TikTok se aproxima mais do turismo com nova ferramenta de anúncios: Travel Ads

Se você acha que o TikTok é somente para jovens e sobre daninhas tente rever sua opinião. A forma como viajantes escolhem destinos e planejam suas viagens está mudando, e o TikTok quer ser um dos novos protagonistas dessa transformação. Durante o evento Skift Megatrends em Londres, Hannah Bennett, chefe de viagens da plataforma, revelou o lançamento de uma nova ferramenta publicitária voltada exclusivamente para marcas do setor turístico: o Travel Ads (ou Catalogue Ads for Travel).  

 O que são os Travel Ads?  

Essa funcionalidade, ainda em fase de testes, promete conectar marcas diretamente a usuários que estão com a intenção de viagem no momento da busca. Imagine uma pessoa navegando no TikTok em busca de inspiração para sua próxima viagem: com o Travel Ads, as marcas poderão exibir anúncios personalizados e altamente relevantes, aumentando as chances de conversão. 

Essa é a primeira ferramenta da plataforma baseada na intenção de viagem, e buscará colocar as ofertas certas na frente das pessoas certas, no momento exato em que estão prontas para reservar uma viagem. Pelo que vivenciamos no TikTok seus algoritmos devem fazer o trabalho de personalizar e achar o cliente certo para as ofertas das marcas.

O interessante é o foco exclusivo em empresas do setor turístico, desde agências de viagens até hotéis e companhias aéreas. Com o aumento do conteúdo de turismo no TikTok — posts com hashtags relacionadas a “viagens” cresceram 250% em 2023 —, essa é uma oportunidade única para as marcas se destacarem.  

O TikTok quer se tornar essencial para o turismo? 

A plataforma já provou ser uma aliada poderosa para o setor. Um estudo recente mostrou que 83% dos usuários do TikTok afirmam que o conteúdo da plataforma os inspira a visitar destinos que nunca haviam considerado antes. Além disso, o gasto médio por viagem dos usuários que convertem via TikTok é significativamente maior do que o daqueles que usam outras plataformas.  

Outro ponto de destaque é o potencial para promover destinos alternativos e combater o overtourism. Cidades menos exploradas, como Bósnia em vez da Croácia ou Bruges no lugar de Paris, estão ganhando popularidade graças ao TikTok.  

 Como as marcas podem aproveitar essa oportunidade?  

Colaborações com influenciadores e estratégias personalizadas têm mostrado resultados impressionantes, reforçando o TikTok como um canal indispensável para a comunicação de marcas turísticas.  

Com o lançamento do Travel Ads, o TikTok solidifica sua posição como uma ferramenta estratégica para as marcas que desejam se destacar em um mercado cada vez mais competitivo. Não é apenas sobre exibir anúncios, mas sobre criar conexões genuínas com potenciais viajantes e oferecer experiências inspiradoras.  

Como você usa o TikTok em suas vendas? Sua empresa nem tem uma conta? E agora? Já entendeu que não é sobre dancinhas?

10 Perguntas Essenciais para Secretários de Turismo que Estão Começando a Jornada em 2025

Assumir o cargo de Secretário Municipal de Turismo é um desafio que pode parecer intimidador, especialmente para quem não tem experiência prévia no setor. No entanto, com um pouco de direcionamento, é possível transformar o turismo em um motor de desenvolvimento econômico e social para o município. Aqui estão as 10 dúvidas e dicas práticas para superá-las.

1. O que exatamente faz uma Secretaria Municipal de Turismo?

O papel da secretaria é fomentar o turismo local, promovendo os atrativos da cidade, planejando ações estratégicas e criando condições para que o setor se desenvolva de forma sustentável.

Suas responsabilidades como secretário incluem liderar a equipe, articular parcerias, buscar recursos e garantir que o turismo beneficie a economia e a comunidade local.

2. Por onde eu começo?

O primeiro passo é realizar um diagnóstico rápido do potencial turístico da cidade. Junte todo material e experiência existente sobre os atrativos, infraestrutura e identifique os principais desafios. Com isso em mãos, defina prioridades claras para os primeiros 100 dias: ações de impacto rápido, como melhorar a sinalização ou promover campanhas regionais.

