Hotel Toriba

Hotel Toriba investe em atrações ao ar livre na retomada

Aos poucos, os hotéis em algumas regiões do Brasil começam a reabrir, seguindo protocolos de segurança no período de pandemia. Em Campos do Jordão, o Toriba, que está operando com 60% da capacidade, investe em uma programação de viagem consciente para atrair hóspedes, uma vez que, neste momento, os bares e restaurantes do famoso bairro do Capivari estão fechados – a previsão é de que reabram nas próximas semanas.

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O destaque dessa programação é o Aventoriba, com atividades ao ar livre para hóspedes de todas as idades – uma vez que o hotel tem forte pegada familiar, e muito entretenimento para crianças. O Aventoriba está também aberto a não-hóspedes, mas nesse período, os programas coletivos estão ocorrendo no fim de semana.

Durante a semana, a prioridade são saídas com grupos individuais, que incluem apenas quem está viajando junto – casais, famílias ou grupos de amigos, entre outros. Os programas do Aventoriba incluem esportes, aventura e gastronomia – leia detalhes abaixo.

Hospedei-me no hotel, localizado em uma das partes mais altas de Campos do Jordão, próxima à entrada da cidade, no fim do mês passado. Da chegada a Campos até a entrada do Toriba, é preciso fazer uma grande escalada (de carro, em piso asfaltado). No percurso, a temperatura já ficou dois graus mais baixa. O hotel está a 1.800 metros de altitude e, segundo seu site, é o mais alto do Brasil.

Chalés ficam distribuídos no bosque do hotel

Vale a pena. Por causa de sua localização, as vistas do hotel septuagenário – foi fundado em 1943 – são espetaculares, e há uma grande área de vegetação em todo seu entorno. Isso favorece uma vida ao ar livre, em contato com a natureza, excelente para quem está procurando viver uma experiência muito além do bairro do Capivari – do qual, aliás, o Toriba é cerca de 5 km distante.

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Além disso, as noites estreladas oferecem um espetáculo à parte para os hóspedes do hotel – que, por enquanto, não têm muito o que fazer em Campos do Jordão durante a noite, além de desfrutar de suas atrações gastronômicas e culturais.

O Toriba em tempos de pandemia

Há seis anos, o hotel Toriba, fundado por Luiz Dumont Vilares, foi comprado por Aref Farkouh, arquiteto de São Paulo, que deu início à sua reformulação ainda não concluída. Os quartos originais, no prédio ao estilo de chalés dos alpes suíços, estão passando por reforma – alguns, como aqueles em que me hospedei, já estão prontos.

Além disso, teve início a construção de modernos chalés. Hoje, os chalés e quartos já estão no hotel em mesmo número – cerca de 25 para cada categoria. Ao chegar ao hotel, é preciso se identificar, para checagem da reserva. Não-hóspedes não podem usar as instalações do Toriba nem mesmo para almoçar e jantar nesse período. Os restaurantes do hotel, no entanto, estão fazendo entregas na cidade.

Era um domingo, dia em que o fluxo costuma ser de saída, e não de chegada a Campos do Jordão. Porém, o Toriba estava com sua capacidade máxima de ocupação, que foi mantida durante toda a semana.

Isso ocorre porque, com restrições a viagens internacionais e o receio de usar transporte aéreo para atingir locais mais distantes, muitos paulistanos estão passando suas férias em regiões próximas à capital do Estado, como a Serra da Mantiqueira – onde está localizada Campos do Jordão.

Área externa do restaurante

De acordo com a gerência, o hotel já estava com reservas esgotadas para o fim de semana até meados de agosto. E eram poucas as opções de hospedagem em quartos e chalés mesmo durante a semana.

Todos os funcionários utilizam máscaras em qualquer ambiente do hotel. As refeições dos três restaurantes estão sendo servidas no salão principal do hotel, com mesmas bem distantes umas das outras.

Gastronomia

Nos meus dois primeiros dias hospedada por lá, o cardápio estava bem restrito. Havia os sanduíches do Estação Toriba (paninis e hambúrgueres, a partir de R$ 25), que fica ao lado do hotel em uma réplica de um antigo trem. Está fechado, mas preparando as refeições para entrega no salão principal do hotel.

Outra opção era o menu de fondue (R$ 250). Quantos aos demais pratos, que incluíam carnes, peixes e massa (preços entre R$ 50 e R$ 90), havia apenas três opções por dia – fora entrada, sobremesa e menu kids. Considerei este um dos principais problemas do hotel, principalmente por estarmos em um período sem possibilidade de saída.

Salão principal para refeições

No entanto, de acordo com a gerência, a decisão foi tomada por segurança – entre as razões, há a restrição do número de funcionários por turno. De todo modo, em meu último dia de hospedagem, o cardápio já havia sido ampliado, trazendo mais variedade.

Além disso, todos os pratos que experimentei por lá (hambúrguer, carpaccio e peixe com salada) estavam saborosos e bem apresentados.

O café da manhã está sendo servido a la carte – em períodos normais, é no estilo buffet. Embora o serviço seja rápido, achei bem restrito, com frios, sucos, cesta de pães, bolos e opções de pratos quentes que incluem sanduíches simples, tapiocas e alguns tipos de ovos. Faltaram iogurtes, cereais e uma variedade maior de frutas.

Em tempos normais, o Toriba opera com opções de café da manhã incluído, ou pensão completa. A segunda modalidade não está disponível em tempos de pandemia. Em meu período de hospedagem, o perfil da maioria dos hóspedes era composto por casais com filhos (crianças e pré-adolescentes).

Além do salão principal, as refeições no Toriba também podem ser feitas em um jardim externo, com mesas grandes e vistas para o bosque. Pinturas e obras de arte que datam do período da construção do hotel são os destaques da decoração.

Estação Toriba

O quarto Panorama

Minha hospedagem foi em um quarto da categoria Panorama, a mais alta. Acima dela, estão os chalés. O apartamento foi reformado recentemente e tem 30 metros quadrados. No quarto específico, número 110, há uma cama de casal king e uma de solteiro.

