Na primeira vez que fui a Las Vegas, nos EUA, olhando o mapa da cidade e os hotéis da principal avenida, achei que tudo fosse perto. Ao chegar lá, me deparei com uma realidade completamente diferente. Cada quadra da Las Vegas Boulevard – a avenida dos grandes hotéis, também conhecida como Strip – tem pelo menos 1 km.
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E muitos complexos hoteleiros ocupam uma quadra toda. Não são simples hotéis, e sim resorts com inúmeras opções de gastronomia, vida noturna e os famosos cassinos da cidade de Nevada. Uma boa notícia sobre Las Vegas é que os preços das habitações são bem mais baixos que em outros locais dos EUA, mesmo em tempos de inflação – no país, os preços de hospedagem estão altíssimos.
Por isso, Las Vegas é uma excelente oportunidade para investir naquele hotel de luxo, pois por US$ 150 por dia já dá para encontrar opções incríveis. Por outro lado, há propriedades menos luxuosas, mas também sofisticadas, a partir de US$ 50 a diária.
Mas tome cuidado, em Vegas, é cobrada uma taxa de resort, que pode chegar a US$ 40 por dia. Esse valor inclui coisas como uso da academia e Wi-Fi. No entanto, não é opcional. O pagamento é obrigatório.
Em mina última visita, na qual consegui uma super promoção para o Westgate Las Vegas, paguei em taxa de resort e impostos o mesmo que desembolsei pelas diárias. Além disso, tome cuidado com a empolgação. Apesar dos hotéis mais em conta, tudo em Las Vegas é caríssimo. Até o tradicional hambúrguer.
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O que fazer em Las Vegas
O coração de Las Vegas é a Strip, onde estão os principais hotéis da cidade. Cada um não é apenas uma opção de hospedagem: são verdadeiras atrações turísticas. Certamente, você não ficará restrito ao local que escolheu. Visitará também os outros resorts.
Os principais programas turísticos em Vegas são eles. Não dá para passar pela cidade, especialmente em uma primeira visita, sem ver o show de águas no Bellagio, a reprodução de Roma no Caesars Palace ou as da Cidade luz e de Nova York nos resorts Paris e New York New York, respectivamente.
Isso sem contar os canais de Veneza reproduzidos no complexo formado pelo The Venetian e o Palazzo. Mas não é só de atrações de hotéis que vive Las Vegas. Um dos programas imperdíveis é visitar o Grand Canyon. De carro ou ônibus (entre uma hora e meia e duas horas de viagem), se chega à parte oeste, com opção de passar pela impressionante barragem da represa Hoover (Hoover Dam). Você pode até não saber, mas já deve ter visto muitas vezes esse local no cinema.
Dá também para pagar o passeio de helicóptero e ir até o Grand Canyon sul, que é mais impressionante que o oeste. A formação rochosa natural fica, na verdade, no Estado de Arizona, vizinho a Nevada.
Outra boa pedida em Las Vegas é fazer compras. As lojas mais exclusivas do mundo estão espalhadas pela Strip, em locais como o shopping Crystals, o Bellagio e o complexo de resorts formado pelo Encore e o Wynn. Se alta costura e grifes europeias não são o seu objetivo, a cidade tem dois grandes outlets que valem a visita.
Festa em Vegas
Mas gastronomia e vida noturna são mesmo os destaques de Las Vegas. Restaurantes dos chefes mais renomados do mundo têm filiais espalhadas pelos hotéis da cidade, que oferecem também seus bares e casas noturnas.
Muitos investem em salas de espetáculos: o Cirque du Soleil é um clássico, e astros do pop estão quase sempre em cartaz. Outra peculiaridade de Vegas são as pool parties, as famosas festas nas piscinas dos hotéis. Ganham força entre abril e outubro, quando o clima quente é praticamente uma certeza (em outros meses, pode fazer frio na cidade).
Entendendo Las Vegas
Durante a tarde, o legal mesmo é caminhar pela Strip e ir entrando de hotel e hotel, principalmente em uma primeira visita. Você vai caminhar bastante, e o calor pode ser um sofrimento, especialmente de maio a setembro.
Por outro lado, a maior parte dos hotéis está interligada por passagens. Com isso, poucas vezes você terá de passar muito tempo caminhando pela Strip.
Para se locomover em Las Vegas sem precisar andar demais, há o monorail (trem suspenso). Ele interliga os hotéis do norte ao sul da Strip, mas “pula” algumas paradas – como no Encore/Wynn e no The Venetian/Palazzo. Para não-moradores, o bilhete custa US$ 5 (cerca de R$ 25). Dá para amenizar os gastos comprando um ticket para vários dias.