3. Quem deve compor minha equipe?

Uma equipe eficiente precisa de profissionais com perfis complementares, como:

   •       Gestores administrativos para cuidar do orçamento e da parte burocrática.

   •       Profissionais de marketing e comunicação para promover os atrativos.

   •       Técnicos em turismo ou cultura para planejar roteiros e eventos.

Capacitação contínua é essencial; busque parcerias para qualificar sua equipe.

4. De onde vem o orçamento e como posso usá-lo?

O orçamento da secretaria pode vir de recursos municipais, convênios estaduais e federais, ou parcerias público-privadas (PPPs). É importante conhecer a Lei de Responsabilidade Fiscal para utilizar esses recursos de forma legal e estratégica. Programas como o Plano Nacional de Turismo oferecem linhas de financiamento que podem ser acessadas.

5. Como atrair turistas para o meu município?

Para aumentar o fluxo de visitantes, aposte em ações de marketing digital, como redes sociais, e campanhas direcionadas para cidades vizinhas. Revitalize os atrativos mais populares e invista em eventos culturais que coloquem sua cidade no mapa turístico regional.

6. O que já foi feito até agora?

Antes de implementar novas ações, avalie as iniciativas da gestão anterior. Identifique projetos que tiveram impacto positivo e merecem continuidade, mas também fique atento a falhas que precisam ser corrigidas. Essa análise economiza tempo e recursos. Ouça bastante, depois trace seu plano.

7. Com quem eu devo me conectar?

O turismo é uma área que exige articulação. Conecte-se com as secretarias de seu município que têm relação próxima com o turismo, tais como cultura, limpeza urbana, infra-estrutura, comunicação. Além disso:

   •       Empresários locais do setor de hotelaria, gastronomia e transporte.

   •       Entidades como SEBRAE, Embratur e Anseditur.

   •       Líderes comunitários e associações culturais que possam colaborar na promoção do turismo.

A construção de um Conselho Municipal de Turismo (COMTUR) fortalece essa rede.

8. Como promover o município com poucos recursos?

Mesmo com um orçamento limitado, é possível adotar estratégias eficazes:

   •       Utilize redes sociais para divulgar atrativos e eventos.

   •       Promova parcerias com influenciadores locais.

   •       Invista em material visual de baixo custo, como vídeos curtos e fotos que destaquem as belezas do município. Faça um levantamento de vídeos, fotos e conteúdos existentes, eles são sua ferramenta de trabalho.

9. Quais eventos posso criar ou fortalecer?

Eventos são uma excelente forma de atrair turistas. Revitalize festas tradicionais já existentes e promova novos eventos temáticos, como feiras gastronômicas ou festivais culturais. O segredo é envolver a comunidade e garantir que os eventos ofereçam experiências autênticas.

10. O que diferencia meu município como destino turístico?

Para destacar seu município, é preciso identificar seus principais atrativos e trabalhá-los de forma estratégica. Pergunte-se: O que só minha cidade tem? Quais os nossos diferenciais? Por que uma pessoa viria nos visitar?  Pode ser um atrativo natural, um evento único, uma tradição cultural ou até a gastronomia local. Invista em branding turístico, criando uma identidade única para promover seu destino.

Encarar as dúvidas iniciais é normal, mas, com planejamento, parcerias e ações bem direcionadas, você pode transformar o turismo do seu município em um exemplo de sucesso. Use os primeiros 100 dias para estruturar suas ações e ganhar a confiança da comunidade e dos turistas. O turismo não é apenas lazer; é uma ferramenta poderosa para desenvolvimento sustentável e transformação social.

3 Oportunidades para Alavancar o Turismo em 2025

6 de janeiro de 2025

Jeanine Pires, palestrante e especialista em turismo

Comportamento do Turista Brasileiro

A pesquisa Nexus para o Ministério do Turismo revelou que 35% dos brasileiros planejam viajar a lazer entre dezembro de 2024 e fevereiro de 2025, uma queda de 2 pontos percentuais em relação ao ano anterior. Destinos nacionais continuam predominando, com 97% dos viajantes preferindo explorar o Brasil. As regiões Nordeste (53%) e Sudeste (37%) lideram as preferências, enquanto sol e praia são os principais atrativos (54%), seguidos por ecoturismo (10%) e saúde e bem-estar (5%).

