A semana começa com a repercussão do Oscar 2019, que premiou o sul-coreano “Parasita” como melhor filme. E no embalo do cinema, que tal visitar uma região que já emprestou seu cenário para diversos filmes.
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Em minha recente visita à Toscana, fiz um “tour cinematográfico”, passando por locais que emprestaram sua beleza a três produções de que gosto bastante: “Hannibal”, “A vida é bela” e “Sob o sol da Toscana”.
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São três filmes bem diferentes, mas que se encontram nas paisagens impressionantes dessa romântica região italiana.
Cortona é encanto no topo de uma colina
Da lista, a história da americana traída e abandonada pelo marido que se muda para a Toscana é a que menos me atrai. O que sempre me encantou em “Sob o sol da Toscana” não foi o roteiro, e sim os cenários e a fotografia.
Paisagens rurais dessa região da Itália se alternam com o epicentro geográfico do filme, a cidade de Cortona, que fica no topo de uma colina – como outras da Toscana.
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Como me hospedei em um hotel agriturismo nas imediações da cidade, ela foi minha primeira visita do roteiro de cinema. Cortona, como vários locais da região, tem lindas vistas e vielas repletas de construções históricas.
Um cenário bem comum em “Sob o sol da Toscana” é a escadaria do Pallazzo Comunale. Já na Piazza de la Repubbica a personagem principal, Frances Mayes (Diane Lane), escreve uma carta endereçada à mãe de um dos seus companheiros de excursão – antes de decidir abandonar o grupo e se mudar para a Itália.
O filme é baseado na experiência real de Frances, que comprou a antiga e bela, mas fora de ordem Villa Bramasole, em um impulso, durante uma viagem de férias pós-divórcio. Escritora, ela transformou essa experiência no livro “Sob o sol da Toscana”, que depois virou filme.
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A casa que “interpretou” a Villa Bramasole é a Villa Laura, a seis quilômetros do centro de Cortona. O local está disponível para aluguel para temporadas. A Villa Bramasole de verdade fica nas imediações da cidade, e até hoje e a casa de Frances.
Toscana dos anos 30 e 40 em clássico italiano
Premiado com o Oscar de melhor filme estrangeiro – categoria que passou a se chamar “filme internacional” na edição deste domingo do prêmio -, “A Vida é Bela” é um dos filmes mais consagrados do cinema italiano. A história de Guido (Roeberto Benigni) e Dora (Nicoleta Braschi) se passa nas ruas de Arezzo.
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A cidade, a 30 km de Cortona, sabe explorar bastante sua conexão com o filme. Em todos os locais que serviram de cenário para a produção, há uma placa explicando a cena.
Um desses locais, em uma rua entre a estação de trem de Arezzo e o centro da cidade, é o prédio que foi cenário da escola em que Dora, professora, trabalhava.
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Ao lado está a basílica de São Francisco. Lá, Guido corteja Dora e a convida para tomar um sorvete.
Já o Duomo di Arezzo emprestou suas escadarias para a cena em que Guido estende um tapete vermelho para Dora, evitando que sua amada molhasse seus pés.
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A Florença de Hannibal Lecter
No final de “O silêncio dos inocentes”, o psicopata Hannibal Lecter (Anthony Hopkins) foge da prisão. Anos depois, volta à lista dos criminosos mais procurados, ação impulsionada pela pressão do bilionário Mason Verger (Gary Oldman), que foi vítima do assassino e quer se vingar.
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É nesse ponto que tem início “Hannibal”, de Ridley Scott. Clarice Starling está de volta à trama, mas desta vez interpretada por Julianne Moore, que substitui Jodie Foster (premiada com o Oscar pelo papel).
Em um vídeo de segurança de uma loja, Clarice descobre o destino de Lecter em seus anos foragido: Florença, a mais importante cidade da Toscana. E parte do roteiro se passa em uma das capitais mundiais da cultura e arte, além de berço do Renascimento.
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Uma das cenas mais chocantes de “Hannibal”, quando Lecter assassina o policial italiano Pazzi, mostra a fachada do Palazzo Vecchio. Já a residência do psicopata é o Palazzo Capponi.
Um dos principais cartões-postais de Florença, a Ponte Vecchio é repleta de lojas de joias, além de bijuterias e outras acessórios. É lá que o policial Pazzi, disposto a capturar Lecter para entregá-lo a Verger e conseguir uma gorda recompensa, compra um bracelete para tentar registrar as impressões digitais do psicopata.
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Depois, Pazzi lava suas mãos cheias de sangue na fonte do Porcellino, na qual, dia a dia, turistas jogam suas moedinhas e fazem pedidos, além de registrarem o momento com uma foto.
A fonte do porquinho é ao lado do Mercado Novo. Por lá, há diversos artigos de couro italiano à venda – com preços bem interessantes.
Bônus: Montepulciano é a Volterra das telas
Esse filme não está na minha lista dos favoritos, mas o assisti. A parte que gostei? O Porsche amarelo percorrendo as estradas da Toscana. Estou falando de “Lua Nova”, o segundo capítulo da saga vampiresca adolescente “Crepúsculo”.
Ali no fim do filme, a mocinha Bella (Kristen Stewart) vai à Volterra, na Itália, “casa” dos grandes vilões da história, os Volturi. A missão? Resgatar seu amado Edward Cullen (Robert Pattinson).
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Volterra de fato existe e fica na Toscana. É uma cidade medieval que funciona muito bem em um passeio combinado com a não muito distante San Gimignano. Porém, o cenário para as cenas de “Lua Nova” foi o centro medieval de Montepulciano.
O palácio dos Volturi é o principal da cidade, o Pallazzo del Comune. Fica no alto de Montepulciano e em frente à piazza Grande, cenário para uma festa típica, com pessoas vestidas de vermelho, encenada em “Lua Nova”.
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Ao visitar Montepulciano, aproveite para degustar e comprar trufas e azeites trufados. E, se é fã de vinhos, os da cidade são uma das referências na Itália. Nos arredores, aliás, há algumas boas vinícolas para visitar.