E parece que ela gosta mesmo de incomodar.
Ferreira, Francisco, Balsamão e Cavalcanti: nem anjos e nem demônios, mas gigantes que sabem ousar (e provocar…)
Passei o dia ontem no (excelente) Fórum Alatur, que chegou a sua quarta edição. O evento aos poucos está tomando cara do que deve ser: um showcase da TMC, com conteúdos leves e diferenciados voltados ao cliente final, uma pitada de técnica e tecnologia, e muito relacionamento, de preferência entre gerentes Alatur e clientes e não clientes. O foco não é o fornecedor, que a Alatur tem outras armas para conquistar, mas é visível a atenção desses com a TMC e dela com alguns em especial, como a Tam, queridinha sem meias palavras.
A Alatur continua sua ascensão vertiginosa, agora mais consistente e profissional, depois da tranformação em S.A. e da entrada do VP Glauco Cavalcanti. Incrível como ele dominou o setor em tão pouco tempo. E como é entrosado com o trio mais antigo: o presidente Francisco Carpinelli (não gosta muito de aparecer mas seu dedo está em TUDO), e os vices Marcos Balsamão, o RP e homem do comercial, e Ricardo Ferreira, o homem dos desafios, do planejamento, da visão de futuro e das frases provocativas.
Ricardo Ferreira abre o Fórum Alatur, muito bem organizado pela Imaginadora, a mesma do Fórum PANROTAS (e a Alatur fez bem em se distanciar do modelo de nosso fórum, apesar de ter se inspirado nele), e dispara: “somos líderes de mercado, e ser líder significa que mais empresas querem trabalhar com você”.
Quem há de duvidar?
Eu, claro. No primeiro intervalo, bati no ombro dele e perguntei: em um mercado tão carente de números e estatísticas, onde cada um chuta um número para aparecer bonito no press release, como a Alatur tem certeza de que é a maior do mercado de viagens corporativas? A CWT me disse o mesmo há poucas semanas. Ele titubeia mas não perde a pose: “fontes de mercado, inclusive de concorrentes, confirmam que somos os maiores”. “Mas liderança não é só volume de vendas”, acrescenta. E um evento como foi apresentado ontem, misturando, ousando, criando novidades nesse tipo de encontro, realmente é coisa para líderes. Algo que se não inomoda a concorrência, deveria.
A Alatur saiu na frente com seu evento e nesta quarta edição mostrou que achou seu caminho e está liderando discussões e tendências. Onde está o grande evento de viagens corporativas para clientes? O Fórum Alatur, por enquanto, é esse evento, o que não é bom, pois como o próprio Ferreira disse, é um evento muito simpático e amigo da Alatur. O setor deveria ter um evento mais neutro como seu farol. Não é o Lactte, que investe em cópia de um modelo americano e reúne muitos fornecedores, não é nenhum outro, pois a principal associação, a Abracorp, não realiza um (apesar de ter capacidade e cabeças pensantes).
A Alatur, então, nada de braçada e posa de líder (com consistência). E ainda anunciou a contratação de uma ex-diretora da CWT. Perguntei a Dayse de Marco qual a maior TMC do Brasil: um mês depois de me dizer que era a CWT, corrigiu-se – “vi os números e é a Alatur”.
Estavam lá também os novos funcionários da Alatur, como Alberto Moane, ex-Accor, André Weber, ex-Tour House, e vários outros ex. Vem mais contratações por aí? Parece que não. Mas aquisições sim.
Apertei os quatro (diretores) o quanto pude, mas só consegui saber que a Alatur estuda comprar uma TMC e a MCI Brasil (parceria da MCI com a Alatur) uma empresa de eventos brasileira.
Voltar à Abracorp? Em meio a aplausos e casa cheia, claro que a resposta foi “não”, “já passou esse momento”. Mas será que não faz falta mesmo fazer parte de um grupo? A Alatur aposta nas suas associações com a HRG e a MCI e não à toa os dois presidentes mundiais estiveram no Brasil prestigiando o evento. Dois craques e visionários, dois grandes executivos que ensinaram muito à plateia, assim como as participações de Marilia Pera, Irene Ravache, Clarice Niskier, José Mário Caprioli, Klaus Kuhnast, Paulo Gaudêncio, Larry Rohter, Roberto da Mata e tantos outros.
O sucesso do Fórum Alatur deu mais gás ao time da empresa, a sua vaidade, a seu poder de fogo, a sua liderança tão alardeada… A volta de clientes como a Iveco, a conquista de outros como a AGCO, e o recorde de vendas de agosto (melhor mês da história da empresa), com crescimento de 20% sobre agosto de 2010… também foram comemorados pelo time Alatur. Mais gás.
E para finalizar, o que mostra a visão de futuro e a ousadia da empresa: a Alatur anunciou que passa a vender a seus clientes muito mais que viagens. A partir de agora também oferece gestão de frotas, eventos virtuais, expense management, gestão de expatriados e consultoria.
Pode ser (e deve ser) que outras empresas façam o mesmo. Mas a Alatur sabe se vender como poucos. É showcase e mostra resultados. E está com um time mais simpático no mercado do que em tempos atrás…
A concorrência que durma com um barulho desse. Ou melhor, não durma. E faça barulhos tão bons e tão eficazes, afinal, o mercado é de todos e não apenas de um, como quer fazer crer a Alatur (mas, lembremos, é o seu evento…não poderia ser diferente).
Parabéns pelo evento, pelo posicionamento e pela coragem. Pois toda ação geralmente envolve uma reação. E esperamos que o setor de viagens corporativas ganhe com isso. Com esse exemplo de evento e iniciativa com certeza já ganhamos todos.
Artur,
Sem entrar na discussão de é o maior (eu já passei dessa fase na adolescencia) este Forum da Alatur de renovou as esperanças.
Esperanças de que é possível uma empresa que faz eventos fazer um grande evento!
Para isso foi preciso que eles contratassem gente que sabe fazer (no caso a Imaginadora).
Com certeza foi o melhor evento que a Alatur já fez (pelo menos em que eu estive presente) como também o melhor evento do Trade no ano em termos de organização, conteúdo e forma – sem trocadilhos…
Que esteja aberta a disputa de quem realiza o melho evento do Trade! O vencedor? Com certeza seremos nós: os visitantes…
[…] UMA ALATUR QUE SABE SE VENDER INCOMODA MUITA GENTE […]
Olá Artur,
Você sempre é crítico na medida certa, para instigar e procurar verdades!
Gostaria de ressaltar o cuidado na criação e no desenvolvimeto das equipes. Se você ou algum dos leitores esteve nos fóruns anteriores, lembrará de colaboradores tímidos, em apresentações que pareciam quase sacrifícios. Nesse ano, ao vê-los em performances teatrais, WOW! Por serem pessoas como nós, notou-se emoção, mas não apreensão. Foi emocionante!
Um líder, seja em primeiro, em segundo ou em qualquer lugar em rankings, tem seus maiores desafios (ressaltados por Tondeur e Radcliffe) em temas relacionados com pessoas. A Alatur realmente deu gás ao time – e que gás! Tomara que esse combusível não acabe nunca!
Que essas iniciativas tragam avanço para todos nós!
Abraços,
Beth Wada