(foto da Agência Brasil)
Há poucos dias, a presidenta da Argentina, Cristina Kirschner, que já havia aumentado para 20% o imposto sobre o uso de cartão de crédito no Exterior criou uma nova taxa: pacotes e passagens aéreas para o Exterior foram acrescidos de 20% dessa tal taxa.
A presidenta de lá não quer que os argentinos saiam gastando dinheiro pelo mundo e sim em casa, mesmo com a escassez de um produto ou outro, com as limitações econômicas, com essa situação estranha que emana do país hermano.
20% para os ricos e abonados não quer dizer absolutamente nada e as viagens aos Estados Unidos, Paris e Londres estão garantidas. O problema é para as viagens de curta distância, para a classe média argentina que vai dar uma espairecida no Chile… ou no Brasil.
O impacto em destinos como Camboriú, Búzios, Rio, Floripa pode ser grande. E se eles vierem de carro, com limitação de gastos no cartão, sobrará para as aéreas. No mínimo.
Se o turismo fosse prioritário por aqui, a nossa presidenta já teria baixado a lei da reciprocidade, aquela que exige visto de quem exige da gente. OK, isso abriria uma crise entre os dois países (não queremos isso – o caminho, como mostra a Europa é o contrário, o da cooperação) e teríamos os emissivos e receptivos entre Brasil e Argentina com um abacaxi nas mãos. Então, por enquanto que se lasquem apenas o receptivo brasileiro e o emissivo argentino? Dos males, uma metade apenas?
Uma medida como essa afeta o turismo em toda a região. A secretária de Turismo do Chile, Jacqueline Plass Wähiling, em entrevista ao PANROTAS, está bastante preocupada com as medidas e já intensificou a promoção no Brasil. A Argentina é o principal emissor para o Chile e o país pode sofrer um rombo considerável. Assim, os brasileiros compensariam a queda de argentinos no Chile.
A Embratur já se preocupa com a vinda de jovens argentinos para a JMJ. Só os argentinos ricos poderão ver o novo papa no Rio?
A situação é delicada, mas mostra que nem lá nem cá o turismo é ouvido e levado a sério na esfera federal. E os empresários? O que dizem? Que continuem na corda bamba…
O pior é ver o Brasil defender a Argentina na OMC, enquanto a maioria dos países a criticaram duramente, exigindo sanções devido às políticas paternalistas impostas pelo governo do país ao longo dos últimos meses. A Argentina se fecha para o mundo com uma série de governos irresponsáveis que perseguem a imprensa livre e iludem a nação com taxas de inflação e cambio irreais. Uma pena ver um país tão rico, que já foi referencia mundial desmoronar desta forma. A melhor definição para a Argentina foi feita pela Veja: “Nunca tantos fizeram tão pouco com tanto.”