Mustang

Como ir de carro de las vegas ao grand canyon

Um dos pontos turísticos naturais mais emblemáticos dos EUA, o Grand Canyon tem três bordas: sul, norte e oeste. As duas primeiras ficam no Parque Nacional do Grand Canyon.

No Instagram: @rafaelatborges

Já a oeste fica na reserva indígena de Hualapai, e é a mais próxima de Las Vegas. Embora menos visitada que a sul, considerada a que oferece as mais belas vistas, é um passeio bastante viável para um bate-e-volta a partir da “Cidade do Pecado”.

São cerca de 150 km (duas horas de viagem) entre Las Vegas, em Nevada, e o cânion oeste, no Arizona. Para chegar à margem sul a partir da capital mundial dos jogos de azar, são 450 km. Pode esquecer: nesse caso, ir e voltar no mesmo dia não é viável.

Para quem quer visitar a margem sul a partir de Vegas, a melhor opção é o passeio de helicóptero. Preços? Partem de US$ 500.

LEIA TAMBÉM

Vale a pena? Você vai ver que pode até valer, pois a viagem de carro até a face oeste, menos impressionante, não é das mais baratas. Mas é possível também ir de ônibus, já com quase tudo incluído, por US$ 100 (nesse caso, economizando bastante).

Como eu gosto muito de viajar de carro e conhecer estradas, optei por ir de carro. Não vi a borda sul, e por isso podem apostar que vou voltar ao Grand Canyon em breve. Em contrapartida, tive uma experiência muito legal.

Carro alugado

Eu aluguei um Mustang conversível, que tem tudo a ver com essa viagem. Quer dizer, em agosto o calor daquela área desértica é tão forte que o melhor negócio é ficar com o teto fechado. Mas deu para abri-lo em alguns momentos, e curtir o vento contra o rosto.

No aluguel do carro, por uma diária, paguei US$ 150, já com tudo incluído (inclusive GPS, essencial, pois a rede do smartphone não funcionou durante a maior parte do trajeto).

Aluguei o Mustang aqui no Brasil mesmo, por meio do site Decolar. Além de fazer o pagamento em Real, evitando impostos do cartão de crédito para operações em moeda estrangeira, ainda consegui um preço menor que o oferecido no site da locadora (a Alamo). E dá para parcelar.

Las Vegas

Escolhi um carro esportivo ou equivalente. Isso significa que, ao chegar ao local, poderia ter à disposição um Mustang, mas também um Chevrolet Camaro ou um Dodge Charger (ou seja, um típico esportivo americano).

Retirei o carro na central de aluguel de veículos do aeroporto de Las Vegas. O hotel em que me hospedei, o Aria, assim como a maioria dos resorts da cidade, tem loja de locadora. Porém, ou o esportivo não estava disponível, ou era bem mais caro.

Eu retirei o Mustang de manhã – após transporte com Uber, por US$ 10, até o local de retirada – e optei por devolvê-lo no fim do dia, embora pudesse ficar com o Ford 24 horas. Assim, não precisei me preocupar com a devolução no dia seguinte.

Na retirada, as locadoras vão oferecer o pagamento antecipado de um tanque de combustível, por US$ 3 o galão. É um valor mais baixo que o cobrado em postos, mas no meu caso não valia a pena.

Para ir e voltar, não consegui gastar o tanque inteiro nem em um Mustang. Por isso, gasta-se menos abastecendo depois (sobrou um quarto do tanque).

Gastei US$ 40 para reabastecer o carro. O tanque completo, na locadora, ficaria em US$ 60.

O trajeto até o Grand Canyon

Saindo da central de aluguel de carros do aeroporto, coloquei no GPS a localização Hoover Dam. Trata-se de uma imensa represa na divisa entre Nevada e Arizona. Lá, está o também o gigantesco observatório da usina construída em cinco anos, para abastecer, além desses dois Estados, o da Califórnia.

Para quem curte cinema, a Hoover Dam já foi cenário de Transformers, Superman e Terremoto: A Falha de San Andreas.

Até lá, a partir de Las Vegas, são 50 km e pouco mais de meia hora. Primeiro, se trafega por uma rodovia de pista dupla. Já perto de Hoover Dam, está a via de pista simples, com vistas espetaculares para a represa.

Black Canyon

Após Hoover Dam, ao passar a divisa entre Nevada e Arizona, programe o GPS para “Grand Canyon Skywalk”. A estrada passa a ser dominada por montanhas e curvas.

