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Dia a dia

#vivaedeixeviver

Tempo, tempo, tempo, tempo…

O tempo, que é cruel em alguns momentos, amigo em outros, passa por nós como alguém que vai nos empurrando na multidão e não vemos claramente de onde vem (o empurrão) ou para onde estamos indo.

O tempo passou e um ano depois de anunciar que não fazia falta o Facebook, ainda não tenho conta no Facebook (ou feicibúqui na pronúncia brasileira). Mas as empresas continuam gastando os tubos para saber o que pensa quem se embala dia e noite nas redes sociais diversas.

Em vez de me incentivarem, os que têm Facebook só despejam reclamação em meus ouvidos. Desde excesso de mensagens até mensagens inúteis, falta de tempo, invasão de privacidade, falta de noção… E como notícia ruim vem a cavalo e sempre tem um fofoqueiro de plantão para falar que seu namorado está com outra, que sua mulher estava muito decotada na festa, que seu sobrinho matou aula ou que o seu colega de trabalho estava bêbado e “facinho” em um vídeo no You Tube, não me faz falta mesmo. Notícia útil não chega, e tem quem gerencie o Facebook e o Twitter da PANROTAS. Então não fico tão alienado assim.

O tempo passou e o Facebook cresceu, abriu capital, mas não conseguiu me convencer. Assim como não aderi a tantas outras coisas. Continuo não bebendo e não fumando, vejam vocês. E a campanha da bebida é e foi infinitamente maior do que a do Facebook. Cada um com seu cada um.

Eu não tenho um milhão de amigos. Nem mil. Nem 100. Na vida real. E me relaciono com o turismo brasileiro e mundial via Portal PANROTAS, este blog e os veículos que edito. Paixões de Facebook também não me fazem falta, mas já descobri algumas na internet (por exemplo a que me inspirou alguns posts abaixo). Não sou avesso a nada tecnológico, me adapto a muitas novidades: amo o iPhone, o iPad, pago TODAS as minhas contas pela internet, compro ingresso de cinema, teatro, shows nos sites, comprei fogão e máquina de lavar no Submarino.com, compro passagens aéreas nos sites das empresas aéreas — aliás, dei uma de Matusalém e fui marcar assento pelo telefone e a taxa era de R$ 40 hahaha voltei pro site, claro —, vivo fuçando nos apps mais novos, jogo Song Pop, entre outros, uso Skype, Twitter, Viber, Whatsapp e alguns outros meios de comunicação gratuita, leio as colunas preferidas de jornais e revistas na internet, mas não deixo de comprar algumas, leio a revista Entertainment Weekly no iPad, compro filmes na iTunes Store… navego sem parar, vivo plugado… Mas o Facebook não me pegou. Nem eu faço falta lá e nem ele cá.

Conto o que quero para quem quero (seja pessoal ou profissional) e não tenho ninguém se achando meu melhor amigo mandando a foto da formatura de sétima série do filho. Adoro, aliás, ver de perto e pagar no colo os filhos dos amigos. Divido momentos no blog, alguns até inusitados, mas aqui entra quem quer, quem já sabe como sou.
Sinto que com o tempo passando cada vez mais (rápido?), me jogarei de cabeça em algumas facilidades tecnológicas (e é isso que prezo, facilidades, ineditismo), mas cada vez mais buscarei horas vagas para andar de mão dada pela praia, rir com crianças e adultos, chorar e gargalhar numa sala com tela gigantesca de cinema (e se for 3-D, Imax, surround, dolby ultra metal melhor ainda), comer apreciando a comida, conhecer os lugares sem ter de devorá-los como um Big Mac, relembrar com sorriso no rosto (e vasculhar as fotos digitais em arquivos desorganizados), dormir tarde pois é perda de tempo dormir, e acordar tarde, relutante, pois as últimas horas do sono são as melhores…

E daí o Facebook? Outros males me pegaram. Outros vícios me viciaram. Outros olhos me analisam cuidadosamente. E o julgamento pode ser veloz, rápido, injusto.

Tempo, tempo, tempo, tempo.

E tudo de bom. Para os com Facebook (muitos se divertem, se ocupam, se consolam, e isso é ótimo), para os sem redes sociais virtuais (e eles também se divertem tanto na mesa do bar, com o smartphone guardado), para quem merecer, para os que se comportarem mal e pedirem perdão com jeitinho, e para os que ainda virão, pois o mundo também é deles. #vivaedeixeviver

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Sobre o Autor

Artur Andrade

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

Comentar

  • Perfeito! Apesar de ter aderido ao FB, sempre priorizo o “tete-à tete” e acho que vc está certíssimo. Como sempre, show de artigo!

  • Certíssimo meu caro Artur. Eu aderi ao FB há muito tempo, mas tenho regras claras. Sei que os amigos são poucos e organizo as listas por interesse. Não posto nada que seja pessoal demais, e não perco tempo lendo bobagens. Para quem, como eu, tem parte da família e a quase totalidade dos (poucos) amigos fora do Brasil, não nego que é uma ferramenta eficiente, mas sem neurose, não me prendo com essas bobagens, e concordo contigo: é preciso continuar a curtir as coisas simples (e analógicas) da vida. Mesmo na leitura de informação, ainda não descobri emoção maior do que folhear a Veja no fim da tarde dos sábados. Ler um bom livro em papel também é um prazer que não dispenso. Cada um é cada um, você está certíssimo.

    Abraço.

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Sobre o autor

Artur Luiz Andrade é carioca, taurino, jornalista e nasceu em 1969. É editor-chefe da PANROTAS Editora e mora em São Paulo desde 1998

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