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Dia a dia

SOBRE ROMBOS E GASTOS NO EXTERIOR

O uso da palavra rombo em uma notícia sobre a balança turística do País gerou quase uma comoção entre alguns leitores. Nick Abreu, da Trade Tours, com medo de ações do governo para retrair o consumo no Exterior, e as viagens estariam inclusas, quer saber detalhes da conta do Banco Central. Se entram compras na internet, por exemplo. Nick, e daí se entram as compras na internet? A gente sabe que brasileiros no  Exterior compram mesmo, pois é mais vantajoso e os produtos de lá, muitas vezes melhores, não têm o tal do custo Brasil. O próprio governo abrandou a política do que se pode trazer do Exterior. Hoje, máquinas fotográficas, celulares e laptops para uso pessoal nem são mais registrados…

O fato é que há uma defasagem, déficit, diferença, rombo, buraco, cratera, desnível, desajuste, … usem a palavra que mais lhes aprouver…, na conta do que sai e do que entra. Qualquer país faz essa conta e os EUA se orgulham de receber bem mais que o queos americanos gastam no Exterior, apesar de a quantidade de turistas se equivaler entre os que entram e os que saem.

No Brasil NÃO PODE SER DIFERENTE. Como não é em qualquer indústria. Nós queremos que entre mais do que saia. Que mais divisas entrem. O que NÃO QUER DIZER (e o medo do Nick vem de governos passados que adoravam taxar e inibir o turismo) que os brasileiros tenham de viajar menos para fora ou gastar menos por lá. Temos de atrair mais turistas, sermos mais competitivos, termos mais a oferecer ao estrangeiros. Nos promovermos mais. Sermos mais criativos. Assim como são os destinos que têm atraído os brasileiros.

O turismo emissivo é importante para a economia do País. O MTur está em seu papel de olhar para o receptivo e o turismo interno, mas a venda de passagens e pacotes para o Exterior, além do óbvio intercâmbio, que é fundamental para qualquer ser humano, gera empregos, impostos, desenvolvimento… Só que, como sempre, ninguém faz essa conta… Os brasileiros gastam muito no Exterior mas esse segmento do turismo, o emissivo, deixa muito para o próprio Brasil. Quantos funcionários de empresas aéreas, agências de viagens, operadoras, casas de câmbio, lojas de mala, ou de roupa, e tantas outras, não estão empregados graças ao turismo emissivo? Quanto de impostos não pagam as empresas que enviam turistas ao Exterior aos governos municipal, estadual e federal? Que percentual da receita de Guarulhos ou Galeão vem desse turismo emissivo? Ou Tam e Gol sustentam a Infraero por si só? Quanto das taxas de embarque de voos internacionais não entram nos cofres do governo a cada ano?

Precisamos receber mais turistas e mais receita de fora? SIM.

Precisamos continuar com um turismo emissivo pujante e cada vez mais profissional e diversificado? SIM

O resto é choro, política ou incompetência.

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Sobre o Autor

Artur Andrade

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

Comentar

  • Artur,

    Trabalho em Convention Bureau, portanto, muito mais interessado no turismo receptivo do que no emissivo. Entretanto, não posso classificar seu post de outra forma que não seja PERFEITO. É isso aí, não importa o que o governo diga ou faça, não importa que tipo de turismo esteja em discussão, o importante é defender o turismo em geral como força econômica e provar (com números e dados) que somos importantes e merecemos ser ouvidos, TODOS. O resto é intriga.

    Parabéns.

    Abraço

  • Vários fatores influenciam para que tenhamos esse déficit, e um deles é sim o alto gasto de compras dos brasileiros na internet que entra na soma dos gastos. A outra é que os brasileiros compram e gastam muito, sim. Acredito ser importante termos brasileiros viajando dentro e fora de nosso país.
    Além de entender e aprimorar as bases de dados da balança, também precisamos melhorar nosso produto para os estrangeiros.
    Nós oferecemos pouco em cultura, entretenimento, educação e valores agregados aos nossos produtos e serviços. Vamos refletir, o que, onde e como gasta um estrangeiro que vem a lazer?
    Nós é que precisamos aprender a fazer os estrangeiros gastarem mais em nosso país, precisamos vender mais o país lá fora e vender mais produtos e serviços aqui dentro !
    A outra parte do câmbio, do que os brasileiros gastando, é a realidade que pouco temos como agir enquanto indústria.

  • Caro Artur,

    E triste ver que o cancer, por mais dificil que seja combate-lo, continua sendo alimentado pela estupidez politica.

    Ainda era GSA no Brasil, e de regional, e nao entendia os abusivos 34% de impostos diretos sobre cada tkt emitido.

    Na UE, cara, chegavam a 16% e nos USA, “imperialista’, 8%. Uma diferenca brutal entre o meio e o fim…

    … as viagens aereas tratadas (e taxadas) como um fim produtivo, e nao um meio, o que realmente representam.

    O Brasil e carissimo por causa da abusiva e distorcida carga tributaria, e nao e surpresa haver essa migracao de gastos.