As camas são bastante confortáveis, e o quarto ganhou toques contemporâneos, com muitos toques de madeira, em constraste com um aspecto retrô (visto no armário, nas cortinas e na porta original de acesso à grande sacada).

Quarto Panorama tem 30 metros quadrados

Original também é a janela do banheiro, que permite vista para a Serra da Mantiqueira durante o banho. Essa vista, mais ampla, pode ser desfrutada do balcão, com duas cadeiras de madeira. Além da serra, há muitos exemplares da Araucária, a bela árvore típica da região, que domina o bosque do hotel Toriba.

Para não dizer que adorei tudo no quarto, dois aspectos prejudicam um pouco a apresentação. O primeiro é o frigobar, daqueles brancos que vemos em toda categoria de hotel, e não combinam com uma hospedagem de luxo como o Toriba. Colocá-lo em um armário de madeira deixaria o ambiente mais bonito.

O quarto de um dos chalés

Os quadros de flores nas paredes também não combinaram com o ambiente. Para esse período de pandemia, o hotel aprimorou a rede Wi-Fi, com o objetivo de atrair pessoas que queiram passar por lá a semana, fazendo seu home office enquanto as crianças se divertem. De fato, o serviço funcionou muito bem para quase todas as atividades – até mesmo reprodução de filmes em streaming.

Para hospedagem em meados de setembro, o quarto Panorama tem tarifas a partir de R$ 900. Os mais simples partem de R$ 600.

Sala do mesmo chalé

Os novos chalés

Os chalés do Toriba são bem superiores aos quartos do edifício principal. Eles ficam espalhados pelo bosque do hotel. Construídos a partir do zero, sem necessidade de preservar as características originais do hotel, são luxuosos, contemporâneo e com aspecto sustentável.

Em comum, todos têm o amplo uso de madeira e ferro, que ressaltam a aparência contemporânea. Cada chalé tem entre dois e quatro quartos e suítes, que podem ser reservados separadamente.

Há um grande cuidado com os banheiros. Alguns usam porcelanato. Outros mármore. Em um dos chalés, o imenso boxe tem direito a banheira em estilo Provençal e até ao tronco de uma Araucária, que se estende pelo teto até o exterior.

Um dos chalés que visitamos, em um bloco de dois, tem quarto, sala e uma imensa sacada. No outro, de dois andares, o terraço é integrado ao quarto. Ambos oferecem uma imersão na natureza, no meio do bosque.

Para meados de setembro, as diárias dos chalés partem de R$ 1.050.

O que fazer no Toriba

Por determinação estadual para a região em que está Campos do Jordão, o amplo spa do hotel, by Loccitane, não está funcionando. Então, o hóspede não pode desfrutar de diversos tipos de banhos oferecidos.

Spa do hotel Toriba

Porém, as massagens podem ser realizadas em áreas abertas, com amplo processo de higienização entre o atendimento aos hóspedes. Ao lado do spa, há uma academia com janela panorâmica e vista para o bosque. A piscina, com opção aquecida, também está fechada por enquanto.

Em frente ao hotel, uma ampla área de floresta exclusiva para os hóspedes tem diversas opções de trilhas, que podem ser feitas a pé ou de bike. Para os pequenos, o Toriba preservou o escarregador que data de sua inauguração. Bem radical, ele dá acesso à brinquedoteca, que está quase sempre vazia.

Isso porque são diversas as opções de entretenimento para a criançada. A principal é a Fazendinha, espaço rural de entretenimento com monitores que tem animais como coelhos criados soltos, para a diversão da meninada.

Aventoriba

O programa de aventuras foi criado há dois anos com foco em levar os hóspedes para fora do hotel para curtir trilhas a pé, passeios equestres e até aventuras radicais de escalada à Pedra do Baú. Quase todas as modalidade incluem encerramento com almoço ou piquenique, dependendo do horário.

Há uma área para trilhas em frente ao hotel Toriba

Fiz o programa Aventoriba Por do Sol, uma trilha pela Mata Comprida. Ela fica em uma propriedade particular e parte do bairro Alto da Boa Vista. O encerramento é no alto de uma montanha, no mesmo bairro, com piquenique e por do sol.

O cardápio inclui vinho, queijos e frios e pães diversos. É acesa uma fogueira e a programação se estende até a noite. A vista é espetacular, com exemplares seculares da Araucária e muitas espécies de pássaros. No meio do caminho, há uma pequena cachoeira.

A trilha é de baixa dificuldade para quem já está levemente habituado. A mata é quase toda fechada, e dá para avistar algumas espécies peculiares de pássaros pelo caminho – aliás, há um programa exclusivo para esse fim.

Aventoriba Por do Sol

Os guias especializados que nos acompanharam por todo percurso informam que criança a partir de dois anos estão aptas para fazer a trilha. Mas, como há alguns trechos escorregadios, e uma ampla subida no final, eu certamente não levaria meu sobrinho de dois anos. Mas, certamente, consideraria um programa muito legal para os de seis, sete e oito.

O Aventoriba Por do Sol tem preço de R$ 250.

Vale a pena viajar durante a pandemia?

Ao chegar ao Toriba, minha primeira parada de um projeto de viagem consciente pela Serra da Mantiqueira, fiquei um pouco desanimada. Com todas as restrições, viajar, a princípio, pareceu algo um pouco banal.

Mas, após três dias no hotel, respirando ar puro, curtindo as boas opções gastronômicas e desfrutando diversas atividades ao ar livre, mudei completamente de ideia. De acordo com os guias do Aventoriba, a procura pelos programas tem sido cada vez mais altas, pois as pessoas estão descobrindo que existe vida e diversão fora de shoppings, restauramtes, bares e centros de compras.

Fazendinha do Toriba

De fato, acredito que esse período de pandemia tem sido, nesse aspecto, positivo. E que a o turismo ao ar livre, mais saudável e, na maioria das vezes, muito mais deslumbrante, é uma tendência que veio para ficar mesmo quando a vida voltar ao normal. O contato com a natureza é, hoje, a razão principal para se fazer viagens.