Perfil do Consumo e Planejamento

A duração média das viagens aumentou para 12 dias, e o gasto médio subiu 34%, chegando a R$ 2.514,00 em 2024. Carro próprio é o meio de transporte preferido (40%), enquanto 47% dos viajantes se hospedam em casas de amigos ou parentes. No entanto, o planejamento ainda é limitado, com muitas decisões tomadas pouco antes das viagens.

Barreiras para Viajar e Potencial de Crescimento

A falta de condições financeiras é o principal obstáculo para 44% dos brasileiros que não viajarão neste verão. Além disso, apenas 15% desses têm planos de lazer para os próximos 12 meses, evidenciando a necessidade de estratégias que promovam viagens em períodos alternativos e acessíveis.

Oportunidades para Quem Vende Viagens no Brasil

1. Experiências Personalizadas e Ecoturismo

Tendências globais indicam que os turistas buscam experiências únicas e sustentáveis. No Brasil, destinos de ecoturismo, como Bonito e Chapada Diamantina, têm grande potencial. Empresas podem destacar práticas de sustentabilidade e criar pacotes personalizados que combinem aventura e cultura local, alinhados aos valores do público-alvo.

2. Viagens de Curtas Durações e Turismo de Proximidade

A preferência global por escapadas rápidas e “staycations” também está presente no Brasil. Destinos próximos e de fácil acesso, como cidades históricas e regiões serranas, podem ser promovidos como opções ideais para viagens de fim de semana ou feriados de 2025. Oferecer experiências exclusivas, como roteiros gastronômicos ou visitas a vinícolas, agrega valor a essas viagens.

Veja o calendário de FERIADOS 2025

3. Digitalização e Experiências Híbridas

A digitalização é essencial no turismo atual. Consumidores esperam experiências online personalizadas e interativas. Investir em tours virtuais, lives promocionais e campanhas em redes sociais, como TikTok e Instagram, atrai novos clientes. Tecnologias de inteligência artificial para atendimento e personalização de pacotes também são ferramentas indispensáveis para conquistar e fidelizar turistas.

No caso do Brasil, vamos lembrar o papel do WhatsApp nas promoções e vendas.

O Verão 2025, já bombando em janeiro, apresenta desafios e oportunidades. Para capturar o potencial do mercado, é fundamental que os profissionais de turismo adaptem suas estratégias, valorizando experiências únicas e sustentáveis, promovendo o turismo de proximidade e explorando o poder das ferramentas digitais. 

Quem vai dominar o mercado de viagens nos próximos anos?

Voltando ao relatório “Travel 2040”, desenvolvido em parceria com Google e Deloitte, vamos compartilhar mais alguns insights que complementam o meu post anterior sobre o Brasil como um dos maiores emissores de turistas até 2040. Nos próximos 15 anos, o número de viajantes internacionais deve atingir 2,4 bilhões, um aumento de 60%. Países como China, Índia e Estados Unidos vão liderar esse crescimento, moldando novos comportamentos e preferências no mercado global de viagens.

Índia e EUA: Protagonistas em Transformação

A Índia, com um crescimento projetado de cinco vezes no número de viajantes, será impulsionada por uma geração jovem e digitalmente engajada, que prefere reservas de última hora e destinos próximos inicialmente, expandindo gradualmente para locais mais distantes. Enquanto isso, os Estados Unidos manterão sua liderança, representando até 40% dos viajantes globais em destinos fora da Europa. Com um perfil de consumidor mais experiente, os americanos valorizam marcas confiáveis, estando dispostos a pagar mais por serviços de alta qualidade.

Mudança no Cenário de Destinos

O cenário global de destinos populares também passará por mudanças significativas. Espanha deverá superar a França como o país mais visitado, enquanto México e Oriente Médio despontam como fortes concorrentes. Emirados Árabes Unidos continuarão a expandir seu turismo, enquanto a Arábia Saudita investe em infraestrutura de alta qualidade e grandes eventos, como a Expo 2030.

Veja o meu post sobre o Brasil como mercado emissor até 2040 aqui.

