Principais Tendências das Viagens de Luxo

Costumo acompanhar todos os principais estudos de Turismo de Luxo do mundo, pois faço muitos treinamentos e dou aula sobre o assunto. Vários foram lançados nos últimos meses, como Virtuoso, Skift, MMGY Global, Euromonitor, Colliers, American Express, ILTM, e outras.

Unindo às palestras da recente Travel Week Latin America, muitas tendências e novas informações chegam ao mercado. Um ótimo refresh em ideias ‘casadas’ sobre o que o viajante de luxo quer.

Fiz um compilado abaixo, que serão aprofundadas no curso ‘Gestão e Estratégias do Turismo de Luxo‘, da ESPM. Não deixe de ver abaixo do post minhas 3 dias para você se inteirar ainda mais sobre esse maravilhoso mundo das viagens de alto padrão.

Vamos lá…

  • Mercado de luxo cresceu 4% em 2016, chegando a USD 1,06 Trilhões. No Brasil, ainda temos 56,3% dos milionários latino-americanos, segundo o Banco Central.
  • Os Millenials gastam 8% a mais em itens de luxo, incluindo viagens, em 2017. E os Millenials latino-americanos ficam mais tempo em suas viagens e adoram celebrações.
  • Luxo não está mais na escadaria de mármore ou interiores folhados a ouro, mas uma volta às raízes, ao raro, único e repleto de valor emocional. Uma experiência significativa tem mais valor que uma nova bolsa de marca. Boa notícia para a indústria do turismo.
  • Aplicativos, nesse segmento, são como vitaminas. São bons, mas não mudam a vida.
  • 3 Novas tendências: SIGNIFICADO, SIMPLICIDADE e TRANSFORMAÇÃO, todas com gatilhos emocionais e especificações psicográficas.
  • Os viajantes ‘high end’ não querem só ser ‘mimados’. Eles querem se CONECTAR.
  • Hotéis e destinos tradicionais perdem espaço, e Ásia, África e América do Sul passam a despertar a curiosidade dos jet setters do Século XXI.
  • Novas definições do luxo em viagens: EXPERIÊNCIAS, PERSONALIZAÇÃO e LOCALISMO. Quem quiser se destacar nesse mercado, deve focar nesses três conceitos e em experiências de imersão.
  • A AUTENCIDADE é uma grande palavra no luxo, mas ela deve seguir o padrão mínimo do setor, com todo o conforto, estrutura e tecnologia que esse consumidor tem na sua rotina diária.
  • 60% das pessoas querem viagens que lhe dêem uma nova perspectiva de mundo. A palavra aqui é TRANSFORMAÇÃO.
  • Maior desafio: convergência online/offline, como já revelado no estudo sobre o impacto do Instagram na escolha de hotéis pelos Millenials.
  • Aumento considerável da compreensão por parte do viajante de alto padrão em comprar seguro viagem.
  • Confiança cada vez maior nos consultores de viagens. Se destacarão aqueles que podem combinar o elemento humano com usos inovadores da tecnologia. A intenção da contratação de uma agência de viagens aumentou 110% entre os consumidores desse segmento, e 79% de crescimento em 2016. O Diferencial das agências inteligentes definitivamente será a atuação como Concierges. Mas é preciso ter cuidado com o ‘Complexo de Mordomo’, que acontece muito no Brasil, onde o prestador de serviços se acha mais importante (chegando a se tornar arrogante) que o cliente.
  • Agências e hotéis redefinem suas culturas e identidades individuais para alinhá-las com clientes específicos.
  • Marketing Multicanal assimilado do mundo da moda, com conteúdo online. Exemplo é a plataforma de ecommerce Clos19, da LVMH, que se baseia em lifestyle e dicas para proporcionar momentos exclusivos e elegantes desde a escolha de vinhos, até a história de vinhedos, e recomendações de destinos de luxo, entre tantas outras.
  • As viagens de família (ou turismo multigeracional, para quem gosta de falar bonito) ganham uma nova dimensão, com atividades mais ativas e imersivas.
  • BEM ESTAR é o mainstream do turismo de alto padrão, lembrando que ele é composto por SAÚDE, CONFORTO e FELICIDADE. 49% dos Millenials dizem que academias são uma das facilidades mais importantes de um hotel. E o resultado já é notado, sendo que 85% dos hotéis já tem esse diferencial hoje em dia, comparado aos 63% de 2004.
  • Iniciativas eco-friendly, que permitem a diversão dos hóspedes enquanto apoiam esforços de sustentabilidade dos hotéis ou dos destinos. Como esquecer a experiência que vivi no Unique Garden, quando minha filha plantou uma árvore, e todo ano recebemos uma linda mensagem com a foto da nossa árvore e o quanto ela está crescida.
  • SPAs crescem 9% em 2016. A previsão para 2017 é ainda mais crescimento, mas é preciso a atenção para tratamentos cada vez mais conectados com a cultura local. Exemplo: Ritz Carlton de New Orleans lançou recentemente o ‘Voodoo Ritual’
  • Cuba e África estão em alta, e Eastern Europe continua oferecendo um excelente valor x preço para esse tipo de viajante também.

