O que achei de Star Wars: Galaxy’s Edge, na Disneyland

A icônica Millennium Falcom, em tamanho real, na Disneyland (Richard Harbaugh/Disney Parks)

Star Wars é um daqueles feitos contemporâneos que extrapolam a cultura pop. A saga saiu da cabeça de George Lucas na década de 70 e, desde então, acumulou legiões de fãs por todo o mundo. É difícil pensar em uma história ficcional que seja levada tão a sério por tantas pessoas há tanto tempo. Star Wars, para muitos, é religião. Por isso era tão delicado o trabalho da Disney quando anunciou que levaria o universo do filme para seus parques temáticos. Não havia, e não há, espaço para erros.

Começo explicando como eu caí de paraquedas em Star Wars: Galaxy’s Edge logo na primeira semana após a inauguração. No início deste mês, estive em Anaheim, Califórnia, para a edição 2019 do IPW – a cobertura completa da feira está no Portal PANROTAS e na edição #1377 da Revista PANROTAS. Sediado na terra escolhida por Walt Disney para hospedar seu primeiro parque, o IPW aproveitou a deixa para promover a festa de abertura justamente na Disneyland e, mais especificamente, na terra do Star Wars, que havia sido inaugurada dois dias antes. Trato neste post, então, de algumas impressões que tive neste primeiro contato com a tão aguardada novidade da Disney Parks.

Eu e o editor-chefe da PANROTAS, Artur Luiz Andrade

Discutindo com amigos após a visita, comentei que há de certa forma um paradoxo na criação da área. O universo Star Wars não existe, é ficcional, mas está há tanto tempo alimentando nosso imaginário (mais de quatro décadas!) que o exigente fã da saga sabe exatamente o que ele quer ver em um espaço como esse. Ou seja, a vantagem que o pioneirismo dava a Disney era muito pequena diante do ônus de não poder falhar com os entusiastas. Mas fiquem tranquilos, a Disney não falhou.

Galaxy’s Edge se passa no remoto planeta de Batuu, em um entreposto comercial que está ocupado tanto pelo aparato da Primeira Ordem como pelas forças rebeldes. Como interação é uma das principais apostas da Disney para este espaço, não raro você irá cruzar com patrulhas de stormtroopers e o líder Kylo Ren buscando informações sobre rebeldes em fuga – ou o contrário, poderá ajudar rebeldes a escaparem na surdina dos oficiais. A área ainda conta com apresentações ao longo do dia, como um chamado de Chewbacca para encontrar no público alguém que possa lhe ajudar em suas próximas missões.

Chewbacca pertinho do público, para interagir e tirar fotos (Disneyland Resort)

Tudo isso acontece em um cenário que abusa de detalhes para ser convincente. As construções, seja no interior ou no exterior, são trabalhadas à exaustão. A minha impressão é que a Disney mirou num parque temático e acertou em um set de filmagem. Os espaços são tão “reais” que algumas cenas das próximas produções de Star Wars poderiam muito bem utilizar o parque como locação. Quando eu falo em detalhes, pense em oficinas mecânicas completas para podracers, pense em droids abandonados aqui e ali, pense em staff vestido de acordo com a função que exerce, pense na imensa Millennium Falcon estacionada bem diante dos seus olhos.

É sobre a espaçonave de Han Solo e Chewbacca que se passa uma das atrações de Galaxy’s Edge. O Millennium Falcon: Smugglers Run é um simulador que te coloca dentro do cockpit da Millennium Falcon em uma missão de fuga. Aqui devo fazer uma ressalva. Por ser a grande novidade dos últimos anos, eu imaginei que a Disney colocaria na área tudo o que tinha de melhor à disposição. Mas não é isso o que se vê em Smugglers Run.

Toda a ambientação do brinquedo é incrível, desde a decoração ao longo das filas até a sala de espera dentro da própria espaçonave. Mas a atração em si, o simulador, é legal – e só. Se comparada a outras experiências do próprio grupo, como o Flight of Passage de Avatar, a Millennium Falcon fica para trás. A segunda atração de Galaxy’s Edge é a Star Wars: Rise of the Resistance, que abrirá nos próximos meses e promete levar os visitantes a um mergulho ainda mais denso no universo Star Wars, “confundindo a linha entre fantasia e realidade”, em uma batalha envolvendo Primeira Ordem e rebeldes.

O cockpit da Millennium Falcon em Smugglers Run (Joshua Sudock/Disney Parks)

Por fim, não dá pra ser Disney sem duas coisas: comidas e souvenirs. A primeira está bem representada com opção de restaurante, snacks, bar (drinques na casa dos US$ 20) e um divertido blue milk – uma brincadeira com a famosa bebida da saga (US$ 7,99 o copo). O segundo item, bem…a Disney caprichou nesse. São nove lojas e cerca de 700 itens a venda no parque.

Galaxy’s Edge tem o potencial de acabar com o orçamento das suas férias. Se seu sonho é fazer cosplay de Star Wars, por exemplo, você tem ali absolutamente todos os aparatos para sair como um perfeito jedi – com direito a cinto, traje, sabre, bolsa etc. Você quer ser Princesa Leia? Pois bem, compre uma PERUCA dela na Disney. Além de trajes, no espaço há miudezas, bonecos, utensílios…enfim, uma gama enorme de produtos e muitos deles exclusivos da área.

