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Turismo ainda dividido

De novo a questão do excesso ou do aparecimento de novas entidades no Turismo, frutos de insatisfeitos, excluídos, desaviados, vaidosos e/ou inconformados. Pode ser tudo isso ou apenas parte. Cada um que vista a carapuça. Inclusive quem ajuda a dividir e não a somar.

Por exemplo, se existem Aviesp, Avirrp e agora a Unav (que não se diz associação mas age como uma), e até Braztoa, Air Tkt e Abracorp é porque uma entidade maior, a Abav, no caso, não foi suficiente para aglutinar a defesa de tantos interesses (ou vaidades). Ah mas todas estão juntas nas lutas do setor, nos eventos… Nada disso. Todos estão juntos nas fotos. E só.

Dois raros casos no Turismo que mostram o empenho em querer somar: o fim do Favecc e da TMC Brasil para a criação da Abracorp; e o fim dos eventos Braztoa individuais, para serem realizados dentro da WTM Latin America e da Feira da Abav. Muito pouco ainda. E a massa de agências e meios de hospedagem? E os trabalhadores free lancers? E os novos players?

Na hotelaria, há pelo menos quatro entidades. Entre os gestores de viagens ou empresas de viagens corporativas podemos contar uma dezena de grupos informais que não admitem serem considerados associações, mas que são “entes” à parte. Não há quem una esse setor, um dos mais sensíveis à participação em grupos oficiais.

A aviação brasileira, com apenas quatro grandes players nacionais, conseguiu ter uma entidade com um objetivo único, a Abear, mas não seria surpresa se houvesse quatro associações, uma para cada empresa aérea. Entidade no Brasil é que nem chuchu na serra. E, claro, seus eventos juntos.

Esta semana, no Jornal PANROTAS procuramos refletir sobre essa proliferação de associações, com certeza uma alternativa de fortalecimento para os pequenos players, mas uma ameaça a quem quer que o Turismo seja visto como um só (claro, nas especificidades cada segmento lutará por suas causas, mas falta esse guarda-chuva, essa manta que cubra a todos, afinal, é a indústria de Viagens e Turismo, não importa o motivo da sua viagem). E também mostramos como a gigante Alatur JTB quer crescer ainda mais. E para contar seus planos, convocou clientes, parceiros e concorrentes para eventos na semana passada. Transparência, agressividade, vaidade… Não importa. Há um projeto sendo executado, o que não se pode dizer de boa parte das entidades do Turismo brasileiro. Os pequenos ou estão se agrupando ou estão perdidos, vozes que não reverberam. Os grandes saem atropelando, como manda a legislação, claro. E investidores, autoridades e fornecedores continuam rindo dessa divisão toda. Mas eles mesmos se beneficiariam de um Turismo mais forte e unido. De verdade.

E você? Qual é a sua associação do coração? Não vale falar do Corinthians… ou do Flamengo… Santos… Ou da Ponte Preta (sim, o Rody implorou para eu incluir a Ponte nas citações…)

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Sobre o Autor

Artur Andrade

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

Comentar

  • Grande parte das agências são as de pequeno e médio porte, além de freelances e MEI’s. Tendo uma entidade como a ABAV que na maioria das vezes ou não faz nada ou ajuda o lobby das operadoras ou deixas as cias aéreas fazerem o que querem na industria, acredito que nos das agências pequenas que somos a maioria queremos ter mais controle. Isso começou nos últimos anos com o fechamento de várias grandes operadoras, deixando inúmeras agências no limbo ou na falência! inventaram o seguro contra quebra das operadoras!!! Por que fizeram isso? por que nos perdemos a confiança.
    Cansamos de enviar documentos e mais documentos, garantias e mais garantias para ter um credito de 10mil nas operadoras/consolidadoras para poder trabalhar com eles! E quem me garante que aquele op/cons. está bem? o seguro???? Qual garantia que minha empresa não feche daqui a 2meses por uma irresponsabilidade de uma pessoa que me pediu até meu IR para comprovar que não vou dar cano de 10mil nele, enquanto ele pode me dar uma cano de 30mil e eu ter q fechar minha agência?
    E o poder de negociação com as cias aéreas? com as consolidadóras que estão cobrando fees e mais fees impossibilitando fazer uma simples venda de uma passagem para o pax final, pq acha caro e fecha direto no site da cia???
    E as operadoras que se dizem parceiras e vendem direto para o pax final? abrindo lojas físicas em shoppings??? Aonde fica essa tal de parceria?
    E os hotéis que viraram a cara para as agências para fechar acordo com OTA’s gigantes pelo mundo, ou dando desconto de 20% para pax final invés de dar aqueles míseros 10% de comissão para a agência? (esse último um grande resort fez com uma agência, até agora não entendi a matemática, perderam dinheiro e perderam um possível parceiro em razão do seu gerente esperto).
    Aonde está o respeito para quase o que? 80%? do trade de turismo no Brasil?
    Por isso que a insatisfação com as “associações” atuais por nos? Temos que sempre engolir goela abaixo o que os grandes querem? Por isso que nos adaptamos mais fácil por mais que levamos chumbo sempre. Estamos virando mini-operadoras, fechando serviços diretamente com os fornecedores finais no Brasil e no exterior, sem precisar de intermediários desnecessários.
    A insatisfação de centenas ou milhares de agências de viagens pelo Brasil está trazendo essa tendência de se unir e se proteger.

  • A valorização dos elos pressupõe a fohrça da corrente setorial. Cada qual ocupa mercados distintos e complementares. A tecnologia há de unir profissionais, com ética e transparência, mobilizados pelas riquezas humanas. Todo poder à prosperidade sustentável – sob a perspectiva econômica, social e, a mais desafiadora: ambiental.

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Sobre o autor

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

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