Iberia

Como é voar na classe executiva da Iberia

Na hora de escolher em qual classe executiva voar, o conforto da poltrona é o fator que mais levo em consideração. Se esta fosse a prioridade de todos, talvez a business da Iberia pudesse disputar o prêmio de melhor da Europa.

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Porém, quem paga um alto valor para voar nessa cabine espera bem mais que uma poltrona confortável. A qualidade do serviço, em solo, a bordo e na sala VIP, é primordial. E é nesse ponto que a Iberia comete alguns pecados.

A Iberia passou a voar com a nova classe executiva para o Brasil em 2015. O meu voo foi de Madri a São Paulo, noturno. A aeronave é o A330, da Airbus. A configuração é 1-2-1, que é a minha preferida. É usada também pela Air France, por exemplo.

Essa configuração garante privacidade especialmente para quem está viajando sozinho. Quem quiser ir lado a lado pode utilizar as poltronas do meio.

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Check-in e serviço em solo

Na verdade, meu check-in foi em Malpensa, aeroporto internacional de Milão (Itália). Madri foi a conexão para São Paulo – o hub da Iberia é no aeroporto de Barajas, na capital da Espanha.

O check-in preferencial no aeroporto italiano foi lento, mas não por causa de filas – havia apenas duas pessoas à minha frente. A funcionária que estava fazendo o atendimento era lenta, não sei se por causa do sistema da companhia. Talvez, tenha sido apenas um problema pontual.

Em Malpensa, há “fast track” para os passageiros de classe executiva. Isso significa fila especial, e mais rápida, para o raio-X (não havia ninguém à minha frente).

Em alguns aeroportos, há “fast track” também para imigração. Não sei se é o caso de Malpensa, pois fiz a imigração em Madri (na cidade italiana, o voo era dentro da União Europeia).

O voo em Malpensa atrasou cerca de meia hora. O embarque para a executiva é preferencial, mas formou-se uma fila na entrada do avião – algo que acabou ocorrendo também no embarque em Madri, para o voo com destino a São Paulo.

Cheguei a Madri, portanto, com um leve atraso. O desembarque foi no terminal 4, enquanto meu voo era no satélite dessa mesma área, chamado de 4S. O acesso é de trem.

O principal problema em solo ocorreu no aeroporto de Madri, e não teve nada a ver com a Iberia. Pelo contrário: a companhia até enviou um email avisando antecipadamente sobre isso, e sugerindo algumas providências para os passageiros. No meu caso, não havia o que fazer, já que eu estava em conexão.

O problema era reforma da área onde é realizada a imigração, que acabou causando a formação de uma imensa fila. Fiquei por lá cerca de 40 minutos – em Barajas, não há “fast track” para imigração.

Sala VIP da Iberia

O atraso do voo em Malpensa e a demora na imigração acabaram abreviando meu tempo na sala VIP da Iberia no terminal 4S. Mas deu tempo de aproveitar um pouco – minha conexão era de cerca de 3 horas.

Em minha opinião, o lounge da Iberia é um dos melhores destinados à classe executiva. Amplo, tem restaurante a la carte e um excelente buffet.

As áreas para sentar são variadas: mesas, poltronas confortáveis, sofás… Há ainda um espaço para dormir: pequenas camas em salinhas privativas com cortinas e uma mesinha ao lado. Excelente para quem tem conexões longas.

Iberia/Divulgação

O problema, aqui, ficou por conta dos pequenos detalhes no serviço. Cheguei e solicitei um chuveiro, para tomar banho antes de embarcar. Tive de ficar em uma lista de espera por meia hora.

Não é a primeira vez que isso ocorre na sala VIP da Iberia. Na outra ocasião em que solicitei o serviço, também tive de esperar.

Quando chegou minha vez, recebi, na recepção, um código para abrir uma das cabines de banho (que não funcionou). Recebi ajuda de uma das funcionárias que ficam no local.

Iberia/Divulgação

Porém, os amenities (xampu e sabonete) não haviam sido repostos. Havia apenas um restinho de produto.

Também senti falta de pessoas para repor comidas e bebidas no lounge.

A bordo

Para quem gosta de privacidade, o ideal é escolher as poltronas de números pares (a minha era 2). O console fica voltado para o corredor. Nas ímpares, ele fica ao lado da janela, deixando o passageiro mais exposto.

As poltronas são largas e têm várias opções de ajuste, além das pré-determinadas (pouso e decolagem, descanso, e cama). Não há um apoio para os pés na própria poltrona, apenas o a frente. Porém, como ele fica muito próximo, achei uma ótima e confortável solução.

A poltrona é flat-bed – reclina em 180° e vira cama. Nesse quesito, é uma das mais confortáveis entre as disponíveis nas companhias aéreas europeias.

Outro ponto alto é a diversidade de porta-objetos para guardar pertences. O amenity kit também é bem completo, com cremes, proteção para ouvido e olhos, meias, etc.

A tela é sensível ao toque e grande, mas tem uso um pouco confuso e demora a responder. Já a programação de filmes e séries é extensa, com opções de legendas para alguns programas e variedade de idiomas.

O serviço inclui jantar e café da manhã. No primeiro, havia três opções de entrada e três de prato principal. O que escolhi não estava muito saboroso.

No café da manhã, o omelete estava gelado, mas os pães, quentinhos. Havia muitas opções de bebida, com vinhos de boa qualidade – e rótulo de La Rioja, região em que estão as vinícolas mais famosas da Espanha.

O atendimento das comissárias e comissários é correto, sem grandes destaques.

O pior contratempo durante o voo foi o fato de apenas um dos banheiros destinados à executiva estarem funcionando. Isso acabou formando filas para utilizar a cabine, especialmente pela manhã.

Por que vale a pena

Para mim, voar na executiva da Iberia vale muito a pena. Houve contratempos, é claro, mas o conforto é destaque.

Além disso, a entrega das malas foi extremamente rápida. No quesito serviço, para mim o destaque foi este.

O principal, no entanto, é o preço. A Iberia costuma oferecer valores mais competitivos que a concorrência para quem adquire os bilhetes com boa antecedência (três meses, pelo menos). Além disso, há boas condições de parcelamento.