Para quem quer dar um passo adiante, há ainda o Droid Depot. Nesta loja com ar de fábrica e oficina mecânica, você pode montar o seu próprio droid e levar para casa – pela bagatela de US$ 99 (mais uns extras se você quiser personalizá-lo). É possível escolher modelo, cor e até personalidade do robozinho. Por bluetooth, esse droid consegue interagir com outros similares e com ambientes ao redor de Galaxy’s Edge. Ele pode ser controlado por controle remoto.

Entrada do mercado de Black Spire, cidade do planeta Batuu, onde está Galaxy’s Edge (Richard Harbaugh/Disney Parks)

Dentre essas ofertas todas de compras está uma das áreas que mais gostei de Galaxy’s Edge, o mercado de Black Spire. Com lojas sem portas e vendedores convidando os passantes a entrar, essa galeria comercial tem uma decoração fantástica e uma movimentação que passa de forma autêntica a ideia de que você está cruzando um mercadão, desses que topamos em grandes cidades.

A partir do próximo dia 24, Star Wars: Galaxy’s Edge, em Disneyland (Califórnia), estará aberta ao público sem a necessidade de agendamento prévio. A Disney não fala em números, mas a expectativa é de que o espaço esteja abarrotado de gente – apesar dos mais de 50 mil metros quadrados de área construída, o que é bastante coisa. Por isso, a minha sugestão é fazer um passeio sem pressa, tentando enxergar todos os mínimos detalhes, interagindo com personagens no meio do caminho e fazendo pausas para um blue milk.

O Star Wars: Galaxy’s Edge está localizado em Disneyland, na cidade de Anaheim, Califórnia. O Walt Disney World, em Orlando, na Flórida, também ganhará sua expansão de Star Wars, que promete ser idêntica (ou muito similar) à irmã, ainda este ano. A inauguração está marcada para 29 de agosto.

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Minha visão de Toy Story Land, em Disney’s Hollywood Studios

Toy Story Land, em Orlando

Quem acompanha o Portal PANROTAS viu que o Walt Disney World Resort, em Orlando, inaugurou recentemente, no parque Hollywood Studios, uma expansão com temática exclusiva ao universo da franquia Toy Story. Eu estive por lá nessa cobertura, que rendeu a capa da edição #1328, falando de questões operacionais, dando dicas e mostrando detalhes da área. Achei válido também reservar um espaço aqui no blog para minhas percepções pessoais de Toy Story Land.

Toy Story é algo muito caro a mim e quem me conhece há algum tempo sabe disso. Aos cinco anos me colocaram na frente de uma televisão para assistir ao VHS do primeiro Toy Story: fascínio imediato, obviamente. Em 1999, veio uma sequência que deu prosseguimento à adoração ao filme, mas que não era tão boa quanto a estreia, é preciso pontuar. Dez anos mais tarde, a consagração surgiu com a terceira produção – que tirou lágrimas do jovem Renato na poltrona do cinema.

Na inauguração, muito sol, suor e papel picado colado na testa

Talvez eu seja o perfil exato do espectador que a Disney buscava ao lançar a franquia. Se não isso, pelo menos faço parte da geração que cresceu vivendo os personagens e se vendo na figura de Andy, o garotinho dono dos bonecos que ganham vida. Dos cinco aos 20 anos, idade que eu tinha entre primeiro e último filmes, e agora com 28, Toy Story se manteve relevante mesmo sendo mais ou menos presente.

Para criar algo tão grandioso quanto uma área de parque temático, é preciso de um diálogo muito profundo e sincero com as pessoas que irão passar pelo local. A Disney sabe, como ninguém no mundo, disso. Toy Story Land é feita para mim, o cara que hoje beira os 30 e viu o filme nascer. Toy Story Land é feita para meu priminho, que tem três anos e é fascinado por Woody e Buzz. Toy Story Land é feita para avós, como a minha, que vai se deliciar pela área vendo neto e bisneto, 25 anos de diferença, curtindo o parque como iguais.

Cada visitante terá seus motivos para gostar do espaço, seja pelas novas atrações, seja pelos minuciosos detalhes, seja pela interação com os personagens. Tudo isso é muito válido para mim, acreditem, mas há aqui uma questão resolvida que é minha parte favorita nessa inauguração. Explico.

Em 2016 estive em Hollywood Studios, também pela PANROTAS, e confesso ter me frustrado um pouco com o que (não) vi relacionado a Toy Story. Pô, eu gosto da franquia, eu queria enxergar os filmes no parque, entrar numa loja enorme cheia de bugiganga, ver bonecos gigantescos dos personagens.

Com Toy Story Land eu me senti “ouvido”. Vi a franquia ser prioridade do grupo, receber investimento e surgir como o grande produto do parque neste verão. Isso me foi suficiente – além do que estão lá o filme, as bugigangas e os bonecos enormes.

Slinky Dog Dash

Em imagens

Um episódio rápido dessa minha primeira experiência em lançamentos da Disney. Os caras são muito organizados, é incrível. Tudo está ali para que você possa fazer o seu trabalho da melhor forma possível. Por exemplo, equipes de filmagem que te auxiliam durante entrevistas e em gravações nas atrações.

O resultado pode ser visto no vídeo abaixo, da PANROTAS, que apresenta Toy Story Land. Além de mostrar detalhes da área, acompanhados de entrevista com a querida Paula Hall, relações públicas da Disney, também tem o jornalista em questão passando vergonha, sentado no carrinho da montanha-russa, tal qual gente famosa se divertindo em gravação para o Domingo Legal.

 

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