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Dia a dia

Venda transparente

Até que enfim a Anac deu uma bela enquadrada nas companhias aéreas que estavam vendendo seguro junto com passagens aéreas na internet. Já dissemos aqui e reiteramos que o dono do produto pode vendê-lo onde quiser, onde está o consumidor. Casas Bahia, barraca de pastel na feira, Daslu, Facebook, agência de viagens (on e off-line), megaoperadoras, drive-thru, sites próprios…enfim, tem de estar facilmente acessível ao cliente, que anda muito imprevisível e plural, no que diz respeito a canais de compra. Cada canal, aliás, que venda melhor seu peixe, lute, proteste, faça acordos, exija parceria… Mas o consumidor merece ter o direito de escolher.

O que o consumidor também merece é respeito e transparência — aliás, a exigência da Anac às empresas aéreas bem que poderia ser absorvida pela agência, que demora a atualizar seu site com informações de pedidos de voos, atas de reuniões… Algumas empresas aéreas (não importa com que intenção) estavam oferecendo seguro viagem aos clientes que comprassem diretamente no site. Até aí, mais uma vez, ótimo, maravilhoso, tentativa de criar nova receita. Mas o campo de compra do seguro (aqueles quadradinhos minúsculos) já vinha marcado como se o cliente quisesse o produto. Se ele não quisesse — e para isso teria de ver o campa, ler o que estava escrito e entender a oferta — deveria clicar sobre o quadrado e deixá-lo em branco.

Os consumidores mais atentos caíram uma vez só na pegadinha. Mas tem gente que até hoje não sabe que pagou por esse seguro. E há os que só veem quando emitem o comprovante: aí sim vem discriminado R$ 12 (ou mais ou menos isso) pelo tal do seguro.

A Anac entendeu perfeitamente que se tratava de uma venda forçada e pouco transparente. Pior é que teve empresa que, mesmo depois de notificada, continuou com o procedimento. A Anac, então, teve de endurecer: ou muda em 48 horas ou não poderá fazer qualquer alteração de malha aérea. O próximo alvo da Anac deve ser a polêmica venda de assentos de emergência ou na primeira fila das aeronaves a R$ 40 por uma das empresas. A princípio a venda é válida, mas não é qualquer um que pode se sentar na emergência das aeronaves, há a questão dos passageiros com dificuldade de locomoção, que devem ser acomodados na primeira fila. Enfim, faltou transparência na divulgação da cobrança.

Como também está faltando (transparência) na questão das obras de Guarulhos. De março a dezembro, deverá ocorrer diminuição das operações no aeroporto. Fala-se entre 25% e 50%. Fala-se em alternativas. Fala-se, fala-se, fala-se. Mas nada se comunica oficialmente. O que é ruim. Muito ruim, pois boatos brecam negócios, investimentos e viagens.

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Sobre o Autor

Artur Andrade

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

Comentar

  • Imagine quando chegarem as cobranças (se chegarem) por 1a. bagagem despachada, bagagem de mão, escolha de assento e até pelo uso do banheiro na aeronave, entre outras.

    Como são itens já cobrados por algumas (poucas) cias. aéreas nos EUA e Europa, esse tema já deveria ser objeto de debate pelo mercado, antes de sua implantação no país.

    Evitaria o desgaste e o custo da iniciativa, seguida de eventual proibição pelos órgãos reguladores.

    []’s

    Luís Vabo

  • Ótimo post Artur, pois as empresas aéreas estão cada vez mais desesperadas para conseguir recompor a receita perdida pelo aumento da concorrência e promoções descabidas lançadas no mercado. Lá fora, em outros países, temos vários tipos de preços, promoções de todos os tipos, mas com efeito compensador para as cias que são as vendas de outros produtos e serviços agregados, quase um “mercadão” na venda de um bilhete aéreo. Nosso país não está preparado para isso, muito menos os nossos clientes, pois essa cultura não cabe no nosso país, infelizmente…Se colocarem pelo menos 10% que já fazem lá fora, issa dará polícia nos aeroportos!!!

  • Luís, mais que a cobrança (pis vc disse que outras virão – e virão), o que está em questão é a transparência na venda. Eu tenho direito de saber que estou pagando uma taxa a mais e no caso do seguro ou qq serviço além do que já paguei, tenho de escolher e não que escolham por mim, como está ocorrrendo…

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Sobre o autor

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

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