Nizuc Resort

Nizuc é mais sofisticado que cancun

Cancun é o mais tradicional destino do Caribe para brasileiros, e é um dos locais do México que está voltando a receber turistas (inclusive os dos nosso país) no início da reabertura em época de pandemia. Apesar de resorts grandiosos, a cidade mexicana não é um hot spot sofisticado. Isso, no entanto, não se aplica ao Nizuc Resort.

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O resort de luxo destoa de Cancun. É muito mais sofisticado que a cidade mexicana.

A zona hoteleira de Cancun ocupa uma extensa faixa, com um resort ao lado do outro, além de bares e shoppings. É a zona da “muvuca”. Para quem gosta de bater perna, o melhor local para se hospedar. Já para quem gosta de paz…

O Nizuc é para o segundo grupo, o da paz. Não há nada muito interessante por perto. Em compensação, os hóspedes podem desfrutar de uma praia particular com águas claras e calmas. Dependendo do horário, há formação de piscinas naturais.

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O resort não é all inclusive (os melhores nunca são). Porém, há seis restaurantes de excelente qualidade, que oferecem de culinária mexicana a internacional. O resort tem também spa e oferece diversas atividades esportivas, como canoagem e aulas de tênis.

Destaques do Nizuc

A decoração do Nizuc tem uma pegada ecológica e moderna. Os tons marrom e preto são preponderantes. Até a bela piscina de borda infinita, com vista para o mar do Caribe, é escurecida.

Banheiro de uma suíte no Nizuc

Os quatros usam também esses dois tons, além do bege e um ou outro detalhe em cores mais vivas. A madeira domina a decoração. Até no box há imitação do material.

Por falar em box, ele é amplo e traz ducha com efeito chuva. A banheira é separada. A maioria dos quartos tem sacada com espreguiçadeiras e vista para o mar. O menor apartamento tem 60 metros quadrados, e há suítes e bangalôs com quase 200 m² e piscina privativa.

Vista a partir de uma das suítes do Nizuc

Também chama a atenção o clube de praia, com cadeiras e espreguiçadeiras confortáveis e excelente serviço.

Explorando Cancun

O melhor de Cancun não está em Cancun. Embora seja um programa altamente turístico, a bela Isla Mujeres precisa ser conhecida.

Um pouco mais distante (dá para alugar um carro) estão a badalada (e bem mais sofisticada) Playa del Carmen, com seus bares decolados e hotéis de design. Tulum é uma visita obrigatória. Lá você poderá ver belíssimas ruínas da civilização maia.

Mandarin Oriental Hyde Park

Mandarin Oriental é um ícone da hotelaria de luxo em Londres

Em um edifício histórico, de estilo vitoriano, há um dos grandes ícones da hotelaria de luxo de Londres, o Mandarin Oriental Hyde Park. Dentro do prédio, você pode encontrar dois restaurantes de chefs estrelados. No entorno, de um lado, um dos parques mais lindos do mundo. Do outro, o paraíso das compras de luxo.

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Pelos salões desse edifício, que surgiu no século 19, já dançaram as princesas Margareth e Elizabeth. Elizabeth, hoje também conhecida como rainha da Inglaterra. Winston Churchill, um dos heróis do século 20, passava sempre por ali, com seu inconfundível charuto entre os lábios.

Ao longo dos anos, o Mandarin Oriental Hyde Park recebeu em seus salões, quartos e suítes figuras importantes das cenas britânica e mundial. E, no decorrer das décadas, não perdeu essa aura. Pelo contrário: a aprimorou. Nem dois incêndios, um deles bem recente, foram capazes de abalar essa estrutura.

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Antes Hotel Hyde Park, o estabelecimento passou em 1996 à administração da rede de luxo asiática Mandarin Oriental. Desde então, atrai pessoas que fazem questão de experiências exclusivas – seja como hóspedes ou clientes de seus restaurantes, bares e spa.

O hotel visto a partir do Hyde Park

Difícil, no caso desse hotel, é pensar em algo de que não gostei. Tudo ali é praticamente perfeito. Ponto a ponto, venha comigo descobrir o que faz do Mandarin Oriental, que passou por reformulação em 2018, ser a referência de luxo na cidade que muitos consideram a capital do mundo – ideia que pode não agradar aos nova-iorquinos.

Localização do Mandarin Oriental Hyde Park

Se o Shangri-La (leia aqui a resenha) fica em uma área de nova efervescência, e o Sofitel London St. James (confira resenha em breve) está no centro de tudo o que é mais importante para quem vai fazer turismo em Londres, o Mandarin Oriental é o epicentro de uma zona em que exclusividade é a palavra de ordem.

Desfile da cavalaria

Vamos começar pelo Hyde Park, o imenso parque que começa, dependendo do ponto de vista, na balada Park Lane, e termina no Kensington Gardens – os jardins do palácio que é uma espécie de condômino, no qual vivem Kate Middleton e seu marido, o príncipe, entre outros integrantes da família real.

O Mandarin está logo à frente do parque. É o único hotel de Londres com acesso praticamente direto a ele. Na rua calma entre o hotel e o Hyde Park, todos os dias, pontualmente às 10h30, passa o regimento da cavalaria, a caminho do Palácio de Buckingham para a troca de guarda. Uma tradição secular, como tantas na capital inglesa.

Knightsbridge

Ao lado do Mandarin, que fica naquela que é hoje uma das ruas mais badaladas de Londres, Knightsbridge, está o One Hyde Park. O condomínio residencial inaugurado há pouco mais de cinco anos é um dos mais luxuosos do mundo.

O único pub da Sloane Street

O serviço no condomínio é fornecido pelo Mandarin. No térreo, há a concessionária da McLaren que, desconfio, é a que mais vende carros da marca inglesa do mundo.

E há razões concretas para essa desconfiança que é quase uma certeza. Londres é considerada a capital mundial dos supercarros – à frente de Mônaco e Dubai. E é nas imediações de Knightsbridge o local que mais se vê, na capital inglesa, os automóveis mais exclusivos do mundo.

Compras de luxo

O Mandarin fica também a pouquíssimos passos dos dois mais exclusivos centros de compras da cidade: a loja Harrods e a rua Sloane. Ambas reúnem as mais importantes grifes do mundo.

