experiência do cliente (CX) é coisa do passado. É hora da Business Experience (BX).

A experiência do cliente se amplia, renasce para impulsionar crescimento, e promete rentabilidade 6 vezes maior.

Você já deve ter ouvido falar em UX (User Experience) como experiência do usuário, usado principalmente por designers digitais. Também conhece CX (Customer Experience) como experiência do cliente, conceito obsessivamente discutido nos últimos anos, e que proporciona as melhores experiências para o consumidor num momento de interação ou na utilização de um serviço/produto.

Pois isso não é mais suficiente! De acordo com uma pesquisa super recente da Accenture com 1.500 altos executivos de 22 países, as empresas que implantaram a BX (business experience) como experiência do negócio, que trabalha essa relação com o cliente de mono ininterrupto (e não só no momento da interação), aumentaram 6 vezes suas rentabilidade. Você não leu errado!

Características da BX:

  • Essas experiências devem reagir à novas necessidades dos clientes, muitas vezes não atendidas e em constante mudança, e permitir que eles obtenham os resultados esperados.
  • Abordagem mais holística que permite que o negócio se torne obcecado pelo cliente e retome o crescimento, pois envolverá todos os aspectos da empresa.
  • A responsabilidade da Jornada do Cliente é de TODOS, incluindo (e principalmente) donos / diretores, e não só da área de qualidade ou do marketing.

Você só pega referências do setor de turismo e hotelaria? Segue fechado nessa bolha? Isso o afasta muito da BX. As expectativas dos consumidores se tornaram fluidas em diferentes produtos e serviços. Eles não comparam mais suas experiências de marca entre modelos de negócios iguais ao seu, mas com prestadores de serviços digitais e outras focadas em tecnologia.

Isso me lembra uma conferência estratégica da HSMAI nos US que fui em 2019, onde ouvi uma frase que não esqueço: ‘Não existirão mais empresas hoteleiras ou agências de viagens no futuro, mas empresas de tecnologia que atuam na indústria de turismo e hotelaria’. O que você acha?

Com a pandemia, um renascimento da experiência está encorajando empresas de irem além da filosofia de CX que aplicavam até então, para entregarem experiências excepcionais.

Diferenças CX e BX:

Não deixe de notar a ‘experiência do funcionário’ na BX. E o propósito e valor ali? Deu para notar o quanto amplia o conceito, e como envolve a empresa como um todo?

Pilares do Sucesso da BX:

  1. Obsessão pelas necessidades dos clientes – usar isso como bússola. Atender necessidades não atendidas significa fazer clientes mais felizes e leais. 60% das empresas que superam suas metas sabem que precisam defender algo maior que só seus produtos e serviços.

Erro – deixar a função de insights dos clientes para marketing, usando dados históricos e segmentação de mercado somente para traçar um quadro de clientes. Só o dado, sem buscar e descobrir necessidades não adiantam muito. O que as pessoas estão dizendo e como elas estão se comportando pode não estar em sintonia. É preciso se transformar em uma empresa ‘de escuta’.

2. Inovação da Experiência como Hábito – alinhamento total da promessa da marca com a experiências que você oferece.

53% das empresas entrevistadas pela Accenture disseram que seus clientes esperam que elas inovem continuamente com produtos, serviços e experiências mais relevantes, se adaptando as suas necessidades e estabelecendo novos padrões. E inovação é como uma cebola de 3 camadas: recursos (melhoria da experiência humana com recursos já existentes. Ex:Netflix), serviço (criação de experiência com recursos disponíveis. Ex: Bancos digitais) e negócios (se desenvolve de um serviço e muda ecossistema), cada uma fornecendo uma base para a próxima.

3. Novas Tecnologias de Coleta de Dados – serão as principais aliadas ou um fracasso total. Vai depender de ‘como’ forem adotadas. Você pode comprar as ferramentas mais caras, mas se isso não resultar em melhor experiência ao cliente, seu tempo e dinheiro foram jogados no lixo. Portanto, nunca desconecte seu investimento em tecnologia e operações dos resultados dos clientes. Planeje sua estratégia tecnológica em torno de seus objetivos de experiência.

Veja no quadro abaixo, inspire-se, faça benchmarking em todas as indústrias, e se mantenha curioso.

O ‘tal’ diferencial da sua marca pode estar em qualquer lugar. Deixe nos comentários o que achou do conceito, se gostou da ideia, e/ou como sua empresa está inovando na experiência do cliente?

