20 horas em Amsterdã; uma visita expressa à capital holandesa

A bela estação de Amsterdam Centraal

Não há muito consenso na indústria da aviação sobre qual é o tempo ideal para a conexão entre voos. Na prática, a gente bem sabe que ficamos longe do que seria esse ideal e, para conseguir melhores ofertas ou chegar àquele destino remoto, enfrentamos horas a fio de espera em saguões de embarque.

Nessa situação, sair do aeroporto para dar uma volta surge como a opção perfeita. Cada cidade tem sua especificidade que deve ser levada em conta, como distância do aeroporto para o centro, oferta e custo do transporte de/para o aeroporto e facilidade de se locomover uma vez na cidade. Mais importante do que tudo isso é saber se o país em questão permite a saída com o passaporte que você possui (se é exigido visto ou se é necessário o pagamento de alguma taxa, por exemplo). Portanto, sempre cheque esses pontos antes de cogitar a saída de um aeroporto.

De trem, o percurso Schiphol-Centraal demora cerca de 20 min

A caminho do Porto desde Guarulhos, minha conexão (daquelas bem longas) foi em Amsterdã. É verdade que eu tinha um propósito, que era testar o assistente pessoal da KLM – eu contei como foi neste post. Mas mesmo assim eu aproveitei as 20 horas ociosas na capital holandesa para simplesmente caminhar, sem muito rumo, sem grandes programações.

A ligação do aeroporto de Amsterdã-Schiphol com o centro da cidade é tão simples que é possível aproveitar conexões mesmo não tão extensas quanto a minha – eu diria que, a partir de 6 horas de conexão, é possível fazer um passeio tranquilo sem medo de perder o próximo voo.

A viagem entre Schiphol e Amsterdam Centraal (estação principal, próxima de diversos pontos de interesse da cidade) leva menos de 20 minutos. A passagem (€ 5,30) pode ser comprada em máquinas ainda nas esteiras de bagagem ou no saguão de desembarque. Como os bilhetes não especificam o horário do trem, apenas o dia a ser utilizado, uma sugestão é comprar de uma vez a ida e a volta para evitar outra fila no retorno ao aeroporto.

Compra de passagens é feita em guichês na saída do aeroporto

Há a opção de passes ilimitados para todo o sistema público de transportes de Amsterdã (€ 16 para um dia), mas como a ideia aqui é realizar passeios curtos e próximos da estação Centraal, eu preferi fazer esses trajetos a pé.

É impressionante a quantidade de atividades que pode ser feita em uma raio de 2 km de distância de Amsterdam Centraal. Sendo o tempo um limitador vou me conter a essa distância, por isso não citarei atrações como o Van Gogh Museum, o Rijksmuseum, o Vondelpark e o Heineken Experience, alguns dos queridinhos dos turistas na cidade.

Mesmo assim, dentro deste limite estipulado ficam museus, praças, monumentos, ruas e canais que dão um panorama bem abrangente do que é a Amsterdã turística. Pode soar contraditório, mas a dica aqui é não ter pressa. Na minha opinião, é melhor escolher duas ou três atrações e conhecê-las com profundidade do que tentar ticar toda uma lista de atividades que em ritmo normal necessitariam três dias de visita.

A Casa Anne Frank (1,7 km de Centraal) é a primeira sugestão. A oeste da estação central, o museu aborda a ocupação nazista na Holanda sob o olhar da pequena Anne Frank, garota que, escondida em casa com sua família, retratou em um diário a realidade do que era ser judeu em Amsterdã durante a guerra. É importante notar que, por conta de reformas, a venda de ingressos (€ 9 adultos; € 10 a partir de 1º de maio) está sendo feita exclusivamente pela internet.

Centro Velho de Amsterdã (Reprodução/Google Maps)

Para quem prefere se manter ao ar livre, a Dam Square (800 m de Centraal) é o lugar. A grande praça reúne artistas locais, possui um monumento para as vítimas da 2ª Guerra Mundial e ainda hospeda suntuosas construções como o Palácio Real. A caminhada rumo a Dam é uma atração à parte, com suas ruas estreitas, pavimentadas por paralelepípedos e exclusivas para pedestres.

Na sequência da visita a Dam Square, a sugestão é ir em direção ao Red Light District (1 km de Centraal). Conhecido por ser a zona de prostituição da cidade, com suas icônicas profissionais em vitrines, a região é também casa de uma porção de bares e opções de alimentação – seja durante o dia ou durante a movimentada noite.

Se for a sua, uma visita aos coffee shops de Amsterdã pode ser o complemento de sua rápida visita. Eles estão espalhados por todo o centro e não será difícil cruzar com um nas ruelas no entorno da Dam Square ou nos becos de Red Light. Só não perca a noção do tempo, o próximo voo da conexão não tarda.

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