Denver, a cidade que respira esporte

Estampado na cabeça o fanatismo pelo Rockies, time de beisebol da cidade (Evan Semón/CBS4)

Algumas cidades têm uma aptidão para esportes maior do que outras. Em geral, grandes centros urbanos são os responsáveis pelo sucesso de equipes nas modalidades ditas “da massa”. Mas dentro da competitiva cultura de excelência norte-americana, uma capital no meio do mapa dos Estados Unidos, em um estado que tem metade da população da cidade de Nova York, fugiu à regra.

A região metropolitana de Denver, no Colorado, não chega a ter 3 milhões de habitantes. É a cidade com menor população a ter representantes em todas as quatro grandes ligas dos Estados Unidos – MLB (Major League Baseball), NBA (National Basketball Association), NHL (National Hockey League) e NFL (National Football League). Apenas outras 12 cidades americanas, em geral bem maiores do que Denver, carregam o mesmo status.

Com médias de público respeitáveis, superando a bilheteria de cidades em grandes centros, os números deixam claro o quão importante o esporte é para a região. Para se ter uma ideia, na última temporada do futebol americano, o Denver Broncos registrou a 5ª melhor média de público dentre todos os 32 times participantes na NFL.

Sports Authority FIeld lotado para partida do Denver Broncos (Visit Denver)

Aliás, competitivamente falando, talvez o Broncos seja o melhor exemplo local na atualidade. A história recente da equipe de futebol americano é vitoriosa, com títulos do Super Bowl em 1998, 1999 e 2016. Também carregando o nome da cidade, mas com um retrospecto menos glorioso, o Denver Nuggets nunca foi campeão da NBA e ficou de fora dos playoffs nas últimas cinco temporadas. O Colorado Rockies (MLB), também sem títulos no currículo, e o Colorado Avalanche (NHL), campeão nacional em 1996 e 2001, são as duas outras equipes nos chamados “major sports”.

Além dos quatro clubes nas quatro principais ligas do país, Denver também é representada no futebol americano da NCAA (National Collegiate Athletic Association), na MLS (Major League Soccer), na NLL (National Lacrosse League) e na MLR (Major League Rugby). Com menor expressão, Colorado Mammoth e Glendale Raptors são os times de lacrosse e rugby, respectivamente.

Contando jardas no campo do Broncos, durante festa da IPW 18

Representante da disputada elite do futebol americano universitário, o Colorado Buffaloes é uma das equipes mais tradicionais do país – são 128 anos de história, sendo o longínquo ano de 1890 a primeira temporada competitiva da equipe. Diversos títulos regionais e um contestado campeonato nacional, em 1990, estão na sala de troféus da universidade.

Cada vez mais forte nos Estados Unidos, o futebol começou profissionalmente há pouco tempo e Denver faz parte desta história desde o princípio. Logo na primeira temporada da MLS, em 1996, o Colorado Rapids figurava entre os clubes fundadores da liga. De lá para cá são 22 temporadas, um título nacional (2010) e média de público atual superior a 15 mil torcedores por partida.

Como você pode ver, essa predisposição de Denver para o esporte é histórica e de fato está presente no cotidiano da cidade. Mas um fator recente, intrínseco à faceta mercadológica dos esportes profissionais nos Estados Unidos, explica um pouco esse cenário atual de múltiplas equipes em múltiplas modalidades. Esse fator responde pelo nome de Stan Kroenke.

O magnata, que tem fortuna avaliada pela Forbes em US$ 8,3 bilhões, empreende em diversas frentes nos Estados Unidos, de ranchos a shoppings. Outro mercado lucrativo para o empresário tem sido o esporte – especialmente dentro do território do Colorado.

Pepsi Center, casa do Denver Nuggets e do Colorado Avalanche, equipes do magnata Stan Kroenke (Visit Denver)

Kroenke é dono ou acionista majoritário dos já citados Denver Nuggets (NBA), Colorado Avalanche (NHL), Colorado Rapids (MLS) e Colorado Mammoth (NLL) – dos major sports, apenas Denver Broncos (NFL) e Colorado Rockies (MLB) não estão sob a batuta das holdings do investidor.

Se impulsionado pela ânsia capitalista dos bilhões de Stan Kroenke ou parte fundamental da cultura da população denveriana, o que importa é que o esporte é um dos pilares da vida na capital do Colorado.

Para quem quiser acompanhar as equipes de Denver, confira abaixo as datas da temporada regular de cada modalidade presente na cidade:

Denver Broncos (NFL, futebol americano) – 9 de setembro de 2018 a 30 de dezembro de 2018, no estádio Sports Authority Field at Mile High.

Denver Nuggets (NBA, basquete) – outubro de 2018 a abril de 2019, na arena Pepsi Center.

Colorado Rockies (MLB, beisebol) – abril de 2018 a setembro de 2018, no estádio Coors Field.

Colorado Avalanche (NHL, hóquei no gelo) – outubro de 2018 a abril de 2019, na arena Pepsi Center

Colorado Rapids (MLS, futebol) – março de 2018 a outubro de 2018, no estádio Dick’s Sporting Goods Park.