Cerca de dez minutos após a entrada no Arizona, está um ponto de parada obrigatório, o observatório do Black Canyon (veja na foto acima). Trata-se de uma formação rochosa no rio Colorado, o mesmo do Grand Canyon.

Daí em diante, belíssimas montanhas e o deserto dão o tom à paisagem. Os dez quilômetros finais são em uma estrada estreita, cheia de curvas e montanhas, da qual já se pode o Grand Canyon Oeste.

Grand Canyon Oeste

Ao entrar na reserva indígena, há um estacionamento para o carro ao lado da loja de passeios para o cânion. O mais popular é Skywalk, grande atração do cânion oeste.

Trata-se de uma ponte em formato de ferradura, com o fundo transparente, para se observar o Grand Canyon. O acesso ao Skywalk custa US$ 70 e já inclui o ônibus para transporte até o local.

Além da parte do cânion em que está o Skywalk, você terá direito a visitar uma segunda seção, mais bonita.

Grand Canyon Oeste
Grand Canyon Oeste

Se não quiser ir ao Skywalk, o ônibus apenas para transporte entre os cânions custa US$ 50.

Há possibilidade de passeios de helicóptero, para ver também o cânion sul. Nesse caso, o preço parte de US$ 200. Para quem vai de ônibus, significa uma boa economia ante os US$ 500 cobrados a partir de Las Vegas.

Outras opções de passeio são de avião e barco, no rio Colorado, a partir de US$ 150.

A experiência que inclui o Skywalk, ou apenas o tour de ônibus, não leva mais do que 2 horas. Assim, contando o deslocamento para ir e voltar de Vegas, o passeio terá entre seis e sete horas.

Grand Canyon de Mustang

um roteiro para FUGIR DO ÓBVIO EM LAS VEGAS

Se você nunca esteve em Las Vegas, tem grandes chances de associar a cidade a cassinos e espetáculos do Cirque du Soleil. Mas, se você nem é fã nem de um nem de outro, a cidade do estado de Nevada, nos EUA, também reserva muitas atrações interessantes. E com uma alta dose de luxo.

LEIA TAMBÉM

Preparei aqui um roteiro de três a quatro dias em Las Vegas ignorando (quase tudo) o que a cidade tem de mais óbvio – e conhecido. Há muitas opções gastronômicas, bares, compras e atrações fora dos limites da cidade – para fazer um bate e volta.

LAS VEGAS TEM VÁRIAS CIDADES NO
CORAÇÃO DO DESERTO

Se você nunca esteve antes em Las Vegas, vale reservar metade de um dia para conhecer as cidades artificiais na Las Vegas Boulevard, que no trecho dos grandes hotéis é conhecida como Strip. Trata-se da principal avenida da zona turística.

The Venetian

Claro que as cidades artificiais são uma atração óbvia, mas não dá para ignorar, mesmo que por mera curiosidade, a reprodução de locais importantes da Itália, França e de outros lugares dos EUA no meio do deserto de Nevada.

No hotel The Venetian, há a reprodução dos canais de Veneza. Eles ficam na área de compras do hotel, com direito a passeio de gôndola e representações das principais atrações da cidade italiana, como a praça de São Marcos.

Representação da Fontana di Trevi no Ceasers Palace

A Itália também encontra uma homenagem no Ceasers Palace, onde o visitante pode ver um pouco da Roma antiga. Há até uma cópia da Fontana di Trevi. Já o Egito antigo é o tema do Luxor.

Uma das reproduções mais incríveis estão no hotel Paris, com réplicas em menor escala de duas grandes atrações da capital francesa: Torre Eiffel e Arco do Triunfo. Já a Estátua da Liberdade e ruas inspiradas nas da Big Apple estão no New York, New York, que oferece também a montanha russa mais concorrida da cidade.

Hotel Paris


FUJA DOS HOTÉIS TEMÁTICOS

Se o turismo de massa não é seu negócio, o ideal é fugir dos hotéis temáticos na hora de escolher a hospedagem. E a maioria tem temas, mesmo que não sejam homenagens a cidades importantes.

O Excalibur, por exemplo, é uma homenagem à história do rei Arthur, com representações de castelos e arenas da Inglaterra medieval. No Treasure Island, você encontrará o universo da caça ao tesouro em alto mar, com navios de piratas e outras atrações.

