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TROCA A MINHA FOTO ou PHOTOSHOP ME

Viagem para a Grécia. Cruzeiro maravilhoso. Destinos incríveis. E dias nublados. Não um ou dois. Todos os dias amanhecem nublados. Cadê aquele céu azul, aquele mar mais azul ainda, o contraste com as casinhas brancas? Vale usar o Photoshop nesse caso? Você se sentiria traído? Uma revista teria de avisar que usou o programa ou não?

E se for apenas para tirar uma lata de lixo ou uma caixa d’água inconveniente da foto? Não é o que fazem na publicidade? Mas estamos falando de comerciais ou de fotojornalismo? E na internet? Vale tudo? Hoje, na PANROTAS, o uso mais comum do Photoshop é para clarear as imagens e adequá-las para impressão. Mas imperfeições ou a naturalidade dos cenários estarão lá.

Certa vez, uma executiva de um CVB teve briga homérica com o editor porque na foto de seu destino a praia estava cheia de algas. Ou seja, o mar azul do folheto publicitário na realidade tinha algas e como se tratava de uma matéria, elas ficaram na foto.

Às vezes queremos a foto de uma pessoa para uma notícia, mas ela só aparece abraçada com alguém. Lá vem o Photoshop nos auxiliar, tirar dedos e pontas de paletó. Mas e se o fotografado se acha feio na foto publicada e pede outra, de divulgação, tipo anúncio de leite desnatado ou creme dental? Tudo limpinho, sem rugas, dentes brilhando, fundo com merchandising, terno impecável… Mas na entrevista real o cidadão não estava assim…

Não custaria trocar (teoricamente), mas imaginem todos os veículos com a mesma “foto publicitária”, que pode ser em qualquer momento, qualquer ocasião, só que com o fotografado “photoshopado” e mais magro…

Não teria graça tirar a dama de honra emburrada das fotos do casamento real de 2011 (de Kate e William). Ou “consertar” a cara de constrangimento de alguns políticos ao terem escândalos revelados. Ou a naturalidade de um sorriso, um choro…

Claro, ninguém quer sair mal em uma foto. Sair feio, barrigudo, velho, pálido, com cabelo bagunçado, o botão da camisa estourando, a meia deixando aparecer a canela, a mão no lugar errado, os olhos fechados… Mas não estamos falando de modelos, artistas ou vendedores de xampu e sim de fatos, de eventos, assuntos corriqueiros, do dia a dia do turismo.

Infelizmente, algumas vezes vamos ao evento e nas fotos tiradas as pessoas não estão em seus melhores dias. Ou não se arrumaram direito. Ou estavam tensas. O que diferencia a vaidade do cuidado com a imagem? O Photoshop é útil para tornar as fotos publicáveis. Mais iluminadas. Fazer ajustes.

Os limites somos nós e vocês que estabelecemos. Até onde ir? Vejam os regimes ditatoriais como usam o Photoshop para fins malignos… Ou as revistas masculinas que transformam mulheres em mulherões.

Há bom senso e boa vontade, mas plástica, milagres e viagem ao tempo não conseguimos fazer, ainda. E nem queremos. Temos dias bons e dias ruins. Mas sem Photoshop. Como pedem as notícias. E suas fotos de divulgação são bem-vindas, e serão usadas oportunamente. Mas no evento, sorria e relaxe. Essa é a vida como ela é.

PS: A cada semana são muitos os que nos pedem para trocar fotos, pois estão “feios” ou “não saíram bem”… Ou os que pedem pro fotógrafo: “de perto não hein…”, “deixa eu ver a foto”, “ah, tira outra”. Olha, eu adoraria sair sem barriga, com mais cabelo, barba preta e sem esses sinais que nascem no meu rosto… Mas eu sou resultado do que fiz comigo mesmo, e do que fizeram, em 42 anos… Será que vou aderir ao botox? Usar cinta? Buscar um dermatologista? Ou relaxar? Eis a questão. Enquanto isso no BBB… que raiva daqueles corpos “perfeitos”. Mas isso já é outra história.

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Sobre o Autor

Artur Andrade

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

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  • Gostei muito do post Artur, mas admito que a frase que mais marcou, de tudo que li, foi “sou resultado do que fiz comigo mesmo”.
    É para pensar e refletir… pelo momento que estou passando, me serviu como uma luva.

  • O trecho que mais me fez refletir foi este: “[…] algumas vezes vamos ao evento e, nas fotos tiradas, as pessoas não estão em seus melhores dias. Ou não se arrumaram direito […].”

  • Artur! Tem gente que liga pra redação para pedir que troquem a foto???Rs Jamais imaginei isso!!! Muito engraçado! Mas, uma coisa: acho melhor caprichar no visual “ao vivo” do que somente na foto. É surpreendente ver pessoalmente com a imagem boa, a foto será esquecida de imediato. E, por fim, concordo com a Karla, a frase tocante é: “sou resultado do que fiz comigo mesmo”.
    Nossa! Com alguns se maltratam, hein??? Abs

    • ligar pra Redação pra pedir troca de foto? Toda semana. Pior é os que mandam o assessor ligar, né? Vergonha alheia em dose dupla… Eu queria ser magro, mas não tenho me esforçado muito. Mas, saúde à parte, não posso reclamar, if you know what i mean… bejos de Atlanta

  • Acredito que cada vez mais a expressão “sair bem na foto” se aplica às nossas atitudes e menos ao visual. Mas dar uma retocada no batom nos faz mais felizes, isto faz…

    Brincadeiras a parte, fico sempre em dúvida, quando vejo matérias de viagem, se não retocaram. E nestes casos acho imperdoável.

    Quanto aos folhetos publicitários, que atire a primeira pedra quem não deu uma melhorada nas fotos…..Tirou os postes de iluminação, os fios, deu uma arrumadinha no jardim, na praia…
    bjs

  • Ola Artur… Mais um post bem colocado!

    No mundo virtual de orkuts, facebooks, twiter, etc, sempre publicamos a nossa melhor foto.

    Realmente, até eu faço isso, mas “a melhor foto” que saiu na máquina, não a que passou por um processador e no fim deu aquele super tcham.

    Quem faz ou pede isso, mudar a cor do cabelo, tirar a ruguinha… quando vai a algum lugar não é reconhecida de tanto que a imagem é descaracterizada. Vemos os exageros das revistas, basta lembrar o que fizeram com Adam Levine do Maroon 5, que ficou sem metade de seu corpo na foto e pior nem perceberam o erro, só depois de divulgado. Absurdo.

    Como gordinha, adoro as fotos que pareço mais magra, que não mostra a barriguinha, sim eu tenho (rss). Dou preferencia para fotos do rosto, mas mudar a foto? Nunca!

      • Já estou na linha de frente Artur (graças a Deus)…rs

        Não só de rosto, as vezes aparece um belo decote, um perfil legal… Mas a maioria é inevitável.

        kkk a sua frase me fez lembrar de um amigo me dizendo a mesma coisa.

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Sobre o autor

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

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