Viagens Sociais: criativas, divertidas…e perigosas

Todos os dias presenciamos novidades na distribuição on-line. Entre elas, as Viagens Sociais são as mais disruptivas (inovações que podem mudar o rumo de uma indústria) e arrebanham fãs fervorosos.

São sites onde podemos compartilhar informações de viagens e conectar com nossas redes sociais. De acordo com Phocuswright, 3,5% do tráfego das OLTAs e sites de Hotéis já são provenientes de Facebook e Twitter. Entre dicas, diário de viagens e venda, eles ganham força e continuam “inventando moda”.

Nem preciso dizer que o TripAdvisor foi quem estabeleceu essa nova ordem on-line, se tornando a grande referência para viajantes do mundo todo. Junto com os blogs de turismo, ele fez com que as “estrelas” da hotelaria perdessem sua credibilidade.

Mas a criatividade está sendo usada de várias formas. Conheça 8 das plataformas que estão causando mais barulho, das super divertidas até as mais absurdas.

Airbnb – O Inovador (meu preferido)

A plataforma permite que você reserve espaço na casa de outras pessoas. Usuários criam perfis e mostram comentários sobre onde ficaram. Anfitriões e convidados são avaliados constantemente. O site também oferece casas e aptos. para aluguel e tem crescido pela segurança que proporciona aos seus usuários.

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Trippy – O Pinterest das Viagens

Dicas através dos “travel boards” de cada perfil. É possível fazer um planejamento de viagem através da coleção de imagens de lugares que você visitou.

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Everplaces – O Mini-guia de viagens

Além de funcionar como o Trippy, lançou recentemente uma ferramenta que permite que a criação de mini-guias de viagens como aplicativos para smartphones.

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Wayn – O Buscador de Amigos

Diferente dos sites de namoro, ele ganhou a Inglaterra marcando lugares onde o usuário estará, proporcionando novas amizades, mas sem “forçar a barra”.

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Gogobot – O Popular

Muito popular graças a sua integração com o Facebook. Além de proporcionar o mesmo que o Trippy, ele ainda permite reservar hotéis, criar cartões postais para compartilhar, planejar e até manter um “passaporte” dos lugares que já visitou.

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TripIt – O Organizado

Além de fazer roteiros e planos de viagens, ele oferece ferramentas que convertem suas confirmações de hotel, avião e aluguel de carro em itinerários para smartphone.

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Easynet – O Estranho

A idéia é simples: você reserva um hotel e posta no site. Outros viajantes podem se oferecer para dividir o quarto e a diária com você.

Mas já imaginou dividir o apto. com um estranho? E se na hora do check in não houver disponibilidade de apto. duplo com 2 camas de solteiro? E se o seu “companheiro” roncar muito? rsrs

Bem, com certeza é uma proposta que deve focar nos mais jovens. Particularmente, acho a idéia criativa e… assustadora. Como garantir que a intenção do seu “amigo” será somente dividir o quarto?

Para que os hotéis não sejam prejudicados, devem deixar claro em suas regras que não são responsáveis por “estranhos” que o hóspede permitir em seu apto.

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Miss Travel – O Perigoso

“Viaje comigo!” Com esse slogan, o Miss Travel me pareceu o mais estranho. Você se cadastra como “Attractive Traveler” se é atraente, adora viajar, mas não tem budget. Caso queira companhia para viajar e seja muito generoso a ponto de pagar por todas as despesas, seu cadastro será como “Generous Traveler”.

Sentiu o potencial para incentivar a prostituição? Visite o site, tire suas conclusões e conte aqui.

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Bem, perigosos ou divertidos, o fato é que a criatividade das viagens sociais chegou para ficar. Ainda vamos ouvir muito sobre eles…

Independente do seu negócio ou posição, é importante estar atento às mudanças e inovações do mundo das viagens. Essas iniciativas estão mudando o comportamento do viajante, e vão mudar seu negócio também.

Você já utilizou alguns desses sites (fora TripAdvisor, claro)? Como vê o impacto deles na nossa indústria?

Sem medo de ser feliz

Sabemos que viajar é uma experiência emocional, e não podemos simplificá-la ao simples fato de reservar um vôo, hotel, ou alugar um carro. OTAs e Motores de Reservas não satisfazem 100% nossas necessidades durante o processo de compra, mas tecnologias inovadoras estão sendo idealizadas com esse objetivo. Se a Amazon e outros estão humanizar a experiência online, com certeza agências de viagens também farão.

Essa realidade deixa muitos hoteleiros inseguros. E o que mais vemos por aí são números que transformam essa insegurança em um medo extremamente prejudicial para a indústria.

Expedia já vale U$ 34 Bi no mercado e Priceline, U$ 28 Bi (imagem acima).

Se as grandes redes trabalham com 65% de intermediação no Brasil, imagina os hotéis independentes. Alguns dados recentes:

* 65% à 98% dos hotéis midscale tem tarifas mais baratas em OTAs do que no seu próprio site. (Fonte: RateGain).

* 42% das reservas são online, sendo 24% dessas diretas (no site) e 76% via OTAs. (Fonte: STR e HSMAI). Talvez 10% das reservas das redes brasileiras seja online (Fonte: Painel de CEOs no Fórum Panrotas 2013), mas isso também muda de figura na realidade dos hotéis independentes.

* Falta de Gestão de Custos de Distribuição. Muitos dos hotéis nem consideram esses números ou não contabilizam tudo. Estou falando de GDS, Motor de Reservas, comissões de agências tradicionais e OTAs, etc).

* Muitos hotéis não possuem motor de reservas no seu site.

* Falta de investimento e estratégias de marketing multi-canal. Em muitas indústrias, o mínimo que se investe em marketing é 10% à 12%. Na nossa indústria não há regra. (Novidade!) Esse percentual só aparece na hotelaria nos contratos de franquia, por exemplo. Independentes deveriam pensar entre 4% à 6% pelo menos. Mas seja quem for, foque na internet. A Starwood direciona 75% de toda sua verba de marketing no on-line.

* 50% dos hóspedes das grandes redes (como Marriott, Hilton e Starwood) fazem parte dos seus programas de fidelidade. Já a maioria dos independentes não dispõem nem de um sistema de CRM.

Mas parece que a hotelaria está mudando. Tenho notado uma maior consciência de proprietários, gerentes e franqueados, preocupados em diminuir essa dependência e investir no seu site, canal que melhor preserva a paridade, evita erosão de preços, além de ser o mais rentável.

Mas o ritmo precisa acelerar de uma vez por todas. Como ainda temos medo dos comentários do TripAdvisor? Medo de negociar comissões? Medo de apostar em uma precificação adequada? Medo de não entregar o que prometemos?

Viver inseguro se tornou um estilo de vida dos hoteleiros.

Existem problemas, mas também muita gente competente, a fim de trabalhar e com vontade de fazer bem feito. Chega de ter medo!