Limpar ou não limpar?

A cobrança para limpar o apartamento já é uma realidade em muitos hotéis pelo mundo. Enquanto isso, alguns nem pensam dessa possibilidade, outros ainda incentivam a dispensa da limpeza focando na sustentabilidade.

A Rede Starwood, por exemplo, revela que 8,5% dos seus hóspedes se beneficiam com o programa “Make a Green Choice” (Faça uma Escolha Verde). Para cada dia que a limpeza do apartamento é recusada,  o hóspede ganha U$ 5,00 de crédito no restaurante do hotel ou 500 pontos de bônus no programa de fidelidade da rede.

Entre os hotéis que simplesmente cobram pela limpeza, está o Atlantis Resort, com uma taxa de Governança e Limpeza Pública obrigatória em torno de U$ 22,95 desde 2011. Se pensarmos que o custo da limpeza chega à U$ 22,00/dia, a boa idéia se tornou um ótimo negócio.
Obs.: Esse valor do custo/dia é da New York University’s Tisch Center of Hospitality, considerando o tempo (em minutos) divididos pelo número de aptos. do hotel.

Que tal o modelo do Tune London Hotels, onde vários serviços são cobrados mediante o uso (pay-per-use): taxa por serviço de limpeza (R$ 25,5 disponível somente a cada 3 dias de hospedagem), internet (R$ 10 por 24 horas), TV (R$ 10 por dia), secador de cabelos (R$ 5), toalha de banho (R$ 5), cofre (R$ 6,5 por hospedagem)?

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Durante a pesquisa sobre o assunto, li reações distintas de hóspedes:

Pró: “Acho ótimo, já que eu não me preocuparia em esconder minhas coisas ou ficar preocupado se a camareira guardará minhas coisas de um jeito que eu nunca mais encontrarei.”

Contra: “Nem pensar. Quero meu quarto limpo todas as manhãs.”

As Camareiras também se posicionam: “Se 100 hóspedes decidem não limpar o quarto, 6 entre 8 camareiras receberão uma ligação dizendo que não precisam ir trabalhar naquele dia. Isso está prejudicando nossos empregos e salários.”

Fato é que os hotéis estão cada vez mais pressionados para se posicionarem de uma maneira “verde”, e essa questão engloba também a limpeza e arrumação dos quartos.

Com sua gestão tradicional, será que o Brasil vai aderir? O conceito “self service” está demorando a pegar por aqui, afinal, uma hierarquia invisível de serviços paira no ar. Entendemos que serviço bom é um empacotador no supermercado, um cobrador no ônibus, empregada doméstica, usar toalhas de hotel somente uma vez, ter alguém para carregar nossas malas, executivos achando um absurdo fazer suas próprias reservas aéreas, etc. Como não ter alguém para arrumar sua cama todos os dias?

E não há certo ou errado, somente um cultura de prestação de serviços diferente da americana, por exemplo. Fato é que pendurar toalhas evitar a troca não será mais suficiente. É preciso ficar atento à mudança de comportamento do hóspede. Na minha opinião, é uma questão de tempo.

E você? Como tenta minimizar os custos de governança? Como lida com a questão “verde”?

Uma Nova Ordem

Você ainda acha que a hierarquia tradicional vai prevalecer? Acredita em ambientes corporativos com portas fechadas e diretores em grandes salas? Adora longas reuniões? Resume a nova geração como imediatista e multitarefas?

Está na hora de mudar seus conceitos. Converso com muitos gestores de diversas indústrias e é quase unânime entre eles que liderar os jovens é o grande desafio do momento. Se você é um líder “X” ou “Boomer”, tenho certeza que já questionou alguma atitude “Y”.

Na verdade, a Geração dos “Millenialls” é a mais educada e diversificada. Em apenas 15 anos, o último “Boomer” vai se aposentar e os “jovens” de 47 anos estarão ocupando a maioria dos cargos de liderança.

Aliás, nesse momento, estamos vivenciando uma amostra do futuro da gestão. Essa é uma frase da Professora de História da PUC/RJ durante um debate sobre os protestos nas ruas do país: “Vocês notaram que não há líderes nas manifestações, somente porta vozes? Estamos diante de uma geração muito mais democrática.”

Os jovens atuais não querem ser liderados, mas representados, inspirados, trabalhar em conjunto, sem a necessidade de uma estrutura hierárquica formal. Na indústria de serviços e hospitalidade, a necessidade de gestores capacitados se torna ainda mais vital para o sucesso e longevidade das empresas.

Veja se você se enquadrará na nova mentalidade corporativa:

  1. Mais mulheres em cargos de liderança. Essa é a primeira geração com mais mulheres do que homens com nível superior.
  2. Liderança colaborativa em equipe, acabando com o estilo de liderança de cima para baixo. Espaços dos escritórios reduzirão em 17% até 2020, deixando mínimo de 6 mesas para cada 10 funcionários.
  3. Não há separação entre trabalho e vida. A “tal” qualidade de vida, perseguida pelos “Boomers”, será vivenciada de forma corriqueira entre os “Ys”. Esse negócio de 9 às 18hs é do Século XX!
  4. Adeus à emails e reuniões. O verdadeiro trabalho será feito em tempo real, através de mensagens instantâneas, via redes sociais.
  5. Resultados acima da presença. Os funcionários do futuro farão o que quiserem e quando quiserem, desde que o trabalho seja feito. A remuneração não será mais por tempo trabalhado, mas resultado alcançado.
  6. Feedback imediato e socializado. Eles querem comentários, curtidas e opinião o tempo todo, isso é fato. Com base nisso, a PricewaterhouseCoopers saiu na frente e usa um sistema chamado Acclaim Points. A empresa atribui um certo número de pontos para cada funcionário, que eles podem conceder aos colegas, gestores e subordinados diretos por um trabalho bem feito. Cada ponto equivale a US$ 1 e pode ser resgatado em uma loja online para tudo, desde iPads até viagens.

Por um mundo com menos paradigmas entre as gerações!

Esqueça os padrões “Boomers” e acredite, os jovens não são tão indecisos, alienados e preguiçosos como você imagina. Eles só precisam de INSPIRAÇÃO, pois ousadia, tem de sobra!

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