Loja da McLaren ao lado do hotel

Percorrendo a Sloane, não deixe de passar pelo Gloucester, que, como a própria inscrição central na porta diz, é o único pub dessa rua. O ambiente de pub tipicamente londrino destoa da atmosfera altamente sofisticado de Knightsbridge, mas não se engane – o público, essencialmente britânico, é o típico dessa região da cidade.

Sobre as atrações turísticas, Buckingham está a menos de 1 km, ou a uma estação de metrô. A propósito, a estação Knightsbridge, ao lado do hotel, está em uma das principais linhas da cidade, a azul. Tem ligação direta, sem conexões, com o aeroporto de Heathrow.

Knightsbridge vista a partir do Mandarin

Percorrendo o Hyde Park, você logo chega ao Palácio de Kesington. O bairro de Chelsea está também bem próximo do hotel, assim como alguns museus e restaurantes que estão entre os mais badalados da cidade.

Outro destaque da região é um dos museus de design e decoração mais importantes do mundo, Victoria and Albert Museum. Foi batizado em homenagem ao casal que revolucionou a história da arte e da arquitetura em Londres no século 19, entre outras realizações: a rainha Victoria e seu marido, Albert.

Estilo e bares do Mandarin Oriental Hyde Park

Apesar da renovação, o Mandarin Oriental Hyde Park mantém sua essência, especialmente na entrada. Há um vestíbulo que dá acesso a uma escadaria. O salão escuro tem paredes de madeira e uma dominância de tons fortes, que remetem ao começo do século 20.

Quem vê o vestíbulo pode imaginar que vai encontrar essa temática nos demais ambientes do hotel. Mas se engana.

Ao subir as escadas, à direita há o eficiente balcão do serviço de concierge do hotel. À esquerda, a recepção cheia de elementos de decoração contemporâneos.

Atrás da recepção há um dos mais tradicionais salões de chá de Londres, o Rosebery. Apesar de o horário do chá da tarde ser às 17h, o salão também funciona como bar. Bem iluminado e com música ambiente leve, reúne muitas pessoas durante todo o dia.

O Rosebery é a parte do Mandarin que mais fará você lembrar que, antes do hotel, o prédio dava lugar a um famoso clube de cavalheiros.

Mandarin Bar

O hotel tem ainda o Mandarin Bar, para drinks à noite. Ali, o ambiente é moderno e a música ambiente, composta por vertentes leves da eletrônica. Fica aberto até 1 hora.

Restaurantes

O restaurante principal do Mandarin Oriental Hyde Park, Dinner by Heston, do badalado chef inglês Heston Blumenthal, é um dos mais sofisticados de Londres. Tem duas estrelas Michelin e está na lista dos 50 melhores do mundo da revista Restaurant.

Dinner by Heston

O Bar Boulud, mais casual, se mostrou uma ótima pedida gastronômica em Londres. Em um ambiente delicioso, com cozinha à mostra e um bar com balcão no centro, o simpático bistrô tem a assinatura de ninguém menos que Daniel Boulud.

O chef francês nascido em Lyon, capital mundial da gastronomia, acabou construindo sua maior glória em Nova York. Seu restaurante, Daniel, três estrelas no Guia Michelin, é um dos mais famosos do mundo.

Bar Boulud

Segundo a excelente equipe de atendimento do bistrô, o tartar lá servido – que experimentei e amei – segue a mesma receita do prato oferecido no Daniel.

O carro-chefe da gastronomia no restaurante é a culinária francesa e, apesar de diversas opções convencionais, eu escolhi aquele que é o prato signature do Bar Boulud: o hambúrguer. O melhor que já experimentei? Forte candidato.

O café da manhã, durante minha visita, estava sendo servido no bistrô – normalmente, é no restaurante de Blumenthal, mas ele estava, à época, fechado para uma reforma já concluída. O buffet contempla tradições de diversas partes do mundo e há muitas opções para quem tem restrições alimentares.

O bar do terraço

O Bar Boulud também é responsável pelo serviço do bar no terraço do hotel, com vista para o Hyde Park.

Chegada ao Mandarin Oriental Hyde Park

Chegamos ao hotel de táxi e nem vimos mais nossas malas até chegarmos ao quarto. Fomos recebidas por três adoráveis mensageiros, que nos levaram à recepção para o rápido check-in, no qual nos ofereceram água, sucos e toalhas umedecidas e odorizadas.

Como o quarto não estava pronto, fomos convidados a aguardar no Rosebery, para tomar um chá ou drink de cortesia. Meia hora depois fomos levados ao quarto pela mesma funcionária que fez nosso check-in, e o deslumbramento já começou nos corredores e hall de acesso aos elevadores.

Nos corredores, os destaques são fotos exclusivas de Mary McCartney, a filha de Paul. Talentosas, inclusive, as garotas do músico. Stella McCartney é hoje uma das estilistas mais conceituadas do mundo.

Em todos os andares, o hall dos elevadores é um espetáculo à parte, com poltronas, mesas e lustres sofisticados.

Quarto

Fomos recebidos com mimos incríveis: garrafa de champagne Moet and Chandon e chocolates belgas. O projeto do renovado Mandarin Oriental Hyde Park foi assinado pela designer inglesa Joyce Wang. O estilo contemporâneo sofisticado da decoração faz um casamento com elementos e escolas da primeira metade do século 20, especialmente a art deco – que se vê nas mesinhas de centro, por exemplo.

Nosso quarto era da categoria Hyde Park, com 36 metros quadrados e um pequeno hall de entrada – onde está o bar, máquina de café expresso, chaleira, etc.

O banheiro é todo revestido de mármore branco. Muito claro, iluminado, com amenidades da marca londrina Miller Harris, traz box grande, funcional e ducha com excelente pressão de água. Os espelhos têm contorno iluminado. Porém, em nosso quarto, não havia banheira.

No quarto, se destacam a cobertura cinza nos painéis de parede, a escrivaninha coberta de couro e os belíssimos e sofisticados lustres de ônix. Poltrona e cortina são em tons claros de verde e rosa – essas cores podem variar de acordo com o quarto.

