A Economia Compartilhada continua crescendo e…incomodando

A ‘Economia Compartilhada ou Colaborativa’, modelo de negócios baseado no uso em detrimento da posse, está se espalhando rapidamente em diversos setores….e despertando a ira dos segmentos tradicionais.

O assunto da semana foi o UBER, o aplicativo que está tirando o sono dos taxistas. Recém proibido em São Paulo, funciona, entre amor e ódio, em 57 países.

Conversei com 2 taxistas essa semana com visões muito diferentes:
1) ‘É um absurdo esse Uber, eles não pagam os impostos e taxas que pagamos, cobram mais barato, e roubam nossos clientes. Se for aprovado em São Paulo, vamos parar a cidade em protesto.’
2) ‘Acho que devemos responder com serviço.

Conectei direto com nosso já conhecido Airbnb. Que aliás, para quem não sabe, já afirmou estar aberto à ideia de vender para agências de viagens.

E em resposta aos processos movidos por hoteleiros pelo mundo, os executivos da Airbnb são taxativos: ‘Não somos concorrentes. Somos somente mais uma opção para o viajante.

Aliás, será que Uber e aptos. de pool de hotéis no Airbnb são mesmo parte da tal ‘economia compartilhada’ ou simplesmente mais um tipo de negócio?

Mas independente do que você pensa sobre eles, o fato é que  a escolha agora está 100% nas mãos do cliente.

E se você acha que uma proibição aqui outra acolá está freando a proliferação dessas start ups bilionárias, dá uma olhada em uma pequena amostra do que já existe por aí:
  • ezPark – pessoas físicas e varejistas com vagas desocupadas em determinados horários — podem oferecer o “aluguel” desses espaços, seja por algumas horas ou dias da semana.
  • Tripda – compartilhamento de caronas.
  • Gowalk – pessoas para passear com seu cãozinho.
  • Tem Açúcar – compartilha objetos (Exemplo: precisando de uma furadeira? Veja quem tem para emprestar em seu bairro)
  • Fleety – compartilhamento de carros entre pessoas físicas.
  • Pegcar – qualquer pessoa pode alugar seu carro à interessados em um veículo naquela região e período, que pode variar de uma hora à dias, de acordo com a disponibilidade.
  • Parkingaki – você aluga sua vaga de estacionamento.
  • Couchsurfing – um sofá amigo para dormir na casa de alguém.
  • Bliive – você pode dar aulas no assunto que domina.
  • Dogvacay ou DogHero – hospedagem para bichinhos de estimação.
  • Zopa – empréstimo de dinheiro (esse está esbarrando nas leis de vários países, incluindo o Brasil)
  • Borajunto – dividir a corrida de táxi.
  • Cabe na Mala – encontrar espaço na mala alheia para trazer produtos do exterior.
E o argumento da segurança não vale se você compra ou vende em sites como OLX, Mercado Livre ou Ebay, ok?! Isso sem falar sobre marcar encontros com pessoas que conheceu no Tinder (se nunca ouviu falar no Tinder, continue assim, ok?!).

E as grandes corporações também estão se aproximando do modelo compartilhado. A Toyota aluga carros de concessionárias selecionadas. A Mercedes Benz respondeu aos serviços de carsharing nos EUA com o Cars2Go, que permite alugar SmartCars por 38 centavos de dólar o minuto, com combustível, seguro e estacionamento inclusos.

E o Citibank patrocina um programa de compartilhamento de bicicletas na cidade de Nova York (sim, o Itaú copiou).

Em resumo, após tanta pesquisa e diversas leituras ao longo do tempo, compartilho 3 pensamentos:

  1. “O risco das empresas está em perder o espaço de intermediário entre os clientes, que agora se conectam uns com os outros.”
  2. O grande aprendizado para as empresas é que o relacionamento com os clientes mudou, é hora de libertar a empresa para ganhar o mercado.
  3. Agora cabe ao governo e às entidades reguladoras descobrir qual é o papel deles nessa economia pautada pelo compartilhamento.
Para se aprofundar no assunto, recomendo:
E você hoteleiro, como vai reagir aos serviços e futuras inovações do Airbnb? ‘Vai parar a cidade‘ ou ‘responder com serviço‘?
=======================================
Se gostou desse post, leia também:

Como lidar com a nova realidade da distribuição.

A consolidação das OTAs, novos canais de venda e hoteleiros investindo na venda direta são as novas realidades do mercado hoteleiro. E isso se comprova com as últimas notícias:

1. A gigante Expedia comprou Travelocity, Orbitz, Trivago e, recentemente, parte da Decolar.com. Já seu principal concorrente, Priceline, que já tem Kayak e Booking em seu portfolio, adquiriu a Rocketmiles.

2. OTAs ramificando seu papel tradicional de canal de reservas, como mostram as últimas aquisições da Priceline:

  • RMS (Revenue Management System) – PriceMatch
  • Reservas de Restaurante – OpenTable.
  • Sotware para gestão hoteleira – Ninjas.
  • Marketing digital – Buuteeq.

3. A Accor oferecendo sua ferramenta de distribuição como mais um ponto de venda para hotéis independentes (que não concorram com os seus, claro). Recentemente, o      Maksoud SP aderiu à parceria.

4. Marcas hoteleiras concentrando seus esforços no incremento das vendas diretas, através de seu site, com baixo custo. Exemplos: Starwood, que oferece wi-fi gratuito para quem faz reservas pelo seu site, e está preparando o lançamento do check in online. Marriott e Radisson também investem em aplicativos para agregar valor e interagir diretamente com seu cliente, com o intuito de direcioná-lo para um relacionamento direto. Detalhe: as OTAs estão fazendo o mesmo.

E todo esse movimento é compreensível, afinal, 50% das reservas dos hotéis americanos são vendidos online. No Brasil, esse percentual é 20%. Ou seja, ainda existe um potencial enorme a ser explorado.

Mas quem tem o poder? Especialistas são categóricos: ‘quem tiver maior poder de barganha’.

O gigantismo dessas OTAs tem uma consequência clara: ficará cada vez mais difícil negociar o valor as comissões com elas, pois se tornarão ainda mais agressivas nas negociações, exigindo vantagens para seus consumidores e para elas próprias. Você não faria o mesmo?

Como o hoteleiro deve agir então? E o independente, que não dispõe de milhares de reais para investir e impulsionar suas reservas diretas?

Seguem algumas dicas:

  • Direcione seus esforços ($) para a venda direta (seu site).
  • Considere OTAs parte do negócio (mesmo sabendo da sua ‘mordida’ no lucro pelas altas comissões) para aumentar o alcance da sua distribuição.
  • Preste atenção na diária média trabalhadas com esses intermediários.
  • Nutra relacionamentos saudáveis com as OTAs (ganha-ganha).
  • Concentre-se no lucro líquido da distribuição. Conheça o custo de cada reserva que chega em seu hotel.
  • Ganhe cada vez mais controle do seu inventário.
  • Tenha uma estratégia comercial (de verdade!).

Um dos benefícios claros desses intermediários para a indústria é a melhor tecnologia. A consolidação de grandes empresas as força a inovar.

Por outro lado, sabemos que a integração e fluxo bidirecional ainda são questões a serem trabalhadas. Mas seu impulso tecnológico para o turismo é incontestável.

Portanto, não esqueça do ótimo conselho de Maxine Taylor, VP da Chartres Group: “A melhor maneira de lidar com novos jogadores no campo da distribuição é armar-se com o máximo de informações possível sobre seu próprio negócio e custos”.

Em resumo, pare de reclamar, entenda a nova realidade, e aceite: a melhor tática é o conhecimento.