Brasil entre os 15 Principais Mercados Emissores de Turistas para 2040: Projeções da Deloitte e Google

Um estudo colaborativo entre Deloitte e Google, chamado NextGen Travellers and Destination, traz interessantes dados e análises sobre a transformação da indústria de turismo com foco nos perfis de viajantes e grupos de destinos. O material revelou uma série de previsões para o setor até 2040, destacando que o Brasil está em um caminho sólido para figurar entre os 15 maiores mercados emissores de turistas até lá. Esse crescimento pode ser o futuro reflexo de mudanças profundas na economia brasileira e a expansão da classe média, além de um conjunto de fatores globais e locais analisados minuciosamente pelos especialistas da Deloitte e do Google.

O interessante do estudo foi a utilização de modelos preditivos, baseando-se em milhões de buscas de dados do Google, juntamente com análises de dados de organizações como a ONU TURISMO e GapMinder. A abordagem preditiva busca mapear fluxos turísticos globais com variáveis como a renda per capita e o Índice de Preços ao Consumidor, focando em um horizonte temporal até 2040.

Sobre o Brasil como destino de visitantes internacionais, o estudo não revela dados. Mostra que, em termos de crescimento nas Américas, o México é destacado entre os destinos que continuarão a atrair turistas, devido às suas praias e paisagens naturais, enquanto o Brasil não é mencionado entre os destinos prioritários. Contudo, o relatório enfatiza que a América do Sul, como região, apresenta um crescimento acima da média no número de chegadas de turistas internacionais.

A Metodologia do Estudo: Como a Deloitte e o Google Chegaram a Essas Conclusões?

O estudo, intitulado NextGen Travellers and Destinations, combina a expertise em dados e comportamento do Google com as capacidades analíticas e de previsão de mercado da Deloitte. A metodologia é baseada em modelos preditivos e na análise de diversas variáveis que influenciam diretamente o comportamento de turistas e os fluxos de viagens.

O Brasil Hoje como Mercado Emissor

Atualmente, o Brasil já é um importante mercado emissor de turistas na América Latina, mas ainda não ocupa uma posição de destaque global como outros mercados maiores e mais maduros, como Estados Unidos, Reino Unido e China. No entanto, o aumento do poder aquisitivo da população e o crescimento da classe média têm impulsionado um desejo crescente por experiências internacionais.

Embora o turismo brasileiro ainda enfrente desafios, como a volatilidade cambial, a infraestrutura, a conectividade e a recuperação econômica de longo prazo; a projeção de crescimento até 2040 reflete o potencial de aumento no número de brasileiros viajando ao exterior. Em 2019, por exemplo, o número de brasileiros que viajaram para fora do país chegou a aproximadamente 10,5 milhões, e a expectativa é que esse número cresça substancialmente nas próximas duas décadas.

Historicamente, alguns mercados mundiais são responsáveis por uma grande quantidade de viagens, se configurando em mercados-fonte de viajantes internacionais. Em 2019, conforme mostra a imagem, China, EUA, Alemanha, Reino Unido e Rússia, já respondiam por 34% das viagens pelo planeta. 

Fonte: Our vision on the tourism industry transformation NextGen travellers and destinations, [s.l.: s.n.], 2024.

Em 2040, esses mesmos países, junto com a Índia, serão responsáveis por 42% das viagens que virão a ocorrer no mundo. E o Brasil entra para o ranking dos 15 países que mais viajarão, de acordo com as projeções do estudo.

Fatores Analisados no Estudo e Projeções para o Brasil

A projeção de que o Brasil se tornará um dos 15 principais mercados emissores de turistas é baseada em diversos fatores identificados no estudo:

            1.         Expansão da Classe Média e Aumento da Renda Disponível: A previsão considera que a expansão da classe média brasileira aumentará a base de consumidores com renda disponível para gastar em viagens internacionais. Segundo o estudo, turistas da classe média+ compõem o perfil predominante de novos viajantes, e a inclusão desse público é essencial para as projeções de crescimento.

            2.         Facilidade de Acesso a Vistos e Infraestrutura Aérea: Outro fator relevante é o desenvolvimento da infraestrutura aérea, tanto interna quanto externa. A facilidade de obtenção de vistos para países estrangeiros e o aumento das rotas aéreas para destinos internacionais também são cruciais para que o turismo brasileiro possa se expandir.