Atrás das cortinas blackout, um dos grandes destaques do Mandarin Oriental: a vista para o Hyde Park.

Entre as facilidades havia secador de cabelos com excelente potência – e até prancha, ou chapinha, de ótima qualidade -, tomadas e adaptadores por todos os cantos e um fofíssimo kit de papelaria (além de chinelos personalizados e roupão).

A cama é do tipo king, adaptável ao corpo, e há menu de travesseiros.

Destaques do serviço

Meu voo era tarde da noite. Não havia disponibilidade de meu tipo de quarto para o dia da partida. Por isso, fui transferida, após o meio dia, para outra categoria de apartamento, para que pudesse contar com a facilidade do late check out gratuito. Pude deixar o hotel no horário mais conveniente para mim – às 18h, seis horas após o horário de check out.

Todas as solicitações de serviços de quarto são atendidas em minutos. E, no momento de minha irmã e companheira de viagem ir embora – ela partiu horas antes de mim -, achou interessante ir de metrô, já que a linha da estação Knightsbridge dá acesso sem conexão a Heathrow.

Como a estação não tem nem elevadores nem escadas rolantes, um mensageiro do hotel prontamente se ofereceu para ajudá-la com as malas.

O serviço de concierge sempre tem dicas ótimas a oferecer. Além disso, conseguiu para mim reservas de última hora em restaurantes muito disputados da região.

Toda a experiência é fantástica. Uma pena ter sido apenas de um dia, porque não deu tempo, por exemplo, de conhecer o renomado spa do Mandarin Oriental, com sua piscina aquecida. O hotel deixou muito claro por que é ícone do luxo em uma das cidades mais luxuosas do mundo.

O Mandarin Oriental está temporariamente fechado por causa da pandemia. Segundo a assessoria de imprensa do hotel no Brasil, não há ainda previsão de reabertura. Porém, em alguns sites de reserva, elas podem ser realizadas para datas a partir de 4 de julho – com preços que começam em 780 libras.

Rocco Forte Hotel de la Ville

Na Itália, Rede Rocco Forte investe em luxo resgatando a história

Pouco conhecido no Brasil, por não ter unidades aqui ou em qualquer outro país da América do Sul, o Rocco Forte é uma das referências em hotelaria de alto luxo nas cidades em que atua – a maior parte delas, na Europa. A pequena rede reúne elementos que encantam os sentidos e a memória dos hóspedes, gerando grande fascínio e, claro, a vontade de ficar mais. E voltar.

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O charme é a marca registrada da rede, e frequentemente faz um casamento acertado com elementos históricos e design peculiar. Conheci dois hotéis Rocco Forte exatamente em seu país origem, a Itália.

Em Roma, o Rocco Forte Hotel de la Ville foi inaugurado em maio de 2019, e aposta em se tornar um grande ponto de encontro na capital italiana. O Hotel Savoy, em Florença, já está há bem mais tempo sob a bandeira da rede hoteleira de luxo.

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Porém, ganhou mais charme e exclusividade em 2018, ao passar por uma completa renovação. Em comum, além de serem representantes da rede Rocco Forte, o De la Ville e o Savoy têm muito. Ambos ocupam localizações privilegiadas em duas das mais visitadas cidades italianas.

Spa no hotel De la Ville

O hotel de Roma – segundo da rede na capital Itália, depois do De Russie – fica bem ao lado da Escadaria de Espanha. O de Florença está na charmosa Praça da República, bem próximo ao imponente Duomo di Firenze.

São também hotéis antigos, que já existiam muito antes de passarem para a administração da rede. Assim, ocupam edifícios históricos, com fachadas impressionantes. Ambos também investem em alta gastronomia.

Rocco Forte Hotel de la Ville


Minha primeira imersão no universo Rocco Forte foi o Hotel de la Ville. Antes de passar para a administração da Rocco Forte, ele era o Intercontinental de la Ville.

Reformado e inaugurado em maio deste ano, o hotel tem uma fachada histórica e uma recepção minimalista, mas extremamente sofisticada. Por trás das portas do edifício, estão móveis contemporâneos em cores vivas, mas sem exageros.

Réplicas de esculturas e quadros inspirados no Renascimento estão por todos os lados. Um elevador panorâmico é o principal acesso aos andares de quartos e suítes.

Escadaria de Espanha, ao lado do hotel

Mas não é o único. Há outros dois blocos de elevadores, e cada um deles é uma obra de arte. Eles são decorados com mosaicos. As áreas abertas do Rocco Forte de la Ville também são destaques. No verão, os hóspedes desfrutam o café da manhã em um terraço.

Nessa área, o clima mediterrâneo domina a decoração, com tons coloridos na medida certa, como o contraste entre o tom do prédio e as janelas na cor verde. Uma imagem que remete bastante ao litoral da França e da Itália.

Bares, restaurantes e spa

No sexto e sétimo andares, o bar “rooftop” (Cielo Bar) serve drinks e refeições leves com uma vista impressionante para a cidade eterna. No verão, há DJs, administrando trilha sonora que acompanha um incrível por do sol. O bar já se tornou um ponto de encontro em Roma.

Bar Cielo

O outro bar do hotel (Julep) investe em decoração inspirada no século XVII de várias capitais europeias, mas com elementos contemporâneos. Durante minha estadia, ele estava fechado, assim como o restaurante que ocupa o mesmo andar (chamado de Mosaico).

Segundo informações do De La Ville, em agosto, por causa do verão, muitos hóspedes preferem desfrutar outras opções da noite de Roma a ficar nessas duas atrações do hotel. Daí, a opção por fechar. Uma pena; perdi a oportunidade de conhecê-los.

Julep

No entanto, estava aberto o outro restaurante, voltado tanto aos hóspedes quanto a clientes não hospedados. Também um ícone do casamento de design contemporâneo e histórico, o “Da Sistina” investe em culinária italiana com toques de cozinha internacional.

Outro destaque do De La Ville é o spa, que oferece diversos tipos de massagem e tratamentos em saunas variadas e banhos de luzes, por exemplo. Os produtos são de uma das marcas do grupo, Irene Forte.

