Notícia do UOL:
O plenário do TCU (Tribunal de Contas da União) acolheu nesta semana as justificativas apresentadas pelo Ministério do Esporte e arquivou a representação feita por irregularidades em licitação nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, de 2007.
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Alguém duvida que Copa e Olimpíada serão uma continuação do mesmo filme de terror, no que diz respeito às contas públicas? É o que falei antes: o show vai ser ótimo, mas a que preço?
Isso é triste, também não tenho dúvidas. Passei 20 dias no Rio por conta do PAN em 2007 e vi que o “show” realmente foi ótimo, sabemos mesmo fazer grandes eventos, a cidade (nem preciso dizer) é linda, as arenas estavam bonitas, mas na infraestrutura, nenhuma melhoria para cidadãos. Nada de transporte público. Nem estacionamento tinha nos principais palcos do evento na ocasião.
Pior foi descobrir depois que a maioria das arenas já eram obsoletas e sequer poderão sediar grandes competições em 2016. Dinheiro gasto de forma burra, sem visão de futuro e responsabilidade com a coisa pública. Também não entendo porque tanta reforma no Maracanã. Será que não dava para ter feito uma reforma boa, de uma vez, já que no Pan o Rio lutava há tempos para ser sede de uma olimpíada?
Milhões e milhões de reais são colocados no estádio a cada vez que isso acontece. Se bobear, o valor daria para construir um novo estádio… E dos moderníssimos. Porém, acho mesmo que o Maracanã merece, mas o dinheiro do contribuinte também merece um pouco mais de respeito. Afinal, o Maracanã é público. E o belíssimo Engenhão, também construído para o Pan, sequer entra na pauta quando o tema é 2014, já que é apenas um estádio por sede.
Por essas e outras, admiro a postura de São Paulo quando diz que dinheiro público para arenas, nem pensar. No entanto, ainda acho que a metrópole merecia uma participação a altura de sua importância para o Brasil e como sair desse dilema é o grande desafio. O que sei é que muita água ainda vai rolar nessa história…
O mesmo vai acontecer no tema aeroportos. O governo levou quase três anos (parece que foram 33 meses), desde a confirmação do Brasil como sede da Copa, para apresentar a MP que facilita as reformas nos aeroportos, assinada esta semana. Foi preciso esperar a Copa da África acabar para o governo acordar para a questão. E bota correria e jeitinho brasileiro nisso. Um improviso que não temos mais de tolerar.
Enquanto isso, nada de política de esportes para 2016…
Artur,
quem escolhe os responsáveis por tomar as decisões somos nós.
Então os culpados somos nós todos.
Ficamos lamentando a morte de celebridades, enquanto milhares de crianças morrem sem nunca ter entrado em uma escola.
Ficamos discutindo a separação de celebridades, enquanto 8 mulheres morrem por dia de violência doméstica.
Somos o 8° país no futebol e isso é assunto até para o presidente, mas a 85° posição em desempenho escolar passa despercebida.
Ou nós mudamos, ou aceitamos nosso papel de espectadores de tragédias anunciadas.
A fé não acaba, mas somente ela não muda nada.
Abraços
Fui chamada de “bairrista” quanto lamentei a conquista dos Jogos Olímpicos de 2016 pelo Rio de Janeiro, por ser de São Paulo. Teria lamentado do mesmo modo essa conquista em qualquer outra cidade brasileira, justamente por acreditar que o superfaturamente para a realização do Pan 2007 terá, em 2016, proporção equivalente aos Jogos Olímpicos.
Não se trata de pessimismo. Apenas da constatação de que NÃO sabemos realizar grandes eventos, ainda que o “show seja ótimo”, como disse a Fabíola sobre o Pan 2007. Se soubéssemos, os superfaturamentos em razão da “urgência” serião exceção. Hoje eles ainda são regra. E vamos concordar que em um país com as carências do Brasil, “urgente” não deveria ser fazer festa de abertura do Pan…
Um abraço,