Quer se aprofundar no tema? Dias 23 e 24/Julho/2021 o curso ‘Excelência em Serviços para Turismo e Hotelaria‘ acontece online na ESPM e tenho o maior prazer se ser a fundadora e professora desse curso que acumula índices altíssimos de satisfação há quase 8 anos. Inscrições abertas. CLIQUE AQUI.

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Viagens vão se recuperar e a experiência será ainda melhor

A Recuperação é Inevitável – Oxford Economics

Viagens vão se recuperar e a experiência será ainda melhor.

“Viajar é fatal para o preconceito, a intolerância e a estreiteza de espírito”.

Mark Twain foi citado recentemente por uma das tantas reportagens que The Economist tem feito sobre viagens.

Viajar era difícil, demorado, caro. Em 1950, apenas 25 milhões de pessoas viajaram para o exterior (OMT).

Ao longo do tempo, a internet tornou tarifas mais acessíveis, e as viagens mais fáceis de organizar. Companhias aéreas, hotéis, locadoras de automóveis e outras empresas estão online, assim como muitos intermediários. Em geral, os custos de atrito com viagens caíram drasticamente.

A facilidade de viajar não expandiu apenas o turismo. À medida que as empresas se espalharam pelo mundo, seus trabalhadores também se espalharam. Como diz uma das previsões 2025 do site Skift, todos os trabalhadores serão viajantes corporativos. Confira o vídeo do nosso canal do Youtube Depois das 6, onde analisamos algumas dessas tendências.

Essa capacidade de fugir permitiu que as pessoas se espalhem pelo mundo para trabalhar, aprender ou apenas mudar de cenário.

Já em 2019, foram 1,5 bilhão de viagens. O futuro era brilhante, mas 2020 chegou…

A queda de 72% nas viagens nos primeiros dez meses de 2020 em relação ao ano anterior levou as viagens internacionais de volta para 1990. E a expectativa é que elas provavelmente não recuperem aos níveis pré cobiçados até 2023.

O turismo é uma indústria resiliente. Mas enfrenta uma desaceleração como nenhuma outra. E de acordo com o WTCC, cerca de 80% das empresas turísticas em todo o mundo, de hotéis a restaurantes e guias turísticos, são pequenas empresas.

A longo prazo, a ligação entre o aumento da riqueza e o desejo de viajar permanecerá intacta. Com todos os altos custos de curto prazo, a pandemia pode acelerar tendências que tornarão as viagens mais fáceis e menos prejudiciais. A indústria de viagens de hoje pode ter sofrido bastante, mas a nova que surge poderia ser melhor do que nunca.

Uma economia turística dinâmica depende da disponibilidade de uma variedade de serviços, desde hospedagem e bons serviços até atrações, atividades e eventos. O rápido crescimento das economias turísticas nos últimos anos sugere que elas podem ser reconstruídas rapidamente. Mas para todos os governos que redesenham suas estratégias de turismo para conter multidões e proteger o meio ambiente, outros podem competir correndo para o fundo do poço, usando grandes descontos para encher hotéis e aviões. O número de turistas vai se recuperar e continuar a crescer de qualquer maneira. Maiores esforços para gerenciá-los com cuidado devem proporcionar uma experiência melhor para todos.

Em resumo, as pessoas querem se socializar novamente. O turismo para entretenimento retorna plenamente fortalecido, começando no segundo semestre de 2021, sempre acompanhado de muita tecnologia, desde a compra, operação e experiências. E alguns itens serão reforçados:

  • Flexibilidade para todo o processo de compra, pagamento e cancelamento. Fonte: The Economist
  • Fortalecimento dos consultores de viagens. Fonte: Phocuswright
  • Viajantes planejam roteiros no exterior para depois de Julho, mas organizarão/comprarão agora. 47% deles planejam viajar no 2º semestre, e 11% já comprou suas passagens. Fonte: TripAdvisor
  • Planejamento da viagem será ainda mais prazerosa. 74% passarão mais tempo escolhendo seus destinos e 63%, sua acomodação. Fonte: TripAdvisor
  • Restaurantes como objeto de desejo. 47% querem voltar a jantar fora com mais frequência e experimentar restaurantes em 2021. Fonte: TripAdvisor.

Os viajantes apreciam mais do que nunca visitar o natural, mas com soluções altamente tecnológicas. Locais mais remotos, experiências mais autênticas suportadas com assistência digital 24 horas por dia, 7 dias por semana. A interação é a base do entretenimento do futuro. Faça parte, experimente algo autêntico e descubra informações de forma dinâmica.

Assim como a maneira como viajamos pode melhorar como resultado, a chance de os países repensarem as indústrias do turismo pode transformar uma indústria danificada e maltratada em uma melhor.

Sigamos em frente….

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