Botafogo campeão prova que a motivação leva à superação

Pouco se pode esperar de uma equipe de futebol, com um elenco considerado apenas razoável pelos críticos e que, no início de um disputado campeonato, perde um jogo por 6 a 0, para uma outra equipe que não constava sequer entre as favoritas ao título.

Dizem que determinadas coisas só acontecem ao Botafogo, o que confirma o que aconteceu no campeonato carioca de 2010. A mesmíssima equipe que sofreu a humilhante derrota para o Vasco, chegou ao título sem sequer precisar disputar as finais, ao ser campeã dos dois turnos, da Taça Guanabara e da Taça Rio.

Sem deixar dúvidas quanto à sua supremacia como equipe, o Botafogo literalmente ressurgiu das cinzas (e jogou fora as malditas camisas da mesma cor) para uma vitória final, que só não foi surpreendente para quem acompanhou o trabalho do maior responsável por este verdadeiro voo da fênix: o líder do grupo.

O técnico fez a diferença. Com a mesma equipe, sem solicitar sequer um único reforço, Joel Santana soube motivar o grupo e fazer com que Loco Abreu e Herrera superassem Adriano e Vagner Love, e o goleiro Jefferson fosse um gigante em relação ao festejado Bruno, da equipe adversária.

Eles foram importantes, mas não foram decisivos. Decisivo foi o conjunto, o grupo bem orientado, estimulado, motivado, verdadeiramente inspirado por um líder único, alguém capaz de “tirar leite de pedra”.

Mais um caso em que a motivação do grupo levou à superação individual.

Empreendedorismo (1)

A criatividade e o espírito empreendedor do brasileiro me impressionam cada vez mais. Basta observar as iniciativas que pipocam, de tempos em tempos, no mercado de turismo. Tão logo é identificada uma nova demanda, surge um meio mais eficaz para se distribuir o produto ou serviço demandado.

Um serviço que sempre enfrentou resistência para ser distribuído pelas agências de viagens, a não ser aquelas especializadas no segmento, tem sido a venda de passagens rodoviárias. Com a internet, algumas ideias começaram a surgir, desenvolvidas por empresas independentes ou vinculadas às transportadoras rodoviárias tradicionais.

Chamou-me a atenção o Webpassagens, lançado no final de março e anunciado no Panrotas, como primeiro portal consolidador de vendas de passagens rodoviárias do Brasil e que já nasceu integrando o conteúdo de sete transportadoras rodoviárias, entre elas a Útil, a Cometa e a 1001.

Num mercado em que consolida-se de tudo via web, como passagens aéreas, reservas hoteleiras, locação de carros etc, consolidar passagem rodoviária online chega a ser um tanto óbvio, se considerarmos este gigantesco mercado. Apesar disso, até onde sei, ninguém ainda havia apresentado um serviço online de qualidade nesta área, com poder de aderência suficiente para atrair tanto os passageiros usuários quanto os agentes de viagens.

Navegando no Webpassagens, percebe-se facilmente que existe ali a experiência de análise do negócio passagens aéreas. O motor certamente foi concebido tomando como referência o mercado de transporte aéreo, incluindo disponibilidade, tarifação, mapa de assento (neste caso, de ônibus), reserva e emissão da passagem.

Tão logo a operadora responsável por este produto lance o portal específico para os agentes de viagens, prometido para as próximas semanas, será mais um serviço a ser oferecido ao cliente da agência, seja para viagem de turismo ou corporativa. Falta agora (1) conhecer a política comercial para a remuneração do agente e (2) saber se os preços via agência de viagens serão iguais aos da compra direta pelo Webpassagens.

O sucesso da distribuição deste novo serviço pela imensa rede de agências de viagens talvez resida nas respostas a estas 2 perguntas.

Caos nos aeroportos: vamos direto ao ponto !

O crescimento da quantidade de passageiros de transporte aéreo no Brasil tem surpreendido os especialistas e, principalmente, o governo. Segundo matéria da revista Veja, este crescimento foi de 100% nos últimos 5 anos e ocorreu devido à economia brasileira favorável, à desconcentração do setor de aviação e à entrada da classe C no consumo de viagens aéreas.

O fenômeno, ainda segundo a revista, vem sendo acompanhado de perto pelas cias. aéreas que, no mesmo período, conseguiram ampliar a oferta de assentos de forma proporcional a esta expansão de mercado, até agora.

Embora não citada na reportagem, a distribuição dessa enorme quantidade de assentos tem sido feita com eficácia, através de todos os meios disponíveis, agências de turismo, agências de viagens corporativas, operadoras, consolidadoras, venda direta via telefone, lojas e portais das cias. aéreas etc.

Da mesma forma, a rede hoteleira tem reagido de forma inteligente às oportunidades que este imenso contingente de novos hóspedes tem proporcionado à indústria do turismo no Brasil, chamando a atenção de grandes investidores internacionais que, naturalmente, não querem ficar de fora desta festa.

Talvez devido justamente à capacidade do setor privado em responder a tempo e com qualidade às demandas destes novos clientes, o gargalo sobrou para o único elo da cadeia que depende do setor público.

“Controle do tráfego aéreo é questão de segurança nacional” é uma frase difícil de contrapor, mas não há dúvida de que a operação do tráfego aéreo pode ser realizada com maior eficácia pela iniciativa privada, mantendo-se o controle sob domínio militar. Há tecnologia para isto.

“Terminais aeroportuários são hubs logísticos estratégicos para o país” é uma verdade absoluta, mas esta verdade não se opõe à operação privada de aeroportos por concessão, assim como por concessão operam as companhias aéreas que voam entre estes mesmos terminais.

Por isso, vamos direto ao ponto: a infraestrutura necessária para o crescente transporte aéreo no Brasil, com segurança, pontualidade e conforto, não acompanhou e não acompanhará a velocidade de expansão da economia brasileira, enquanto depender exclusivamente de investimentos e da operação do setor público.

E há quem pense diferente…