Como lidar com a nova realidade da distribuição.

A consolidação das OTAs, novos canais de venda e hoteleiros investindo na venda direta são as novas realidades do mercado hoteleiro. E isso se comprova com as últimas notícias:

1. A gigante Expedia comprou Travelocity, Orbitz, Trivago e, recentemente, parte da Decolar.com. Já seu principal concorrente, Priceline, que já tem Kayak e Booking em seu portfolio, adquiriu a Rocketmiles.

2. OTAs ramificando seu papel tradicional de canal de reservas, como mostram as últimas aquisições da Priceline:

  • RMS (Revenue Management System) – PriceMatch
  • Reservas de Restaurante – OpenTable.
  • Sotware para gestão hoteleira – Ninjas.
  • Marketing digital – Buuteeq.

3. A Accor oferecendo sua ferramenta de distribuição como mais um ponto de venda para hotéis independentes (que não concorram com os seus, claro). Recentemente, o      Maksoud SP aderiu à parceria.

4. Marcas hoteleiras concentrando seus esforços no incremento das vendas diretas, através de seu site, com baixo custo. Exemplos: Starwood, que oferece wi-fi gratuito para quem faz reservas pelo seu site, e está preparando o lançamento do check in online. Marriott e Radisson também investem em aplicativos para agregar valor e interagir diretamente com seu cliente, com o intuito de direcioná-lo para um relacionamento direto. Detalhe: as OTAs estão fazendo o mesmo.

E todo esse movimento é compreensível, afinal, 50% das reservas dos hotéis americanos são vendidos online. No Brasil, esse percentual é 20%. Ou seja, ainda existe um potencial enorme a ser explorado.

Mas quem tem o poder? Especialistas são categóricos: ‘quem tiver maior poder de barganha’.

O gigantismo dessas OTAs tem uma consequência clara: ficará cada vez mais difícil negociar o valor as comissões com elas, pois se tornarão ainda mais agressivas nas negociações, exigindo vantagens para seus consumidores e para elas próprias. Você não faria o mesmo?

Como o hoteleiro deve agir então? E o independente, que não dispõe de milhares de reais para investir e impulsionar suas reservas diretas?

Seguem algumas dicas:

  • Direcione seus esforços ($) para a venda direta (seu site).
  • Considere OTAs parte do negócio (mesmo sabendo da sua ‘mordida’ no lucro pelas altas comissões) para aumentar o alcance da sua distribuição.
  • Preste atenção na diária média trabalhadas com esses intermediários.
  • Nutra relacionamentos saudáveis com as OTAs (ganha-ganha).
  • Concentre-se no lucro líquido da distribuição. Conheça o custo de cada reserva que chega em seu hotel.
  • Ganhe cada vez mais controle do seu inventário.
  • Tenha uma estratégia comercial (de verdade!).

Um dos benefícios claros desses intermediários para a indústria é a melhor tecnologia. A consolidação de grandes empresas as força a inovar.

Por outro lado, sabemos que a integração e fluxo bidirecional ainda são questões a serem trabalhadas. Mas seu impulso tecnológico para o turismo é incontestável.

Portanto, não esqueça do ótimo conselho de Maxine Taylor, VP da Chartres Group: “A melhor maneira de lidar com novos jogadores no campo da distribuição é armar-se com o máximo de informações possível sobre seu próprio negócio e custos”.

Em resumo, pare de reclamar, entenda a nova realidade, e aceite: a melhor tática é o conhecimento.

Carta Aberta de um Y para os Hotéis

“Caros Hotéis,

Como membro da geração Y (ou Millenials), não consigo entender porque não posso tomar café da manhã às 15:00 horas. Acha um absurdo? Pra mim é normal.

Sabe o que mais? Minha paciência é “zero” para sites que não abrem instantaneamente ou não funcionam corretamente no meu smartphone.

Peço desculpas pelas palavras, mas minhas expectativas são altas.

Faço parte dos nativos digitais, nasci entre 1980 e 1995 e, em algum momento durante o milésimo jogo de vídeo game, essa destreza digital passou a ser inerente a minha natureza. Por isso, quando chego até seu site e ele não é amigável, não consigo ver boas imagens ou saber o que serve em seu restaurante, isso me deixa extremamente frustrado. Estou procurando ofertas especiais, informações sobre atrações locais interessantes e fotos vibrantes. 

Consigo fazer muitas coisas enquanto estou no celular, ele faz parte do meu dia a dia mais do que você imagina. Andar a pé? Celular. Comer? Celular. Cadeira do dentista? Sim, celular.

Portanto, quando planejo viagens, pode apostar que a jornada começa com meu smartphone, assim como para os outros 79 milhões da minha geração.

Gostamos de viajar e gastar mais do que os Boomers e a Geração X. Vamos superar esses caras até 2030!

De acordo com estudos, vocês têm apenas 4 segundos para capturar um usuário online, mas isso soa uma eternidade para mim. Em média, entro em pelo menos 10 sites diferentes antes de reservar online.

Ajudem-me a ajudá-los!

Além de pular seu site caso ele não seja rápido e abra com perfeição em todos meus dispositivos, nem pense em deixar conteúdo desatualizado. Não quero saber do prêmio que você ganhou em 2010. Estamos em 2014, tudo mudou!

Outra coisa: seja capaz de trabalhar com reservas de última hora. Reservo hotéis 18 dias mais tarde do que viajantes mais velhos. De acordo com Orbitz e Travelocity, mais de 60% das reservas feitas por smartphone acontecem em até 24 horas antes do check-in.

E sua presença nas redes sociais deve incluir pelo menos o Facebook, para eu ter certeza que você existe. Sou fiel às marcas, e 63% dos jovens da minha geração quer se comunicar com elas pelas redes sociais. Se gostarmos de você, vamos compartilhá-lo. De nada!

Não nos ignore depois do check-out. Mantenha o ritmo com a tecnologia.

Espero falar ‘Nossa!’ pelas razões certas na próxima vez que visitar o seu site!”

O texto acima foi um jeito inovador da Buuteeq promover seu negócio de marketing digital na nuvem para hotéis.

Obs.: Em tempo, isso não é uma propaganda da empresa, mas somente um exemplo dos dois fatores essenciais na comunicação hoje em dia: criatividade e conteúdo. Preparado?