Spa

Quarto Deluxe no De La Ville


Hospedei-me em um dos quartos mais sofisticados do hotel, da categoria Deluxe, com 35 metros quadrados. Alguns apartamentos dessa categoria têm uma entrada imponente, em frente ao elevador panorâmico.

A imponente porta de tom vermelho escuro (muito usado no hotel) dá acesso a um pequeno closet. O banheiro é revestido de mármore claro e azulejo bicolor, com box imenso e funcional – não gostei muito da pressão da água da ducha, para falar a verdade.

As amenidades, que incluem até kit de costura bem completo, são da marca Irene Forte, de excelente qualidade. Os tons de decoração variam bastante.

O quarto em que me hospedei era predominantemente claro, tom que estava nas cortinas, poltronas e até nos quadros com desenhos clássicos da arte italiana. Isso favorece a ampla iluminação proporcionada pelas duas janelas, que se abrem completamente (embora esse apartamento não tenha terraço) e são totalmente à prova de som. A vista é para a Via Sistina, ao lado da famosa Escadaria de Espanha.

Os tons claro são quebrados pelo preto de alguns móveis, como armários e o rack onde estão a TV e o minibar. A cama é do tipo “king”, com lençóis de algodão egípcio e imensos e confortáveis travesseiros.

Além das cortinas, há poucos elementos clássicos na decoração, que é contemporânea sem exageros, deixando o ambiente “clean” e sofisticado.

A TV é equipada com chrome cast, permitindo aos hóspedes visualizar programação em streamings como Netflix.

Suítes


O Rocco Forte De La Ville tem diversos tipos de suítes, das tradicionais “júnior” às chamadas “signatures”, ou topo de linha.

Conheci duas, ambas com terraço. A Grand Suite tem 60 metros quadrados e três ambientes. Já a Roma é uma “signature”. Além de 80 metros quadrados em quatro ambientes, que inclui uma imensa sala com sofá, poltrona e espreguiçadeiras, tem um terraço panorâmico com vistas impressionantes de Roma.

Por ali, há mesa, sofá e diversas espreguiçadeiras, para que os hóspedes possam aproveitar o sol do verão. As réplicas de importantes bustos da arte italiana são um elemento interessante na decoração das suítes do De La Ville.

Savoy


O Savoy é mais clássico que o De La Ville, mas nem por isso abre mão de elementos contemporâneos. Renovado no ano passado, teve seus 120 apartamentos e suítes transformados em apenas 80.

O lobby e outros ambientes do hotel, como bar e restaurante, foram decorados em colaboração com a marca de alta costura Emilio Pucci, que surgiu em Florença.

Lobby

Vários elementos da grife estão em sofás, mesas e outros detalhes do hotel.

As suítes são os destaques do Savoy. Hospedei-me em uma executiva, com 50 metros quadrados separados em sala, quarto e banheiro.

Aqui, o visual é mais clássico que no De La Ville, linha evidenciada em elementos como sofás e papel de parede. As janelas, que também abrem completamente, garantem uma bela vista para a Praça da República.

Quarto da suíte executiva

O imenso banheiro é todo revestido de mármore e tem banheira e box (de tamanho médio) separados. A pia é dupla.

Cama do tipo king, travesseiros imensos e confortáveis e lençóis de algodão egípcio também fazem parte do pacote de luxo dessa suíte do Savoy.

Pude conhecer também outras suítes do hotel. A Junior Deluxe tem o mesmo tamanho da executiva, mas com uma disposição e decoração levemente mais modernas.

Sala da suíte executiva

Já a presidencial, batizada de Duomo, é um ícone da sofisticação clássica. São pelo menos cinco ambientes em 152 metros quadrados, com direito à adega em uma enorme sala de jantar, além de uma cozinha exclusiva.

Há ainda um imenso closet, lavabo e sala, além do quarto principal. Ela pode ser também integrada a um dos quartos clássicos do hotel – os únicos que têm chuveiro sobre a banheira, uma solução que não me agrada.

Banheiro da suíte executiva

Outras atrações


Diferentemente do Rocco Forte De La Ville, o Savoy não tem spa. Em contrapartida, na renovação, foi montada uma imensa sala de ginástica, equipada com modernos e variados aparelhos. Uma academia com essas proporções é rara de se ver em um hotel relativamente pequeno, de design.

O restaurante do hotel é o Irene, especializado em culinária da região da Toscana. Além do salão principal, há ainda uma área externa, em plena Praça da República. Ali, as mesas são decoradas com elementos típicos da marca Emilio Pucci.

Restaurante Irene e bar do hotel

Integrado ao restaurante está o Irene Bar, que costuma reunir hóspedes, visitantes e moradores de Florença para drinks no fim da noite.

Também chama bastante a atenção no Savoy a localização. Quase tudo está a uma “walking distance”. Ou seja: dá para ir caminhando às principais atrações de Florença, como o Duomo, o Palacio Vecchio e a Galleria Uffizzi. Além, claro, dos bons restaurantes, bares e locais de compra da cidade que é o berço do Renascimento.

Lobby

Ao lado do Savoy, aliás, estão lojas de diversas marcas de luxo, como Gucci e Miu Miu.

Serviço


O serviço nos dois hotéis da rede Rocco Forte têm padrões semelhantes – e bastante altos. Da chegada ao check-out, os funcionários são impecáveis.

Após o check-in, há a apresentação do quarto por um funcionário da recepção. Nos dois hotéis Rocco Forte, fui recebida com simpáticas amenidades – chocolates, frutas e, no De la Ville, até garrafa de espumante.

Savoy está entre a Praça da República e o Duomo

Nota dez também para os mensageiros dos dois hotéis, especialmente em Florença. Como eu estava em uma “road trip” pela Toscana, e no centro da cidade é complicado se rodar de carro, eles providenciaram para que eu não tivesse de me preocupar com nada relacionado ao automóvel, além de me ensinarem caminhos que o GPS não conseguia identificar.

