Más e boas notícias da Europa

Ou “Tem, mas está faltando”.

Hoje sairei das fronteiras da cidade luz, para falar da Europa. Afinal, se a correspondente da Globo responde pelo mundo inteiro a partir de Londres, obviamente que daqui de Paris, o verdadeiro centro do mundo (sic) , eu estou bem melhor posicionada para fazê-lo.

As más notícias foram ouvidas por todos. O terrorismo atacou a Europa novamente, diziam as manchetes globais. É como se uma bomba tivesse explodido no Chile e anunciássemos as paredes da Casa do Palácio de Brasília tremendo. Ou será o contrário? Porém de fato, no dia seguinte tínhamos maior policiamento e segurança também na França. O que é muito bom.

O que as notícias não contam é que a Europa sempre sofreu ataques terroristas. Metidos em falcatruas e constantes conflitos na África, comprometidos até o pescoço, os políticos daqui colocaram o continente europeu numa posição que vacila entre o bode expiatório e o bote da salvação do continente vizinho.

Lembra-se da época em que o brasileiro gostava de crer que éramos um país  pobre porque fomos colonizados por portugueses? Pois é, a África tem o mesmo sentimento em relação à Europa e como eles são bem mais pobres, o sentimento é bem maior. O que não significa que aqui estamos sofrendo com falta de segurança e medo quotidiano. As notícias calaram os fatos sobre o efetivo policial e militar colocado em ação para frear ataques, dos inúmeros mandatos de prisões e buscas, da grande limpeza na França ( e agora na Bélgica) que está  ocorrendo durante o estado de emergência. Esqueceram inclusive de explicar o que é o estado de emergência. Infelizmente apesar de todo “agito mediático” uma pessoa corre muito mais o risco de sofrer um ato de violência parando em um sinal fechado ou abrindo a garagem de sua casa na América Latina que viajando pela Europa.

Outra notícia sobre a qual a Globo não falou e esta sim é a verdadeira boa notícia! Há algo mais na Espanha além do Real Madrid. Sim, há! Acredite!

Podemos! PODEMOS é o novo partido que está virando a Espanha de cabeça para baixo. Um grupo coeso, oriundo das manifestações populares e do movimento “Indignados”, logrou aceder a postos chaves na administração e começou a limpar a sujeira que impera nas altas esferas de decisões do país: salários mais baixos para os governantes, menos mordomias, mais decisões tomadas pelas comunidades, descentralização do poder. A Espanha não teve medo de se renovar, se unir e confiar em um grupo de jovens, até então desconhecido, que está conseguindo implantar novos conceitos políticos e de administração pública. Houve a vontade do povo e houve sobretudo o reconhecimento pelo povo de que as antigas instituições e homens que os representavam estavam falidos e obsoletos.

O que me faz pensar, é claro, em nosso país tão conturbado neste momento. Aqui de longe estou tão orgulhosa do Brasil  e seu povo! Só não entendo por que tanta briga contra ou a favor do Lula. O ponto mais importante da questão é: Queremos todos um país sem corrupção. Estamos todos unidos em torno desta questão! Os políticos do passado não prestaram.  Isso é lindo e produtivo se formos coesos.  Até parece que má notícia dá IBOPE, encontrar um ponto de coesão entre a massa e dirigi-la em direção à democrática, isso ninguém quer? Lembrando que PODEMOS é a palavra poder conjugada no presente do indicativo para a primeira pessoa do plural.

Direto de Paris tiro meu chapéu para Espanha e te desejo, querido leitor, uma feliz semana.

 

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Silvia Helena

Após breves passagens pela Faculdade Metodista de São Bernardo e Belas Artes de São Paulo, aos 18 anos fui estudar no Canadá, onde vivi durante 23 anos. Lá me formei em História da Arte pela Universidade de Montréal, estudei turismo no Collège Lasalle de Montréal e no Institut de Tourisme et Hôtellerie du Québec. Comecei minha carreira na área trabalhando em Cuba. Durante os anos vividos no Canadá, entre outras coisas, fui guia de circuitos pela costa leste e abri minha primeira agência de receptivo para brasileiros. Há 18 anos um vento forte bateu nas velas da minha vida me conduzindo até França. Atualmente escrevo de Paris, onde vivo e trabalho dirigindo a empresa de receptivo, LA BELLE VIE.

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