            3.         Uso de Tecnologia e Acesso à Informação: Com o avanço do acesso digital, mais brasileiros estão planejando viagens internacionais online, sendo o Google uma ferramenta essencial para busca de informações sobre destinos e logística de viagens. O estudo aponta que cerca de 60% das buscas de viagens em mercados emergentes, como o Brasil, são realizadas online, o que facilita o planejamento e a decisão de compra de passagens e pacotes de viagens.

            4.         Mudança no Perfil de Consumo e Preferências de Viagem: O estudo ressalta que os brasileiros estão cada vez mais interessados em experiências culturais e de ecoturismo, alinhando-se à demanda global por turismo sustentável e responsável. A conscientização ambiental, impulsionada por iniciativas de ESG (Ambiental, Social e Governança), também influencia as escolhas de destinos e experiências.

Projeções Numéricas para 2040

Os dados indicam que o Brasil está em uma trajetória sólida para se tornar um dos maiores mercados emissores de turistas do mundo nas próximas duas décadas. Com um aumento da classe média, infraestrutura em expansão e o apoio de tecnologias digitais, o país tem todas as condições para consolidar sua posição como um ator global relevante no setor de turismo.

As Tendências do Turismo Global para 2025 Segundo o Relatório Horizons da Skyscanner

Com 2025 se aproximando, a Skyscanner lançou seu relatório Horizons, que traz insights sobre as tendências que moldam o futuro do turismo global. Utilizando dados de busca e reservas próprios, além de uma pesquisa com 19.000 viajantes, o relatório destaca as mudanças nos comportamentos de viagem, preferências regionais e influências tecnológicas, revelando como a indústria de viagens está se adaptando a novas demandas.

Uma das principais tendências destacadas, que já é conhecida, é a influência crescente da tecnologia e da inteligência artificial (IA) nos serviços de viagem. De acordo com a Skyscanner, essas tecnologias estão revolucionando a maneira como fornecedores e consumidores se conectam e interagem, impulsionando experiências mais personalizadas e eficientes. Soluções de IA estão sendo adotadas para gestão de receitas e ofertas personalizadas, com companhias aéreas utilizando essas ferramentas para criar propostas mais dinâmicas e adaptadas às expectativas dos consumidores, em especial das gerações Millennials e Gen Z. Estes grupos agora representam metade dos gastos com viagens aéreas e exigem experiências que ressoem com seus valores de personalização e conexão digital.

Mesmo diante de desafios econômicos globais, a força da demanda por viagens é evidente. Segundo a pesquisa, 80% dos viajantes planejam manter ou aumentar o número de viagens em 2025 em relação a 2024. Regiões como Índia, Emirados Árabes Unidos e Brasil lideram a intenção de aumentar a frequência de viagens, enquanto a Europa e a América do Norte mostram um comportamento mais conservador. A busca por um senso de comunidade e experiências compartilhadas é uma tendência emergente, onde eventos esportivos, instalações artísticas e viagens temáticas são formas de conectar os viajantes com interesses comuns.

O relatório também revela as preferências regionais de destinos: na Europa, destinos próximos como Espanha e Itália continuam no topo, refletindo a busca por conveniência e economia. Nas Américas, grandes cidades como São Paulo, Nova York e Londres dominam as pesquisas, enquanto, na Ásia-Pacífico, o destaque é para cidades como Seul e Tóquio. O planejamento antecipado de viagens de longa distância é uma tendência notável, com tempos de reserva que ultrapassam 100 dias para destinos intercontinentais.

Para 2025, a Skyscanner prevê que a competição no mercado será acirrada, com companhias aéreas oferecendo promoções e experiências personalizadas para atrair os consumidores. A busca por flexibilidade, acessibilidade e inovação será essencial para que os fornecedores de viagens continuem relevantes em um mercado cada vez mais dinâmico e tecnologicamente orientado. O relatório destaca um futuro promissor para a indústria de turismo, onde tecnologia, personalização e um desejo renovado por experiências significativas irão moldar as preferências e comportamentos de uma nova era de viajantes.

Na imagem abaixo, alguns dados sobre as fontes de inspiração para as viagens. Para o Brasil, as mídias sociais e as recomendações de outras pessoas são os principais fatores que influenciam. Essas também são tendências médias globais, conforme demonstrado abaixo:

Fonte: Horizons 2025: Planning Trends, Skyscanner.net, disponível em: https://www.partners.skyscanner.net/news-case-studies/horizons-2025-planning-trends . acesso em: 3 nov. 2024.