Aqui, porém, vale uma ressalva. Nem o hotel Savoy (ou nenhum outro do centro de Florença) é um ponto intermediário aconselhável para uma viagem de carro pela Toscana. As ruas dessa parte da cidade são de acesso limitado. Além disso, os estacionamentos são caríssimos – no Savoy, paguei 50 euros a diária.

Duomo de Florença

Vale também destacar, especialmente em Florença, a facilidade de comunicação com os funcionários no hotel. Todos falam inglês.

Pode parecer óbvio, mas não é. Em Roma esse problema é menos evidente, mas na região da Toscana, até mesmo em Florença, a comunicação em inglês é bastante complicada. Quase ninguém domina o idioma – e isso ocorre até mesmo em hotéis.

Shangri-La Londres

shangri-la é hotel para viver londres nas alturas

Antes de falar do Shangri-La London, é preciso entender o contexto em que ele está inserido. O hotel nas alturas é parte importante de um movimento de rebeldia e “emancipação” do passado. E, principalmente, um símbolo da Londres do século XXI.

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A aristocracia clássica que envolve Londres há séculos está concentrada nos prédios, ruas e estilos da região conhecida como central. Porém, há algumas áreas na mais cosmopolita cidade do mundo com modernidade pulsante, evidente. É como um grito rebelde de liberdade ante as tradições do passado.

O símbolo dessa nova Londres é o The Shard, edifício de 310 metros que é o mais alto da capital inglesa. O arranha-céu em forma de pirâmide se impõe às margens do rio Tâmisa, ao sul de Londres, rodeado por um movimento de diversidades inglesas e mundiais.

O edifício The Shard

Nas imediações há um trânsito constante de executivas e executivos baseadas no próprio The Shard, ou logo em frente, do outro lado do rio, no centro financeiro de Londres. E há britânicos e estrangeiros de todas as tribos entrando e saindo da estação London Bridge, uma das mais importantes da cidade, com trens, metrô e uma espécie de shopping bem variado em seus não muito claros corredores.

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A estação London Bridge está diretamente conectada ao The Shard. E, entre o 34° e o 52° andares do arranha-céu está o hotel de luxo que é o símbolo dessa nova Londres, o Shangri-La.

As vistas são o tema da filial londrina da pequena rede asiática de extremo-luxo. Todo de vidro, ele escolheu seus ambientes em torno de uma visualização de tirar o fôlego de quase tudo o que é importante na cidade.

O Tâmisa, a magnífica Tower Bridge e a catedral de Saint Paul são os principais pontos visuais para o hóspede e o visitante do Shangri-La. Porém, dá para ver muito mais, dependendo do ângulo: London Eye, Big Ben e Abadia de Westminster, por exemplo.

Não à toa, cada quarto tem seu próprio binóculo. Dá para perder minutos e mais minutos desbravando o melhor de Londres lá de cima.

Tower Bridge

Tudo no Shangri-La London foi milimetricamente calculado para privilegiar vistas. A decoração, os quartos e suítes, os bares e restaurante. O entorno pode não ser o mais adequado para quem visita Londres pela primeira vez, e tem altas expectativas sobre um mundo aristocrático. É, no entanto, um valoroso espetáculo.

Ponto a ponto, venha comigo conhecer os destaques (e um ou outro ponto fraco) do Shangri-La London.

Torre de Londres

LOCALIZAÇÃO DO SHANGRI-LA LONDON


A região em que está o Shangri-La é chamada de Southwark, uma das áreas do sul do Londres – como é chamada a parte da cidade às margens do Tâmisa oposta à do Big Ben.

Se você está visitando Londres pela primeira vez e não tem medo de metrô, pode escolher o Shangri-La sem hesitação. Afinal, ele está ao lado da estação London Bridge.

Porém, se você prefere “walking distance” (ir andando, em tradução livre) para as principais atrações, este não é o seu lugar. Prefira um hotel de luxo em Mayfair, principalmente na charmosa Park Lane, como o Dorchester, um dos símbolos de Londres, ou o Four Seasons.

Um pouco mais dentro do bairro, e mais perto de Buckingham, há o Sofitel London Saint James e, claro, o Ritz.

Knightsbridge é também uma opção se você não faz questão de ficar tão imerso na Londres tradicional aristocrática. A rua concentra dois dos hotéis mais exclusivos e badalados de Londres: Bulgari e Mandarin Oriental.

Além disso, é o paraíso para os amantes de compras. Está ao lado da loja de departamento de luxo Harrods (a Saks dos ingleses) e da Sloane Street, a meca do consumo de luxo londrino. Por ali, estão todas as marcas de alto luxo do mundo.

Porém, se ter uma experiência londrina muito diferente de suas expectativas é seu objetivo de visitante iniciante, o Shangri-La é seu lugar. Se você já conhece Londres e quer ir muito além do óbvio, idem. It’s up to you.

ENTORNO


O Shangri-La está a poucos passos do Tâmisa e da Tower Bridge. Atravessando a ponte, chega-se à Torre de Londres, palácio (aberto à visitação) que guarda as joias da coroa. Nas duas margens, um programa incrível é caminhar entre a Tower Bridge e a London Bridge.

Do lado sul, há áreas para práticas de esportes e muitos cafés e restaurantes, inclusive uma filial do balado The Ivy. Do norte, além da Torre de Londres e de outros bares, cafés e restaurantes, há o centro financeiro da cidade (London City).

Mas o mais legal desta área está a um quarteirão do Shangri-La. É o Bourough Market, o mercado mais antigo de Londres. São diversas barracas e lojas sob os trilhos de trens que chegam à estação London Bridge. Há de tudo: queijos, vinhos, pães, trufas, frutas…

The Globe, o pub dos filmes ‘Bridget Jones’

No entorno do mercado há diversos pubs tipicamente londrinos, frequentados, a partir das 17h, pelo pessoal do mercado financeiro – o público é majoritariamente inglês. Um deles é o “The Globe”, cenário dos dois primeiros filmes da série “Bridget Jones”. Ao lado do pub está o prédio que era a casa de Bridget (no terceiro filme também).

Por ali, também há um dos cenários da franquia de filmes Harry Potter. O entorno traz ainda diversos restaurantes, a principal faculdade de medicina da cidade e algumas cervejarias – uma das experiências oferecidas pelo Shangri-La é um tour por elas.

