sentir bem em um instante em que o mundo todo está pensando de forma positiva. É como visitar lugares sagrados, seja Fátima ou Jerusalém, uma igreja barroca ou uma mesquita, um templo budista ou um mosteiro. Independentemente de sua crença, não há como não perceber essa energia positiva a nossa volta e se emocionar, reverenciar o sagrado, o misterioso, o diferente… Pensar positivo faz bem.

Nossos blogueiros, por exemplo, sempre têm passado mensagens bastante positivas. Têm sido muito sagazes e perfeitos em suas colocações sobre nossa indústria e têm batido em teclas óbvias e simples, que é onde está a receita para nos sairmos bem na vida. A simplicidade, a objetividade, a transparência tornam tudo mais fácil de ser alcançado (e aqui temos de levar em conta o “não” como resultado final da ação).

Ainda na faculdade, eu gravava um vídeo para um projeto especial e me aproximei de uma senhora que cuidava do jardim em volta da Faculdade de Letras. “Com que periodicidade a senhora corta esses arbustos?”, perguntei. Ela ficou me olhando, me olhando… E disse “Como?”. Daí para frente mudei meu estilo de escrever, de falar em público, de me expressar. Linguagem direta, palavras acessíveis ao máximo de pessoas (mesmo que para uma platéia dita culta), texto tendendo para o coloquial. Se eu queria saber de quanto em quanto tempo ela tinha de cortar as plantas para mantê-las bonitas, por que não perguntei assim? Periodicidade, uma palavra corriqueira para qualquer estudante (será?), para uma jardineira de faculdade era um palavrão. Saber se adequar ao público (ou cliente), saber dizer as palavras certas para as pessoas certas (do eu te amo ao eu preciso da sua ajuda), saber em que mundo se vive… ser simples (o que não quer dizer não ter conteúdo, complexidade ou profundidade)  é o melhor caminho para qualquer plano.

2010 foi um ano agitado, muito produtivo, divertido e de descobertas (para mim, muitas). Espero que eu consiga, a cada dia de 2011, aproveitar essas descobertas de forma positiva em minha vida, trabalho e relações. Que me comunique bem com todos vocês, e com novas pessoas que chegarão. Que estejamos juntos, nos momentos difíceis e nas celebrações. Vivendo cada dia com muita boa vontade. Afinal, não há tempo que volte – que bom.

Em 2011, quero estar entre a letra de Futuros Amantes (“não se afobe não, que nada é pra já”) e a de Tempos Modernos (“hoje o tempo voa, amor, escorre pelas mãos”). E concordando cada vez mais com Paula e Bebeto (“qualquer maneira de amar vale a pena”) e Toda forma de amor (“consideramos justa, toda forma de amor”). Obrigado a Chico Buarque, Lulu Santos e Milton Nascimento pela inspiração acima.

No mais, Feliz 2011. Simples assim.

Artur Luiz Andrade