Já os hotéis não temáticos não são atrações turísticas. E, se atraírem não-hóspedes, é pela possibilidade de compras, casas noturnas e a alta gastronomia que oferecem. Meu escolhido foi o Aria, que cumpre esses critérios e tem um ótimo complexo de piscinas – ótima pedida para o verão.

A melhor notícia? A área reservada a pool parties típicas de Vegas é separada das duas piscinas destinadas aos hóspedes, com esteiras confortáveis e opções de cabanas privativas – para quem se hospeda nas suítes ou está disposto a pagar uma alta taxa extra.

No mesmo complexo do Aria está o “irmão” Vdara (opção para quem quer fugir da fumaça dos cassinos, pois esse hotel não oferece a atração), o descolado Cosmopolitan e o novo Waldorf Astoria. Todos são sofisticados, contemporâneos e não têm temas para atrair turismo em massa. Além disso, entre eles há o shopping Chrystals (leia mais abaixo).

GASTRONOMIA

Terminado o tour pelas atrações turísticas para os visitantes de primeira viagem, é hora de relaxar. Se for verão, vale a pena passar uma tarde no complexo de piscinas do hotel escolhido – na Strip, todos, mesmo os mais simples, oferecem essa comodidade.

E vale bastante a pena, pois no verão do deserto do Mohave, onde está localizada Las Vegas, os termômetros passam facilmente dos 40 graus. Os hotéis premium e de luxo têm também spas para relaxamento, com diversos tratamentos.

Sage, no Aria (Foto: Divulgação)

Para os adeptos dos esportes, é comum ter à disposição academias muito bem equipadas – a do Aria é do mesmo nível das mais badaladas da cidade de São Paulo, em área e nível de equipamentos.

O almoço e o jantar estão entre os melhores momentos de Las Vegas, pois as opções são variadas e há diversos restaurantes com a assinatura dos mais renomados chefs do mundo. Uma das razões para minha escolha de hospedagem, o Aria, foi a gastronomia.

O estrelado Joël Robuchon

O hotel tem pelo menos três dos restaurantes que estão em qualquer lista dos melhores da cidade. Entre eles, o carro-chefe é o Sage, com menu criativo assinado pelo chefe Shawn McClain e uma ótima carta de vinhos.

Outro destaque do Aria é o francês Brasserie Bardot, que transporta o cliente a um bistrô moderno de Paris. O bar central é um dos destaques da decoração. O hotel oferece ainda o Jean-Georges Steakhouse, casa especializada em carnes do chef que assina também o cardápio do restaurante do Palácio Tangará, em São Paulo.

Fora do Aria, quase todos os hotéis premium e de luxo de Las Vegas têm ótimas opções gastronômicas. O Joël Robuchon, do estrelado chef francês, tem visual art decó, está no MGM Grand e é um dos mais badalados de Las Vegas.

O famoso japonês Nobu tem filial no hotel de mesmo nome, que fica dentro do Ceasers. Esse hotel também tem algumas casas do badalado Gordon Ramsay, como o Hell´s Kitchen e o Gordon Ramsay Steakhouse.

Já o alemão radicado nos EUA Wolfgang Puck assina o cardápio de casas como a descontraída Cucina, no shopping Chrystals, e a CUT, no shopping The Grand Canal, no complexo do The Venetian.

Na maioria dos restaurantes, é imprescindível fazer reserva, especialmente no jantar. Mas se tomar uns drinks enquanto espera cerca de uma hora não é um problema para você, dá para decidir de última hora onde comer.

A NOITE DE LAS VEGAS

Las Vegas tem grandes espetáculos performáticos e diversas casas noturnas. Desse primeiro grupo, quase todo hotel da Strip tem espetáculos do Cirque du Soleil. O Love, homenagem aos Beatles, é um dos mais famosos, e fica em cartaz no Mirage.

Entre as casas noturnas, a Jewel, do Aria, é um dos clássicos, e sempre tem filas monstruosas na área de entrada. Abre às sextas-feiras, sábados e segundas-feiras. Os “irmãos” Wynn e Encore são outros conhecidos por suas casas noturnas, como a XS.

Love é o espetáculo do Cirque du Soleil no Mirage

Mas se você quer fugir dessas atrações mais conhecidas e curtir uma noite mais tranquila, as opções de bares em Las Vegas são muito atraentes. Na maioria, os destaques são os coquetéis.