Principais motivações de viagem

  1. Estar em família; viagens multigeracionais
  2. Viagens de celebração
  3. Viver experiências exclusivas/cruzeiros de luxo
  4. Lua de mel e destination wedding
  5. Viagens com propósitos específicos (culinária, vinhos, cultura, cinema)/viagens em grupos

Como os brasileiros estão viajando                                 

  1. Viagem internacional de uma semana
  2. Viagem internacional de duas semanas ou mais.
  3. Viagem nacional de uma semana
  4. Viagem internacional de 3 a 5 dias
  5. Viagem nacional de 3 a 5 dias

Você é um apaixonado pelo tema assim como eu, então seguem 3 convites:

  1. Siga o grupo no Facebook ‘TURISMO DE LUXO, que está chegando em quase 6.000 participantes.

2. Venha assistir gratuitamente a palestra ‘O Futuro da Hospitalidade‘, dia 19/05 das 19hs às 22hs, em SP, organizado pelas referências de hospitalidade de luxo no mundo, as Universidades de Glion e Les Roches. para receber mais informações e a ficha de inscrição, é só mandar um email para contato@gabrielaotto.com.br

3. Se inscreva no curso ‘Gestão e Estratégias do Turismo de Luxo‘ da ESPM SP, dias 28 e 29/07, que já está na 15ª edição, sempre com sala repleta de profissionais de vários segmento da indústria. Inscrições abertas.
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Venda por Minuto, a novidade da comercialização hoteleira

Você ainda nem embarcou na onda da venda por hora? Pois saiba que, após o Check-in e Check out 24 horas,  a novidade do momento é a venda POR MINUTO.

A ideia surgiu na incubadora de tecnologia JetBlue, criadora do aplicativo Recharge. A ideia é simples, o hóspede paga o quarto apenas o tempo que precisar, nem um minuto a mais. Tudo surgiu da observação de Emmanuel Bamfo, um jovem de 26 anos, que viu os motoristas de aplicativos como Lyft e Uber, que rodavam a cidade o dia todo, sem um lugar legal para se refrescar e descansar.

Em NYC, cidade piloto do aplicativo, os preços por minuto variam de USD 0,83 e USD 2,00 (mais 14,75% de imposto). Se alguém quiser tirar uma soneca de 20 minutos, por exemplo, o valor ficará entre USD 20 e USD 46.

Em pouco tempo de implantação, os proprietários hoteleiros estão impressionados como a ideia foi bem aceita por mães que precisam amamentar, alunos, e principalmente executivos que precisam de um lugar tranquilo para finalizar apresentações antes de suas reuniões, etc. Detalhe: o foco do aplicativo são somente hotéis de luxo.

Como funciona:

  1. Baixe o aplicativo (gratuito)
  2. Encontre o hotel mais próximo e clique ‘reservar agora’.
  3. O ciclo de faturamento começa 30 minutos após o registro, ou quando a chave o quarto é entregue, o que ocorrer primeiro. Termina quando o hóspede apertar o ‘check out’ no aplicativo. 
  4. Se tentar trapacear, finalizando o botão ‘check out’ mais cedo, é cobrada uma taxa ‘overstay‘.

Possíveis problemas:

       1. Sites como Dayuse.com, Dayuse.net.br, HotelQuando.com.br, e HotelsbyDay.com já não são novidades no segmento hoteleiro, e são concorrentes de peso.

RESPOSTA: ‘A premissa, também diferente da venda por hora, não se baseia em inventário não vendido, e sim na ocupação de quartos que estão desocupados pelo menos parte do dia, graças ao início check-outs e check-ins tardios. Mesmo em hotéis que estão 100% vendidos, tem cerca de 35% do seu inventário vazios durante o dia.’

2. Clientes ‘duvidosos’, ‘prostitutas’, etc.

RESPOSTA: ‘Permitimos que os hotéis avaliem os clientes, como Uber e Lyft permitem que os passageiros avaliem os passageiros. Dessa forma, se um hotel não está satisfeito com a clientela, o infrator não será permitido mostrar rosto lá novamente.’

3. Esse não seria somente mais um recurso para gigantes como Expedia, Hotel Tonight e Airbnb construirem facilmente?

RESPOSTA: “O aluguel de curto parzo está longe do core business para que eles priorizem agora. Até porque o Airbnb, por exemplo, teria problemas em convencer as pessoas a abrir suas casas para visitantes de curto prazo, devido aos casos de uso negativo que vêm à mente das pessoas.”

Veja o vídeo de 5 minutos de Emmanuel Bamfo, CEO do Recharge:

Dia Bamfo: “Nossos concorrentes não são esses sites, mas lugares como Starbucks, por exemplo. É como se colocássemos uma cama, banheiro exclusivo, chuveiro, mesa de trabalho, e todo o conforto e privacidade de um hotel em um café, que você pára durante o dia para trabalhar ou descansar.”

O que os hoteleiros que já estão usando o aplicativo dizem sobre isso”? “Recharge atende a comunidade local e defende visitantes que não precisam de uma noite inteira de hospedagem. Além disso, é uma oportunidade única de abraçar pessoas que não são cliente tradicionais, e a comunidade local, enquanto aumenta o número de walk ins e, consequentemente, seu faturamento.”

Por fim, ficam 2 perguntas:

  1. Você acredita que funcionará no Brasil?
  2. Quanto tempo até alguém copiar por aqui. “Queridas startups, se tiverem a ideia por esse blog, quero royalties (rs)”
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