Em Tomar, a janela mais famosa de Portugal

A Janela do Capítulo, no Convento de Cristo, em Tomar

Não é raro topar com países que possuem uma cidade como Tomar. Um lugar um tanto remoto, um tanto pequeno, mas que por um motivo ou outro tem o seu lugar cravado no imaginário de um povo. No caso de Tomar, essa imagem na cabeça do português muito provavelmente é a de uma janela.

Qualquer um em visita ao país logo percebe que portugueses apreciam uma boa conversa debruçados em batentes. De bairros tradicionais em cidades grandes a minúsculas aldeias, as notícias correm quando as venezianas se abrem. Mas não é de qualquer janela que falo.

Convento de Cristo

Há mais de 500 anos, uma janela em especial foi escolhida para colocar em rocha toda a ostentação que a megalomania de sua era foi capaz de desenvolver. Na fachada ocidental do Convento de Cristo, no ápice do estilo manuelino, está exibida a Janela do Capítulo (ou Janela Manuelina).

Encravados na parede estão temas caros à época, como as navegações e a igreja. É como se a imponente obra descrevesse os passos dos portugueses no período. Aos olhos do espectador, a janela encarna a liderança que Portugal assumia perante o mundo ocidental.

As diversas “fases” do complexo se permeiam

O passeio pelo Convento de Cristo, no entanto, não se resume à Janela do Capítulo. Complexo finalizado apenas no século 18, mais de 600 anos depois de seu início, a Igreja/Fortificação/Castelo retoma diversos momentos da história do país. Nele, períodos da trajetória de Portugal se aglomeram – por vezes fisicamente, com corredores tapando fachadas e escadas estranhamente beirando janelas.

O orgulho de Tomar, cidade de pouco mais de 40 mil habitantes no centro de Portugal, é hospedar esta que foi a sede da Ordem dos Templários, intimamente ligada aos primórdios da nação lusitana e com construção iniciada no século 12. Desde 1983 o local é tombado como Patrimônio Mundial pela Unesco – tema que já foi abordado pelo Viajante 3.0 em outro momento.

A fachada ocidental, com a Janela Manuelina e seus dois contrafortes

A visita ao local é paga, com bilhetes a € 6 – residentes de Portugal têm entrada gratuita em domingos e feriados até as 14h. Há também uma trilha pelos muros do castelo que eu acho indispensável. Além de uma vista espetacular dos entornos de Tomar, há todo um clima medieval que só fortificações com tanto tempo e história são capazes de oferecer. De quebra, para quem estiver por lá no inverno, dá pra fazer um lanchinho com as laranjas que dão nos jardins do convento.

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Vista da muralha do Convento de Cristo

Pé na estrada novamente

Terminal 3 do Aeroporto Internacional de Guarulhos

Esses últimos meses de Brasil passaram rápido e, corrido que foi, acabei deixando o blog meio de lado. As postagens ficaram esparsas, mas como eu havia adiantado anteriormente no texto que apresentou a nova sala VIP da Air France, não deixei de alimentar esse espaço no período.

Volto com este texto para dizer que, mais uma vez, estou em definitivo fora do Brasil. A Europa segue como destino e, por conta disso, o Turismo no continente será tema frequente do blog – porém, não exclusivamente.

Pelas próximas semanas estarei alocado em uma quinta no Centro de Portugal, mais precisamente na província do Ribatejo. Não vou adiantar muito aqui porque pretendo esmiuçar em textos futuros essa experiência no campo.

O importante é dizer que o blog segue vivíssimo e que agora será alimentado mais periodicamente. Os textos anteriores estão aqui no arquivo, não deixem de ler. A jornada do Viajante 3.0 continua pela blogosfera da PANROTAS e também pelo Instagram.