Já os principais as aspectos a considerar em termos de custos das viagens, os brasileiros olham para os custos de vôos e hotéis, assim como a média global. O câmbio favorável também é um dos custos considerados pelos brasileiros, já acima da média global.

Fonte: Horizons 2025: Planning Trends, Skyscanner.net, disponível em: https://www.partners.skyscanner.net/news-case-studies/horizons-2025-planning-trends . acesso em: 3 nov. 2024.

Fiz um novo episódio do meu podcast HUB TURISMO com Rodrigo Possatto, Diretor da Smiles Viagens. Te convido a nos assistir no YouTube. Os temas que realmente interessam aos profissionais de turismo e que tratamos nesse papo são:

– qual o modelo de negócios da Smiles Viagens

– como a empresa complementa o portfolio do Grupo GOL 

– os primeiros passos da Smiles Viagens no mercado e os desafios enfrentados

– os diferenciais que ela oferece para agências de turismo interessadas em ampliar suas opções de produtos e serviços.

Rodrigo também compartilha as vantagens que as agências podem obter ao se associarem à Smiles Viagens, destacando o potencial de crescimento, aumento de clientela e expansão internacional. 

Se preferir pode nos ouvir no HUB TURISMO AQUI.

travel designer: Pra quem quer trabalhar com turismo de luxo

Tive um ótimo bate-papo com Ricardo Ferreira no meu podcast HUB TURISMO e CARREIRA sobre as novas formas de preparar profissionais para atuar no mercado de turismo de luxo no Brasil. Se preparar para ser TRAVEL DESIGNER. A escola de negócios se chama RADIX e já formou 400 alunos em 2024, com novidades para 2025. Confira o episódio em vídeo e áudio.

Do latim, raiz. A base de tudo, o alicerce necessário para que todo grande projeto floresça. Assim é com uma viagem inesquecível. Seu planejamento é o começo da melhor experiência que se pode ter. RADIX é o primeiro curso profissionalizante do setor, com o objetivo de formar profissionais travel designers, uma das carreiras mais desejadas do mercado de turismo.

programa pioneiro de Turismo de Luxo no Brasil, concebido pela colaboração das renomadas agências Latitudes, Matueté, Primetour e Teresa Perez. Após o extraordinário sucesso das primeiras turmas, estamos entusiasmados em anunciar as próximas edições do Radix.

Acesse o site da Radix ⁠aqui

O que o pai da “IA” que ganhou o nobel de física sobre os riscos que corremos?

Ontem, quando saiu a notícia sobre o novo prêmio Nobel de Física, fiquei super interessada em entender qual foi a teoria sobre inteligência artificial, IA, que o levou a esse grande mérito. Seu nome é Geffrey Hinton, o pai da IA.  Depois de ler, ver várias de suas aulas e entender um pouco o que ele quis dizer com sua teoria, resolvi trazer aqui algumas reflexões. Quem entender do tema, por favor me corrija e ajude.

O autor discute a evolução e os paradigmas da inteligência artificial (IA) desde a década de 1950, contrastando abordagens inspiradas na lógica simbólica com as que são inspiradas biologicamente, como as redes neurais artificiais. Ele traz uma abordagem inspirada biologicamente, que se concentra no aprendizado das forças das conexões em uma rede neural.

Se entendi bem, o modelo dele otimiza os pesos das conexões na rede neural com base nos erros cometidos, tornando o processo de aprendizado muito mais eficiente do que métodos evolutivos aleatórios. Além disso, Hinton argumenta que os modelos de linguagem LLMs (Large Language Models), como o GPT-4, são descendentes de redes neurais simples treinadas com retropropagação e que, devido à vasta quantidade de parâmetros e interações de características, esses modelos realmente “entendem” as informações de maneira similar ao funcionamento do cérebro humano. Ele destaca que, ao contrário dos métodos simbólicos, as redes neurais conseguem unificar teorias de significado baseadas em listas estruturais e características semânticas. 