    Depender da politica e dos politicos nao altera o plano de voo em curso. A unica certeza e o pais continuar caro.

    Como aqui fora, por varias razoes, acham-se produtos melhores com precos menores, a conta sobe…

    … e chega-se a rombos como voce denuncia, pequenos, se rombos domesticos nao continuassem na proa.

    Pobre Brasil… pobre brasileiros. Bencaos do Senhor e meu abraco,

    Marcos Estevao Vajas Hernandez
    Manchester-UK, + 44 79 7973.3380

  • Boas a todos,

    Muito bem observado: “o custo Brasil”. Vocês já conferiram o site:
    <>- uma iniciativa dos procuradores da Fazenda Nacional. Tem uma lista em .PDF no link: http://www.quantocustaobrasil.com.br/site/downloads/impostos_quantocustaobrasil.pdf

    Onde podemos destacar alguns itens que impactam no ramo do turismo:

    – Bandeira – 36,20% (Utilizado pelos guias para coordenar grupos)
    – Bolsa Térmica – 37,48% (Utilizado para os passeios)
    – Bronzeador – 49,08%
    – Lembrancinhas – 17,71%
    – Protetor Solar – 41,74%
    – Terço de Plástico – 41,25% (Não perder a Fé em algum caos de aeroporto)
    – Caipirinha – 76,66% (Pior do que os Macaquinhos “malandrinhos” do filme Rio)
    – Hospedagem Hotel – 29,56%

    Estes impostos, são somente sobre o produto final, sem contar os custos inerentes aos bens e consumos, venda de serviço, venda de produto, contribuição sobre o lucro, IR e etc…

    Do jeito que está, vou dar um pulinho até Miami comprar um protetor solar e volto já…

    Sucesso!!

  • Para os que demonizam os gastos dos brasileiros no exterior deixo uma pergunta. A quanto estaria o dolar se não fossem gastos estes milhões ou bilhões pelos turistas? O Banco Central iria entrar mais no mercado para equlibrar o real?
    O Brasil, ou nossas autoridades ainda não sabem que hoje o Brasil éum dos mais caros países do mundo. O ex-presidente até elogiou nossa carga tributária. Estamos sendo comparados em custos com os países nórdicos, antes praticamente inacessíveis aos bolsos tupiniquins, e o mundo tornou-se na verdade um enorme “cheap mall” para nós contribuintes. e nada vai mudar, vamos permanecer na casa dos 5 milhões de turistas até acordarem.

  • Todos nós sabemos que a “questão cambio” é fundamental para levar pessoas a planejar e fazer viagens para o exterior, isto em qualquer parte do mundo! Podemos notar isto claramente quando observamos os fluxos entre os diversos paises no decorrer dos anos olhando a questão “cambial entre as moedas”. Nesses ultimos anos o cambio tem tornado o Brasil pouco competitivo em todos os seus segmentos economicos, e no turismo não é diferente. Com o dolar derretendo mais do que a calota polar, não terá politica monetária que segure os Brasileiros em suas viagens e consequentemente as suas compras no exterior!!
    Enquanto o Real estiver “super valorizado”, eu diria até exageradamente valorizado em relação ao dolar, o rombo tenderá acrescer!

  • Oi Artur , Boa Tarde !!

    Dê uma olhada só nesse post do Blog do Noblat :

    http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2011/04/28/que-maldade-fazem-com-simpatico-velhinho-376644.asp

    O que fazer , rir , chorar ???

    ….E depois dizem que “nossa atividade é importante e fundamental para o País !!”

    Acho que o Nick tem razão de ficar nervoso > Com uma representatividade dessas, não se impressionem se vier por aí uma paulada para reduzir os gastos com o Turismo ……..
    Bem vamos em frente !!
    Grande abraço do seu sempre leitor