Alta gastronomia voando de econômica? Na Air France é possível

Criação do Maison Lenôtre leva alta gastronomia a bordo da Air France (Divulgação/Air France)

No meu retorno temporário ao Brasil, a volta foi a bordo da Air France, como vocês viram aqui no blog quando relatei minha experiência no novíssimo VIP Lounge da aérea em Charles de Gaulle. Pois bem, se não bastasse todo o conforto que me foi disponibilizado nessa Sala VIP, durante o voo a Air France também tratou de me apresentar a um mundo novo na experiência gastronômica.

Além do tradicional (e gratuito) serviço de catering em voos de longa duração, com refeições completas e amplo menu de bebidas, a Air France disponibiliza a seus passageiros das classes Economy e Premium Economy a opção de realizar um “upgrade” na comida. Essa preciosidade se chama Menus à La Carte e, acreditem, pagar a mais pela comida no avião não é um luxo absurdo. São seis temas diferentes disponíveis para os passageiros Air France.

Opções à la carte estão disponíveis nas classes Economy e Premium Economy (Divulgação/Air France)

Aqui vou citar quais são os menus, com preço indicado, mas mais à frente vou me ater ao cardápio que eu consumi. Há lá o My Fun Menu (€ 13), a opção de hambúrguer e chips; o Le Marché de Jean Imbert (€ 21), assinado pelo popular chef com interpretações de seus pratos; o Une Sélection Lenôtre (€ 28), alta gastronomia francesa assinada por chefs da Maison Lenôtre; o Menu Tradition (€ 18), focado na culinária francesa; o Menu Océan (€ 15), inspirado nos sabores do mar; e o Menu Italia (€ 12), que é meio autodescritivo.

A minha escolha foi o Une Sélection Lenôtre, que é um menu criado por chefs da tradicional casa francesa e que varia de acordo com as estações do ano (disponível somente em voos que saem de Paris). A refeição consistia em fingers de berinjela e creme de parmesão como entrada, seguido de peito de frango com pimento de piquillo e purê de batata no prato principal. Queijo camembert e uvas acompanhavam o menu, que tinha de sobremesa o especialíssimo bolo de chocolate amargo Concerto, uma das assinaturas da Lenôtre.

Serviço de bordo, um dos pontos altos da experiência na Air France (Divulgação/Air France)

Ao escrever sobre a experiência de provar alta culinária a bordo, dois pontos me fazem defender essa escolha. O primeiro trata da refeição em si. Cardápios nas classes econômicas giram em torno de praticidade e da possibilidade de atender o maior número de gostos possível. Em geral, a entrada não dialoga com o prato principal, a sobremesa não brilha os olhos de ninguém.

No caso do Une Sélection Lenôtre, com menu criado de forma uniforme, fica claro por onde os chefs pretendiam me levar. Para mim, a delicadeza e suculência do frango ficaram mais evidentes justamente por conta da acidez da berinjela na entrada. O camembert tinha uma função ao antecipar o chocolate amargo do Concerto, e por aí vai.

O outro ponto é financeiro, já que dentro de um aeroporto você não conseguirá encontrar opções gastronomicamente tão bem trabalhadas como estas, acompanhadas de bebidas, pelos preços praticados pela Air France. O Menu Tradition, por exemplo, oferece culinária francesa por € 18, valor que, nos terminais, dificilmente cobre uma taça de vinho e entrada.

Menu Océan, que custa € 15 nas saídas desde Paris (Divulgação/Air France)

Os Menus à La Carte da companhia devem ser adquiridos de forma on-line. São três os momentos em que o passageiro pode escolher, confirmar e pagar pela refeição: na compra da passagem; entre 90 dias e 24 horas antes do voo (no menu “Suas Reservas”); ou entre 30 horas e 24 horas antes do voo (durante o check-in on-line).

Vale checar no sistema quais cardápios estão disponíveis no trecho do voo em questão. Algumas opções são exclusivas de certas regiões, como o Une Sélection Lenôtre é das saídas internacionais de Paris, ou o Menu Italia, que fica restrito a rotas da América do Norte, África e Ásia.

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