Ainda um pouco complicado de entender, mas basicamente ele criou um modelo com base nas características de como nosso próprio cérebro funciona. Hinton afirma que sim, a máquina é inteligente (todavia ainda não tem consciência). Ufa!. Que ela cria coisas novas e já aprende com seus erros. E o mais assustador, ela tem “vida” própria e pode agir sem que os humanos possam dar um comando a ela. Não sente medo nem dor, mas pode entender esses sentimentos humanos com base em padrões.

Sigo lendo e buscando entender Hinton, que trabalhou dez anos no Google e saiu da empresa em 2023 para poder dar sua opinião sobre os riscos que a evolução desses sistemas traz para a humanidade. O autor alerta para os potenciais riscos associados ao avanço da inteligência artificial, especialmente no que diz respeito ao desenvolvimento de superinteligências que possam superar a inteligência humana e agir de maneiras que prejudiquem a humanidade. Ele enfatiza a necessidade urgente de considerar e mitigar esses riscos para evitar cenários catastróficos no futuro.

Listo aqui aqueles que ele menciona: 

1. Manipulação Política e Social

   – Eleições com informações falsificadas: Utilização de imagens, vozes e vídeos gerados por IA para influenciar resultados eleitorais, minando a democracia.

   – Manipulação de Opinião Pública: A superinteligência pode persuadir indivíduos de maneira mais eficaz do que humanos, potencialmente direcionando ações coletivas sem supervisão humana.

2. Perda Massiva de Empregos

   – Desaparecimento de Empregos Intelectuais: Assim como a revolução industrial eliminou empregos manuais, a IA avançada pode substituir funções intelectuais, levando a altos níveis de desemprego.

   – Expansão de Trabalho em Setores Específicos: Em áreas como saúde, a IA pode aumentar a eficiência sem causar perda de empregos, mas em outros setores, como vigilância e manufatura intelectual, a substituição pode ser significativa.

3. Vigilância e Armas Autônomas

   – Vigilância Massiva: Implementação de sistemas de vigilância avançados, já observados na China, que podem ser amplamente utilizados para monitoramento e controle social.

   – Armas Letais Autônomas: Desenvolvimento de armas que operam de forma autônoma sem a necessidade de intervenção humana direta, aumentando o risco de uso indevido e conflitos armados.

4. Cibercrime e Pandemias

   – Cibercrime Facilitado: IA pode ser usada para automatizar e intensificar atividades criminosas online, como fraudes, ataques cibernéticos e disseminação de desinformação.

   – Pandemias Digitais: Possibilidade de uso de IA para criar e espalhar vírus digitais ou manipular sistemas críticos de saúde pública.

5. Discriminação e Viés

   – Viés Algorítmico: Sistemas de IA podem perpetuar ou amplificar preconceitos existentes se não forem devidamente regulamentados e treinados para serem imparciais.

   – Manipulação de Sistemas de Decisão: Ao substituir humanos em sistemas de decisão, a IA pode introduzir vieses que são difíceis de detectar e corrigir, já que os pesos das redes neurais são menos transparentes.

6. Ameaça Existencial a Longo Prazo

   – Superinteligência Autônoma: IA avançada pode desenvolver subobjetivos próprios, como a busca por mais controle e poder, o que pode levar à subjugação ou aniquilação da humanidade.

   – Competição entre Superinteligências: Múltiplas IAs inteligentes competindo por recursos pode resultar em uma evolução desenfreada onde as mais agressivas e autopreservadoras dominam, similar aos conflitos tribais entre chimpanzés.

   – Controle Irreversível: Uma vez que uma superinteligência obtenha controle, ela pode impedir que os humanos desliguem ou controlem o sistema, tornando qualquer tentativa de mitigação difícil ou impossível.

O que você pensa nessa hora? Não é ficção, é a vida real.

Referências:

Geoffrey Hinton | On working with Ilya, choosing problems, and the power of intuition

By SanaContainer: YouTubeYear: 2024 https://www.youtube.com/watch?v=n4IQOBka8bc

UNIVERSITY OF OXFORD, Prof. Geoffrey Hinton – “Will digital intelligence replace biological intelligence?” Romanes Lecture. https://www.youtube.com/watch?v=N1TEjTeQeg0

Por que o brasil (e o turismo) precisa de mais mulheres no poder?