No Aria, o Alibi Ultralounge é um lounge de decoração que combina elementos modernos com ar retrô. Elegante e sofisticado, reúne hóspedes e visitantes em balcão, mesas altas ou lounges privativos – pagos à parte.
Investe na boa coquetelaria e em música ambiente. Para música ao vivo – com clássicos do rock e do pop mundial -, a pedida é o Lift.

Outro bar badalado de Vegas é o Eastside Lounge, na piscina VIP da piscina do Encore. Como quase tudo no hotel, o vermelho domina a decoração desse lounge.

SkyBar, no Waldorf Astoria

No rooftop do Cosmopolitan, o Marquee é uma casa noturna que, antes do início da badalação, funciona como bar – inclusive durante o dia. Vale a pena pelos drinks e a vista incrível.

Outro rooftop badalado de Las Vegas é o SkyBar, no Waldorf Astoria, com vistas panorâmicas para a Strip.

COMPRAS

Para quem gosta de ir aos EUA fazer a festa em outlets repletos de lojas de grandes marcas mundiais com bons descontos, Las Vegas não deixa a desejar. Há um outlet ao norte e outro ao sul da Strip.

Se quiser passar o dia fazendo compras nesses dois complexos, você não vai se decepcionar. Vale a pena alugar um carro para levar as compras. Em Las Vegas, esse serviço é prático – todos os principais hotéis oferecem – e barato.

O shopping Chrystals

Mas se você quer experimentar o melhor das marcas mais sofisticadas do mundo, Las Vegas também é o paraíso. E o epicentro desse oásis se chama Crystals, o shopping mais sofisticado da Strip. Por lá, há uma reunião de grifes europeias como Chanel, Gucci, Louis Vuitton, Versace e Prada, entre outras.

Se você procura marcas um pouco menos sofisticadas (e baratas), mas também mundialmente famosas – como Tommy Hilfiger e DKNY -, o seu lugar é o Forum Shops, no Ceasers. O shopping se destaca pela iluminação e o teto que simulam uma eterna noite. É como circular em uma galeria italiana após o jantar.

BATE E VOLTA

Há coisas para se fazer nas imediações de Las Vegas. O principal programa? Visitar o Grand Canyon West, no Arizona. Essa parte do patrimônio natural não é tão espetacular quanto a Sul, mas é a mais viável de se visitar a partir da cidade – para a outra, não dá para fazer bate e volta, pois são mais de 400 km de distância da cidade de Nevada.

Black Canyon

Já o Grand Canyon West fica a pouco mais de 100 km de Las Vegas e a viagem dura cerca de uma hora e meia, de carro, ou duas horas, de ônibus – os hotéis oferecem esse tour em suas agências de turismo. Outra opção é ir de helicóptero, para um passeio panorâmico.

Eu fui de carro, pois as estradas são lindas, cercadas por montanhas após a divisa entre Nevada e Arizona. E essa opção permite fazer paradas pelo caminho, como na belíssima barragem Hoover Dam e no Black Canyon – há um observatório às margens da estrada, logo após a divisa entre os estados.
No caminho também encontrei alguns hotéis-cassinos de beira de estrada, com visual que lembra os de filmes de Velho Oeste.

Como optei por não alugar carro em Las Vegas – embora seja uma boa pedida, pois muitos hotéis oferecem estacionamento gratuito -, retirei um Mustang conversível pela manhã, no terminal de aluguel de carros do aeroporto, e o entreguei à noite, antes de retornar ao hotel.

Grand Canyon

Como já expliquei, dá para alugar o carro no próprio hotel. Mas o Mustang que queria não estava disponível nessas agências. E, nas de hotéis nos arredores, tinha preço bem mais alto que os US$ 80 que paguei no aeroporto.

LAS VEGAS E O CINEMA

Se você é fã de cinema, vai querer saber que hotéis foram mostrados em grandes clássicos da telona. “Onze Homens e um Segredo” é no Bellagio, um dos hotéis mais luxuosos e famosos de Las Vegas.

“Se Beber não Case” tem boa parte de sua ação ambientada no Ceasers Palace. “Última Viagem a Vegas”, com o quarteto fantástico formado por Michael Douglas, Robert De Niro, Morgan Freeman e Kevin Kline, mostra quase todos os ambientes do Aria.

O Planet Hollywood é cenário da comédia “Jogo do Amor em Las Vegas”, com Ashton Kutcher e Cameron Diaz. Já “Proposta Indecente”, clássico dos anos 90, usa cenários do Hilton Las Vegas.