    Hélio Rheinfranck

  • Não se pode comparar estrangeiros vindos ao Brasil x brasileiros indo ao exterior, e em se tratando de “ROMBOS”, como adoram os sensacionalistas colocar , menos ainda.
    Nao podemos esquecer, e ter ciência, de que os atrativos locais de fitinhas do bonfim, artesanato local, etc…. pena que sejam poucos, não podem ser comparados com produtos eletronicos de ponta , comprados no exterior, por preços cerca de 75% mais baixos do que ak, independente do câmbio. Assim, afora o desejo de se efetuar uma grande polêmica, voltamos a questão, de quem depende e vive do turismo, e alguns não admitem que assim o seja, não nos é nada satisfatório ficar ouvindo mes após mes, em todo o tipo de veículo, esse tipo de anúncio, quando se sabe que dentro de tal conta, erroneamente chamada de “Viagens INTERNACIONAIS”, desde de DVDS do AMAZON a pneus do tirerack estão incluídos..
    Não nos favorece em nada ficar nessa posição passiva de causadores do déficit, quando sabemos o que vem por aí. Um possível incrementio geral de IOF, ou nova CPMF, até para defender a soberania nacional, e por aí vai….
    Não se pode comparar o desafio de consumo de produitos de nosso dia a dia, 75% mais baratos, com as poucas opções q os turistas estrangeiros tem como opção ak em nosso país.
    Deveria sim a EMBRATUR se levantar contra todo esse tipo de crítica. Não pode a EMBRATUR aceitar comparações de coisas incomparáveis. Não estamos falando de VIAGENS INTERNACIONAIS, estamos falandoi em boa parte de pessoas que adquirem produtos via internet, sendo entregues via correio em casa, pagando IMPOSTOS, e que mesmo assim ficam felizes por comprar por 50% do preço q custaria aqui…. só eu e você?. Não, uma enormidade de pessoas hoje tem acesso e exercita isso. Mas tem gente que prefere continuar falando do ROMBO DAS VIAGENS NTERNACIONAIS, mesmo sabendo que uma grande parcela disso, em nada se deve a isso.
    Mas para mim, e você que dependem diretamente do Turismo, busque no Banco Central a devida explicação, que lhe coloco como aqui abaixo como resposta a um simples mortal buscando tal questionamento junto a uma instituição pública. Tenho certeza de que um veículo de comunicação do turismo, como o veículo de nosso amigo Guillermo Alcorta, teria muito mais condições de buscar a veracidade de tudo isso, e mais…. disseminar essa informação, talvez impedindo que novos IOFS nos atinjam, e assim sendo deixando de prejudicar o NOSSO SEGMENTO, e é isso que espero que ocorra…..

    Aqui abaixo lhes informo a resposntado Banco Central acerca de minha colocação como cidadão…. resposta mais prolixa e evasiva impossível. Mas é ela que permite a tantos falar em ROMBOS…. e nós do turismo vamos pagar essa conta

    From: SECRE/CAP [mailto:cap.secre@bcb.gov.br]
    Sent: Friday, April 01, 2011 12:02 PM
    To: ‘nick@tradetours.com.br’
    Subject: Banco Central responde – demanda 2011087207

    Prezado Senhor:
    Parcela da conta de viagens internacionais é compilada a partir de transações realizadas via cartão de crédito de uso internacional.
    As transações incluem gastos de turistas realizados de forma presencial no exterior, gastos de turista realizados do Brasil – o pagamento de um hotel ou um ingresso de um show internacional – e compras pelo comércio eletrônico. A fonte de dados do Banco Central é o contrato de câmbio realizado entre as administradoras de cartão, que agrupa faturas de inúmeros clientes, cada fatura contendo diversas compras. Isso não permite distinguir, na estatística do balanço de pagamentos, os montantes referentes ao comércio eletrônico e aos gastos de turistas, sejam estes realizados de forma presencial ou à distância.

    Em conversas com as administradoras de cartão, nos foi informado que a parcela de compras não presenciais é mínima. Dado que as compras não presenciais contém também gastos de turistas, depreende-se que a parcela referente a comércio eletrônico é de fato pouco representativa.

    Para novos contatos, favor utilizar o formulário do serviço “Fale conosco” em nosso site. Clique aqui http://www.bcb.gov.br/?FALECONOSCO ou copie o endereço em seu navegador.

    Atenciosamente,

    Secretaria de Relações Institucionais
    Divisão de Atendimento ao Público
    DDG: 0800-9792345
    SROS

    EXTERNA – SISCAP em 25/03/2011 18:54
    ———- Os dados abaixo foram preenchidos pelo cidadão via internet

    Instituição: Conta Turismo
    Assunto: não informado
    Mensagem: os senhores publicaram hone um deficit da CONTA TURISMO de aproximadamente 2 bi de dolares….Eu gostaria de saber a composicao de tal conta…. exemplo.. um livro comprado na AMAZON, importado, pagando devidos impostos, entra nessa conta, tal qual um computador ou par de tenis comprados da mesma forma?

    • Nick, a resposta do BC é clara: é ínfima a participação de compras não-presenciais. Compras fazem parte de qualquer viagem ao Exterior. Isso não está sendo criticado. A Jeanine colocou muito bem: falta criatividade para oferecer mais coisas no Brasil. Se o Romero Britto vendesse seus quadros no Brasil, quem sabe… Enfim: o desequilíbrio não é bom em qualquer balança. Queremos mais turistas no Brasil e mais gastos. E tomara que os brasileiros quintupliquem seus gastos no Exterior. Todos merecemos ser felizes. Mas não é depreciando o outro setor que isso acontece. Mãos à obra. Só chorar nunca adiantou. Você faz parte de uma entidade, com recursos. Encomende uma pesquisa, um estudo… Mostre quanto o turismo emissivo gera de empregos e impostos. Todos vão se surpreender… Abraços

  • ahhh artur

    como voce usualmente coloca, nao sei pra quem

    é choro, política ou incompetência.

    nao mais me manifesto…. cansei… é bater em parede

    • lutar com quem tem o poder da comunicação??? e é dono do veículo? quem sou eu
      voce nao entendeu nada…. meu objetivo era contribuição…
      deixA PRA LÁ…

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Sobre o autor

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

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