NOVA CAPACIDADE DE DISTRIBUIÇÃO

Escrevi sobre o NDC em junho de 2013, no post SOBRE AGÊNCIA, GDS, OTA, CIA. AÉREA E IATA e, de lá para cá, muita coisa aconteceu no desenvolvimento do conceito, do sistema e, principalmente, da estratégia de implantação de uma tecnologia que se pretende disruptiva no modo como se distribui reservas aéreas e, consequentemente, viagens e turismo em todo o mundo.

Uma Nova Capacidade de Distribuição (New Distribution Capability) é tudo o que as cias. aéreas desejam, há muitos anos, para retomar o controle completo da distribuição de seus serviços (que não são mais somente transporte aéreo) e isso parece compreensível numa primeira análise, mas esqueceram de combinar com os integrantes da imensa rede de distribuição atual.

Toda uma indústria de agenciamento de viagens, de operação de pacotes turísticos, de venda e revenda de destinos, de hospedagens, de locação de carros, de seguro viagem e outros serviços relacionados, será impactada pelo NDC.

“Ué, mas o NDC não é uma iniciativa do IATA por interesse das cias. aéreas internacionais? Por que impactaria os demais segmentos do turismo?” alguém poderia perguntar…

Ou ainda, como perguntou-me o leitor do Blog, Mauricio Leite, “O NDC vai substituir o BSP?”

Respondi que “o NDC é a bola da vez entre as tecnologias disruptivas na distribuição de viagens e turismo e que, entre revolução ou evolução, como defendeu o presidente do IATA, penso que está mais para uma inovação, mas com potencial para causar uma verdadeira revolução na distribuição do conteúdo aéreo, impactando GDSs e outros sistemas de reservas, agências de viagens e operadoras de turismo, entre outros players do mercado”.

A questão agora é que, para um projeto cujo cronograma inicial era de pelo menos 5 anos (dos quais 2 já se foram), e pelo menos mais 10 anos de implantação (chute meu), em busca da aderência de um universo de usuários do tamanho do planeta, é bastante óbvio que o IATA colocaria na mesa todos os atuais integrantes da cadeia produtiva do negócio distribuição, seja pela sua inestimável experiência (de décadas), seja pelo fato de que 10 anos é muito tempo para suportar os conflitos advindos da convivência com uma tecnologia substituta.

Há que se viver até lá…!

O NDC será tema do Forum Panrotas 2014, com palestra do diretor do IATA, Jean-Charles Odelé-Gruau.

Imperdível !

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SAÚDE E BUSCA DA FELICIDADE

Após assistir a palestra do Marcio Atalla durante o LACTE9, andei revisitando o assunto “saúde, boa forma e qualidade de vida” e encontrei, entre diversos outros bons autores, um texto simples, objetivo e direto do Dr. Fernando Lucchese, cirurgião cardiovascular gaúcho, especialista com centenas de trabalhos publicados.

Assim nos ensina o Dr. Lucchese:

Saúde é o bem-estar:
– físico
– mental
– psíquico
– familiar
– financeiro
– profissional
– ambiental
– espiritual

São as doenças da alma que causam doenças no corpo, incluindo o trio maléfico:
– raiva
– inveja
– vaidade

De todas as mortes, 70% ocorrem por:
– infarto
– acidentes cerebrais
– câncer

Os quais são provocados:
– pelo que comemos e bebemos
– pelas emoções
– pela genética
– pelo ar que respiramos

São 4 os macro-fatores que prolongam a vida (como também nos ensinou o Marcio Atalla):
– assistência médica = 10%
– genética = 17%
– meio ambiente = 20%
– estilo de vida = 53%

Estilo de vida é a gestão do prazer e da felicidade e a maior parte das atitudes para melhorar seu estilo de vida dependem somente de decisão e gerenciamento, não de dinheiro.

Os 5 fatores que afetam a felicidade, não necessariamente nesta ordem:
– família
– saúde
– trabalho
– amigos
– dinheiro

Nos séculos 18 e 19 a motivação principal do trabalho era a satisfação do dever cumprido e dinheiro vinha em segundo lugar. No século 20 o dinheiro torna-se o maior motivador do trabalho. No século 21 o dinheiro retorna ao segundo lugar.

Trabalho não mata. O que mata é a forma como o encaramos.

A comparação entre o poder aquisitivo das pessoas é que sempre produziu a sensação de infelicidade, fato agravado com a disseminação da TV e, mais recentemente, da internet, que também geram o consumismo que aumenta ainda mais a insatisfação, num tremendo círculo vicioso.

Há duas maneiras de ser rico: possuir muito ou contentar-se com o que se tem, pois se estou feliz com o pouco que tenho, então sou rico…

O sucesso de uma empresa não se mede só pelo balanço, mas principalmente  pelo índice de satisfação de patrões e empregados. Felicidade faz bem para o patrão e para o empregado, porque pessoas felizes são mais criativas e mais produtivas.

A busca da felicidade é o único compromisso do ser humano com a vida.

Será possível programar a felicidade? Sim, minimizando os aspectos negativos da vida e focando só o lado positivo.

Mas, quem consegue?

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SOBRE FOCO E INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

Estava lendo uma matéria d’O Globo, que ainda recebo em papel nos finais de semana, sobre o novo livro do Daniel Goleman, autor de “Inteligência Emocional”, que há 20 anos influencia o RH (ok, a Gestão de Pessoas) das empresas em todo o mundo.

Diferentemente da expressão cunhada para o título deste “best read” de 2 décadas atrás, o novo livro chama-se simplesmente “Foco”, cuja resenha e entrevista no caderno Boa Chance d’O Globo, apontam conceitos bem parecidos com os que levantamos em post aqui mesmo no Blog Distribuindo Viagens, em 08/12/2010, intitulado: GERAÇÃO 3D: DISPERSA, DESFOCADA E DISTRAÍDA

Naquela oportunidade, há pouco mais de 3 anos, eu comecei a perceber o fenômeno, que hoje agravou-se e tende a se tornar padrão de comportamento, mas o fato é que uma pessoa a quem atribui-se a alcunha de “multi-tarefa” não faz várias coisas ao mesmo tempo, mas um pouco de cada, com múltiplas interrupções e nenhum foco ou profundidade.

Curiosamente, o Fantástico de domingo passado apresentou matéria sobre uma pesquisa científica a respeito da (in)capacidade do ser humano em fazer bem mais de uma coisa ao mesmo tempo, testando coisas simples do cotidiano, como dirigir e falar ao celular ou dirigir e fazer contas bem simples.

O resultado é surpreendente (ou nem tanto), algo como “O cérebro humano é incapaz de dedicar-se, com qualidade, a mais de uma atividade simultaneamente !”

Ou seja, não é exclusividade da geração Y o fato de pular de um assunto ao outro, com deficit de atenção e incapacidade de concentração, fundamentais a uma análise crítica ou produção criativa, impedindo-o de aprofundar-se nos assuntos e de prestar atenção em qualquer coisa por mais do que 5 minutos.

Considerando a lentidão da evolução humana, seguramente essa habilidade não estará desenvolvida nesta ou na próxima geração.

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