Para valorizar a região, o Shangri-La obtém a maioria dos ingredientes de seus restaurantes e bares no Bourough Market.

CHEGADA AO SHANGRI-LA LONDON


No piso térreo do The Shard está a entrada do hotel, e o serviço de concierge. Mensageiros já começam a mimar os hóspedes ali: retiram malas, encaminham ao elevador e explicam os principais pontos do hotel.

A recepção fica no 35° andar. Esqueça a decoração clássica que se vê na maior parte dos hotéis de luxo da região central. Por ali, tudo é contemporâneo e discreto. Poucas obras de arte e móveis cumprem muito bem o papel de não brigar com a atração principal: os vidros que garantem vistas panorâmicas de Londres. E a iluminação proporcionada por eles.

É comum chegar à recepção e ver pessoas com expressão de deslumbramento, ou fotografando aquele espetáculo incomum. O The Shard oferece uma atração, o The View, que consiste em subir ao topo do prédio para ver aquele incrível cenário.

O Shangri-La oferece praticamente o mesmo em 18 andares. No da recepção, também está o restaurante do hotel, o Ting, do qual falarei mais em seguida. Logo abaixo, há um lounge, a maior adega de champanhe Cristal da Inglaterra e diversas salas, que são mais reservadas para festas e casamentos do que para reuniões e conferências.

O Shangri-La é mais sobre experiências do que negócios. 70% dos hóspedes procuram o hotel para lazer.

QUARTO


O hóspede é levado a seu quarto, cuidadosamente preparado, por recepcionistas que explicam tudo o que você precisa saber. A Rita, que nos apresentou o nosso, no 42° andar, do tipo Premier City View, foi também quem o preparou. Ela deixou no vidro uma simpática mensagem em português, com meu nome.

Os quartos dessa categoria têm entre 47 e 58 metros quadrados. Isso porque cada apartamento do Shangri-La tem um desenho diferente. Nenhum é igual ao outro.

Como na recepção, a decoração sofisticada usa cores claras, bem neutras, para valorizar a vista. Papel de parede tem tom pastel e quase tudo é de madeira clara. O carpete é uma simulação do céu.

Fomos recebidos com simpáticos mimos: macarrons e outros tipos de doces (repostos diariamente), além de amostras do home spray do hotel e de um gim produzido naquela região da cidade, o Jensen.

Assim como o quarto, o banheiro envidraçado é um espetáculo. Tem box e banheira separados, e o hóspede toma banho vendo Londres do alto. A foto na banheira, aliás, é uma das mais produzidas entre os hóspedes do Shangri-La para redes sociais – óbvio que também fiz a minha.

No banheiro, as amenidades são completas, com direito a pastas e escovas de dente. Os produtos de banho são de uma linha especial da Loccitane. A potência do secador de cabelo poderia ser um pouco melhor.

Os quartos têm ainda lençóis de algodão egípcio, travesseiros grandes e confortáveis, cama king que se adapta os contornos do corpo, máquinas de café e chá, dock para tocadores digitais e minibar bem recheado.

As cortinas black-out têm controle de abertura e fechamento automáticos. Além do quarto, estão também nos banheiros. Da entrega das malas ao room service, os serviços são rápidos e eficientes.

SUÍTE SHANGRI-LA


Além dos quartos, o Shangri-La tem também diversos tipos de suítes. A Shangri-La é uma das signatures (topo de linha), muito reservada por altos executivos e noivas nos dias de seus casamentos, por exemplo. É também muito usada para eventos privados.

São pelo menos oito ambientes, com imensa sala, quarto, escritório, closet, sala de jantar e cozinha (com adega; o hotel já deixa alguns vinhos por lá, como sugestão). Os robes, roupões e amenidades são exclusivos da suíte. Há ainda menu de chinelos, com seis opções, diferentes em conforto, design e cores.

A suíte tem vistas para os dois principais lados do Tâmisa. Da sala, dá para ver tanto a Tower Bridge quando a Catedral de Saint Paul (junto com London Eye e Big Ben). A suíte tem 230 metros quadrados.

OUTRAS ATRAÇÕES


O restaurante do hotel é o Ting, no andar do lobby. Dividido entre salão principal e lounge para chá da tarde, oferece vistas em 270°, tão espetaculares à noite quanto durante o dia. Funciona para almoço, jantar, chá da tarde e café da manhã no estilo buffet – com opções a la carte também.

O buffet de café da manhã tem muitas opções asiáticas de diversos estilos. O público de países como Hong Kong, Singapura e China, aliás, era preponderante entre os hóspedes do hotel nos dias que passei por lá.

Para almoço e jantar, há gastronomia é internacional. E o restaurante atrai não só o público do hotel, mas diversidade de turistas e de moradores de Londres.

Experimentamos o menu de três pratos, com entrada, principal e sobremesa, além de acompanhamento. Há peixes, carnes e fruto do mar, tudo acompanhado por vinhos escolhidos de maneira personalizada pelo sommelier, que explica aos clientes a melhor forma de harmoniza-los com cada prato e todos os detalhes do produto.

No 52° andar há o bar Gong, de coquetéis, com direito a noites embaladas por DJs. Os drinks são homenagens a grandes invenções da humanidade. Usam e abusam da criatividade, em uma carta muito bem feita. O em homenagem ao rock, por exemplo, vem em um copo em forma de guitarra.

Já o bar 31 fica no térreo, investe em produtos da região para drinks e atrai o pessoal de Londres para happy hours. Tem um terraço temático: no momento, traz o quintal do gim, com variedades de drinks com o produto. Em breve, será substituído pelo tema Oktoberfest.

Há ainda uma piscina panorâmica e aquecida, rodeada por um belo lounge, e sala de ginástica muito bem equipada, que funciona 24 horas.

GOSTEI

Vistas, serviços, banheiro e quarto, restaurante

NÃO GOSTEI

Por causa dos ventos fortes nos andares altos, o hotel é todo fechado. Faz falta um ambiente ao ar livre, especialmente no verão. A potência do secador de cabelos poderia ser melhor