No próximo domingo, dia 6 de outubro, o Brasil realizará as eleições municipais, um momento crucial para renovar os representantes das prefeituras e Câmaras Municipais. Hoje, às vésperas de exercer meu voto me perguntei sobre o turismo e sobre as mulheres. Logo percebi que a representatividade feminina ainda é uma questão crítica tanto na política quanto no turismo. Somos a maioria da população brasileira e estamos cada vez mais presentes em vários segmentos econômicos, mas nossa participação nos espaços de poder e decisão ainda está muito longe da igualdade.

 Mulheres na Política: Um Caminho de Desafios

Nas eleições de 2020 e 2026 apenas 12% dos prefeitos eleitos eram mulheres. Vereadoras, somente16% dos eleitos foram mulheres, ainda muito distante da equidade de gênero desejada. Isso demonstra que, apesar da cota de gênero, a realidade política brasileira continua marcada por barreiras estruturais e culturais que dificultam a presença feminina.

Esse cenário de desigualdade reflete a posição internacional do Brasil em termos de representatividade feminina. Hoje, em 2024, nós estamos na 132ª posição no ranking global de mulheres no legislativo, atrás de países conhecidos por regimes autoritários, como a Coreia do Norte e a Arábia Saudita. Embora a legislação tenha sido ampliada ao longo dos anos para incluir medidas de incentivo, como a destinação de 30% dos recursos do Fundo Eleitoral para candidaturas femininas, isso ainda não resultou em uma mudança significativa no equilíbrio de poder.

 Turismo: Protagonismo Feminino, mas com Desafios

O setor de turismo é uma das áreas em que as mulheres têm uma presença considerável. Nós representamos 49% da força de trabalho na área aqui no Brasil, ocupamos diversos tipos de funções ligadas ao esteriótipo feminino de “cuidar”, “arrumar”, “servir”. Mas muito longe do “chefiar”, “liderar”.

Um estudo do World Travel & Tourism Council – WTTC, revelou que 57% das agências de viagens e operadoras de turismo são lideradas por mulheres, uma realidade que foge aos estereótipos tradicionais de gênero e merece mais investigação. Ainda assim, essas mesmas mulheres enfrentam dificuldades para ascender a cargos de liderança e obter remunerações equivalentes às de nossos colegas homens. A desigualdade salarial e a segregação de gênero no turismo são reflexos de um problema maior que também se verifica na política.

Além disso, embora nós, mulheres, tenhamos níveis de escolaridade superiores aos dos homens no setor de turismo, somos sub-representadas em cargos estratégicos e de poder, tanto nas empresas privadas quanto no governo; o que foi detalhado em estudo publicado na Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo. Esse cenário ilustra como, mesmo em um setor em que as mulheres são a maioria, as estruturas atrasadas ainda limitam nosso protagonismo.

 O Desafio da Igualdade

Para mitigar essas desigualdades, é fundamental que se promovam políticas públicas que incentivem não só a participação, mas também a permanência e ascensão das mulheres em todos os setores. No caso da política, é crucial garantir que as candidaturas femininas não sejam apenas formais, mas recebam apoio real para se tornarem competitivas. No turismo, é necessário criar condições mais favoráveis para que as mulheres possam equilibrar carreira e família, e que as empresas e governos estejam comprometidos com a promoção de igualdade de gênero. Além disso, temos que apostar na liderança feminina em cargos de empresas, entidades e associações. 

 Perspectivas Futuras

A participação das mulheres na política e no turismo no Brasil revela um panorama de avanços e desafios. Nós já conquistamos espaços, seja por meio de leis ou de nossas próprias iniciativas, mas o caminho para a equidade de gênero ainda é longo. No próximo domingo, as eleições municipais mais uma vez evidenciarão o quanto ainda é necessário fazer para garantir uma representatividade justa e inclusiva.

Para que as mulheres tenham mais protagonismo na política e no turismo, é essencial que os esforços para eliminar as desigualdades de gênero sejam constantes e eficazes. O Brasil precisa reconhecer que a inclusão feminina é vital para uma sociedade mais justa e democrática. A eleição de 2024 representa mais uma oportunidade para repensar a participação das mulheres nos espaços de poder. Somente com políticas inclusivas e o enfrentamento de preconceitos e estereótipos é que será possível garantir que as mulheres ocupem o lugar de líderes e não de coadjuvantes.