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O Porto no radar do Turismo e no mapa da United

Portão de embarque em Newark

Não são muitos os fatores capazes de evidenciar quando que um destino de fato entrou no mainstream do Turismo. Aumento no número de visitantes ano a ano, projetos de novos hotéis e interesse de companhias aéreas internacionais certamente encabeçam essa lista. Queridinho dos últimos anos na Europa, o Porto, em Portugal, tem se consolidado no mercado atraindo turistas cada vez de mais longe. Uma prova de que a cidade de fato entrou no radar do viajante internacional é a crescente oferta de voos de e para o Porto.

Atualmente o aeroporto Francisco Sá Carneiro tem ligação direta com mais de 70 cidades. O ano de 2017 terminou com recorde histórico de passageiros transportados, segundo a ANA, administradora do equipamento. No ano, 10,7 milhões de viajantes passaram pelos seus terminais, o equivalente a um aumento de 15% em relação a 2016.

Mapa da rota EWR/OPO

A tendência segue em 2018. No primeiro trimestre, o aeroporto recebeu 2,3 milhões de passageiros, aumento de 12% se comparado ao mesmo período do ano passado. Números que atraem gigantes como a norte-americana United Airlines, que iniciou em maio uma operação diária entre Porto e Nova York (Newark). Restrito à alta temporada, a rota visa encorpar a já volumosa presença de turistas norte-americanos na cidade. O voo tem oito horas de duração e é realizado a bordo de um Boeing 757-200, com capacidade de transportar 169 passageiros.

Como alguém que vive no Porto, eu posso dizer que ações como estas têm o poder de elevar o destino a um novo patamar, sobretudo em se tratando de um hub tão importante como Newark, em um mercado tão interessante como o norte-americano. Por um lado mais pessoal, esse voo não poderia ter vindo em melhor hora.

Estive recentemente nos Estados Unidos. Fui a Denver, no Colorado, para a cobertura da IPW 2018 (acompanhe na próxima edição da Revista PANROTAS). Meu voo de ida, que parava em Newark antes de chegar em Denver, saía de Lisboa e me exigiu uma desconfortável e longa viagem de trem regional pela madrugada.

United voa para o Porto a bordo do Boeing 757 (Flickr/Eric Salard)

Ao ficar sabendo dessa nova operação para o Porto, consegui com a United que mudassem meu voo (obrigado, Jacqueline Conrado e equipe!) e pude ver em ação a nova rota – especialmente, pude experimentar o conforto de chegar no seu exato destino e ainda antes do programado.

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Milaneses e a cidade de Milão

O verde é constante em Milão, principalmente em áreas residenciais

Não foi uma escolha minha o roteiro ser dessa maneira, mas essa recente visita à Itália me proporcionou um itinerário interessante. Desembarquei do Seabourn Ovation em Veneza, uma cidade estritamente turística, e rumei para Milão, de onde meu voo de volta sairia e na qual o Turismo é apenas uma das facetas da cidade.

Esse paralelo entre os dois locais foi instantâneo. Primeiro porque a experiência inicial em Veneza foi um tanto quanto caótica. Segundo porque cheguei em Milão no fim da tarde de um domingo, em um ambiente completamente familiar.

O hotel em que fiquei era próximo da estação Wagner de metrô, em uma área residencial por essência. Sim, havia muitos estabelecimentos comerciais pelas principais avenidas no entorno da Piazza Piemonte, mas era pelos milaneses que os bares e restaurantes estavam tomados.

Famílias inteiras, mesas cheias com amigos, uns dates, a população local aproveitava o pôr do sol tardio e o clima favorável para curtir o dia à sua maneira. Logo descobri que se tratava do l’aperitivo a Milano.

A corridinha matinal aos pés do Duomo

O ato de se reunir para um drinque e beliscar algumas delícias antes da refeição é algo tradicional da cidade. O aperitivo é religioso em Milão e usualmente acontece após o expediente – mas, como presenciei, não se desperdiça uma tarde gostosa de domingo.

Nos locais mais tradicionais (e menos pomposos), paga-se um valor um pouco maior pela bebida (paguei € 10), mas que te dá direito a um pratinho e uma visita ao buffet de petiscos. A ideia não é se empanturrar de comida e perder o jantar. A própria origem do termo, que em latim significa “que abre e excita o apetite”, deixa isso claro.

Na manhã seguinte, os milaneses novamente me mostravam como usufruem sua cidade. Saí do hotel bem cedo para visitar a Piazza Duomo, talvez o ponto mais turístico de Milão, para tirar algumas fotos.

É de se imaginar que áreas que concentram tantas pessoas, principalmente turistas, sejam evitadas pelos moradores locais – até porque eles sabem rotas alternativas para evitá-las. No início da manhã, no entanto, isso não se faz necessário.

Galleria Vittorio Emanuele em uma silenciosa manhã

A imponente fachada da Catedral e o arco de entrada da Galleria Vittorio Emanuele lá estavam, acho que até maiores pelo vazio e silêncio da praça. Mas quem também estava eram pessoas comuns, iniciando seus dias, talvez a caminho do trabalho, ou em suas corridas matinais, alguns até mesmo atravessando a galeria vazia.

Segunda cidade mais populosa da Itália, com mais de 1,3 milhão de habitantes, Milão é conhecida por ser a terra da moda e do design, além de concentrar o mercado financeiro italiano. Ou seja, apesar de ser uma indústria importante, Turismo não é sua prioridade.

Nessa minha primeira visita, pude acabar com alguns preconceitos em relação a Milão. Fiquei fascinado por sua vida cotidiana, pela quantidade de verde nas ruas e, principalmente, por enxergar como o milanês curte sua própria cidade.

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