Outras opções são táxi, bem abundantes em Las Vegas, e serviços de carros particulares como Uber e Lift (bem popular nos Estados Unidos). Aqui, a dica é cadastrar no app seu cartão de débito internacional (se tiver) para não pagar spread cobrado pelos bancos tradicionais e o alto IOF dos cartões de crédito.
O epicentro
Já me hospedei em vários locais de Las Vegas, e cheguei à conclusão que a melhor opção é estar no local que chamo de epicentro da Strip. É a área entre as avenidas Tropicana e Flamingo. Nela, você encontrará opções como os complexos MGM Grand/Park MGM, Planet Hollywood, Aria/Vdara/Cosmopolitan/Waldorf Astoria e Caesars/Bellagio.
Com a hospedagem no epicentro, divida seu tour pelos hotéis em dois dias. Em um deles, vá ao norte, para ver o Paris, o The Venetian, o Wynn/Encore e o Resorts World. Este é o mais novo complexo de Las Vegas. Formado por Conrad, Hilton e Crockfords, se destaca pelo luxo e as dimensões do cassino.
Ao sul, há temáticos como Luxor e Excalibur, e luxuosos como Delano e Four Seasons. Outra vantagem do epicentro é a chance de, na maior parte dos dias da visita, estar mais próximo de seu quarto após o jantar, bar ou balada.
Claro que há sempre a chance de desfrutar essas atividades da vida noturna em um hotel ao sul ou norte. Porém, fica mais tranquilo ir conhecer um dos hits gastronômicos de Las Vegas, o Top of the World, no The Strat (ao norte), estando no Aria, ao centro, que no Four Seasons, no extremo sul.
Dicas sobre hotéis
Com isso em mente, ficam agora as dicas de hospedagem de acordo com o perfil e prioridades do viajante. Se o epicentro é bom para deslocamentos rápidos, não é tão legal para quem quer, por exemplo, fugir das ruas lotadas.
Então, escolha os seguintes hotéis se você:
Quer exclusividade, luxo e serviços personalizados – Waldorf Astoria, Four Seasons
Quer um hotel luxuoso com preços mais acessíveis – Hilton e Conrad (Resorts World), Caesars Palace, Nobu, The Cromwell.
Está em Las Vegas pelas compras de luxo – Complexo Aria/Vdara/Cosmopolitan/Waldorf Astoria (shopping Crystals), Bellagio, Encore/Wynn.
Odeia hotéis temáticos – Complexo Aria/Vdara/Cosmopolitan/Waldorf Astoria, Four Seasons, Delano, Resorts World.
É fã de hotéis temáticos – Caesars, The Venetian, Paris, New York, New York, Treasure Island.
Não gosta do clima dos cassinos – Vdara, Four Seasons, Trump.
Quer aproveitar as melhores opções gastronômicas sem sair do resort – MGM Grand, Aria, Bellagio/Ceasers, Wynn/Encore, The Venetian.
Pretende passar a maior parte do tempo no cassino – Bellagio, Caesars, MGM Grand, Resorts World.
Vai a Vegas pelas baladas e pools parties – Aria, Cosmopolitan, Encore/Wynn.
Visita a cidade para um evento no centro de convenções – Westgate (tem ligação direta com o espaço), Wynn/Encore, Resorts World, SpringHill Suítes by Marriott (em frente ao pavilhão oeste).
Restaurantes que indico
Top of the World – tem vista panorâmica para a Strip e um menu de vários passos que está fazendo sucesso em Las Vegas. Fica no The Strat.
Brasserie Bardot – o melhor francês de Las Vegas. Está no Aria.
Catch – tem unidades em Los Angeles e Nova York e é conhecido pelos jantares com alta dose de agito. Também no Aria.
Joel Robuchon – o renomado chefe francês tem dois restaurantes lado a lado no MGM Grand, um casual e outro sofisticado. Ambos são muitos concorridos. Não se esqueça de fazer reserva.
Edge Steakhouse – No despretensioso Westgate, é um dos melhores restaurantes de carnes de Las Vegas, e oferece um steak tartare inesquecível.
Nobu – os fãs de culinária japonesa não podem deixar de experimentar um dos melhores do mundo. Fica no hotel de mesmo nome, dentro do Caesars.
Não recomendo – Cipriani, no Wynn/Encore. Muito famoso em Nova York, deixa bastante a desejar na qualidade dos pratos em Las Vegas. Só tem preço (alto).