Quem passa dos 40 sabe o que é isso… Ou dos 30, dos 20… dessas idades “emblemáticas”. Pode ser aos 43 também. Ou aos 57. Nossa mente ou nosso espírito sabem que temos uma idade, nosso corpo ou nosso aprendizado acumulado contestam e dizem que não é bem assim. O importante é estar consciente de que vivemos sempre em transição e que nosso reinado (como geração dominante) dura muito pouco. Mas o importante mesmo não é reinar e sim conviver.
O Rio Olímpico, onde estou esta semana, está dando um show em convivência de gerações, nacionalidades, raças, classes sociais… Todo mundo junto e misturado, se cruzando pelas ruas, metrôs e locais oficiais. A Olimpíada, vale ressaltar, é um grande momento de transição. Como vai ser nossa ressaca olímpica? Como ficarão os que deixarão de trabalhar no evento? Captaremos outros grandes eventos? E a auto estima do carioca? E os políticos chamuscados? Temos eleição pela frente. Temos hotéis para lotar. Temos donos de carros e apartamentos que investiram na economia compartilhada. Temos inúmeras gerações para alimentar e bem receber.
O Turismo, já abordei esse tema várias vezes, vive de crises e transições também. As empresas familiares que o digam. E o que é se não uma crise de transição essa briga dos antigos franqueados da CVC com a empresa? A era do fio do bigode acabou. E o Turismo vive de novos contratos. Mas… onde ficam os relacionamentos? Não é fácil viver na transição. Nem prever o que vem no breve momento depois dela, até que chegue nova transição…
Mais transição: a novela que já virou a história das OTAs com os hotéis. Pior, tudo que já ocorreu lá fora. Contratos assinados e contestados. Arrependimento ou má gestão? Abuso de poder econômico ou modelos ultrapassados? Choro ou razão? Sempre disse que essa história de desintermediação era balela. Trocaram apenas os players. Hoje um hotel depende, para vender seus quartos, de desenvolvedores, integradores, OTAs, canais alternativos, agências tradicionais, TMCs, igrejas, associações, hóspedes frequentes (e o hóspede, no final, vai ser o fiel da balança, se gosta ou não do que experimentou)… e o Google, claro. Com suas palavrinhas caras… ops mágicas. É de enlouquecer qualquer um.
Não ensinaram gestão e matemática na faculdade de Hotelaria ou Turismo? Outro momento de transição… Me contaram que apenas seis estudantes se formaram no ano passado em Turismo na Anhembi Morumbi. Será verdade? Acadêmicos, me digam se é verdade pls… Aliás… e a transição da Academia? Continuam distantes ou é só impressão minha? Essa frase vai gerar bordoadas… mas venham com carinho. E mente aberta.
Afinal, estamos em transição.
Sobre a última frase – continuam distantes e se distanciando cada vez mais. Posso falar pela USP. Uma rápida conversa com alunos e dá para saber que não tem a menor ideia do que se passa no mundo real.
[…] o editor chefe da Panrotas, Artur Andrade, fez um post indicando que estamos, sempre, em transição. Encerra o texto questionando aspectos da formação […]
Olá Artur,
Gostei do texto e refleti sobre a info dos formandos da Anhembi Morumbi e cheguei a uma pergunta sem resposta:
Se formar em Turismo para quê? Pode abordar o tema?
Abraços