O Novo Luxo na Hotelaria

Christopher Norton é Presidente Global de Produtos e Operações da Four Seasons Hotels and Resorts, e conhecido pela sua atenção obsessiva aos detalhes.

Começou a trabalhar na empresa em 1989, e hoje lidera as operações da marca em todo o mundo.

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Ele entende que o cliente de luxo tornou-se mais democratizado. “Hoje recebemos hóspedes entre 20 e 30 anos muito mais sofisticados e repleto de experiências de viagens. Portanto, temos que nos manter sempre melhores no que fazemos. Também precisamos proporcionar um elemento surpresa em nossos hotéis, cada vez que eles escolhem ficar conosco.”

E ele relata uma experiência recente: “levei minha mulher para o Four Seasons Punta Mita, no México, para comemorar nosso aniversário de casamento. Ao entrarmos, ela viu um pequeno porta retrato sobre a mesa, e um segundo ao lado da cama. Eram fotos do nosso casamento, que aconteceu 35 anos atrás. Nós temos vivido em hotéis por toda a vida, mas esse gesto a deixou sem palavras. Durante todos os dias da hospedagem, giraram naqueles porta retratos cerca de 20 fotos nossas com nossos filhos, cães, passeando aqui, vivendo lá. E vocês sabem que é isso foi muito mais barato que nos enviar uma garrafa de champanhe. A lembrança e o carinho passado pelo gesto foi o que tornou a ação tão especial.”

 

Christopher diz que, nos próximos 5 anos, estará trabalhando em um grande projeto, para construção de prédios ‘responsáveis’. Afirmando que a conversa deve ser essa daqui para frente, ele fala sobre dessalinização, reciclagem de água, e como as janelas e fachadas devem produzir energia solar. “A próxima geração exige isso de nós“, diz Norton.

A tecnologia também mudará os quartos de hotel, mas não somente o ambiente, mas a forma como as pessoas se movem através de espaços. As pessoas hoje se sentam ou deitam com seus iPads e iPhones, fazem várias coisas ao mesmo tempo enquanto assistem filmes de TV e streaming. Então, as novas camas , sofás e cadeiras do Four Seasons vão evoluir para atender essas necessidades, assim como as mesas vão encolher. Em breve, os quartos serão ainda mais abertos, estilo residenciais.

A marca seguirá o luxo responsável, sem ser vistoso, um equilíbrio cuidadosamente elaborado entre forma e função. ‘Se não faz sentido, não vamos fazer’, conclui Norton.

O que é luxo para você em um hotel?

Comente sobre a experiência hoteleira mais luxuosa que você já teve.

Abaixo algumas das suítes do Resort Four Seasons Punta Mita, México:

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Impacto do Terrorismo nos Hotéis da Europa

Em estudo recente da STR, a média para que a indústria hoteleira se estabilize após um ataque terrorista é aproximadamente 3 meses.

O impacto geralmente acontece sobre a ocupação, e nem tanto na diária média.

Normalmente os hoteleiros de algumas localidades, como Londres e Bruxelas, não baixaram tarifas, pois entendem que os turistas tendem a evitar o destino independente do preço.
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Madrid 2004 – explosões no trem em 11 de Março

Resultados nos 3 meses seguintes:

  • Diária Média – queda de 7,4% no mês seguinte, e 13,5% nos 3 meses seguintes.
  • Ocupação – queda de 12,7%, 7,2% e 7,5% respectivamente. Ainda em Julho, caiu 5,5%.

Londres 2005 – ataques de 7 de julho sobre o sistema de trânsito.

Resultados nos 3 meses seguintes:

  • Diária Média – aumento de 3,2%
  • Ocupação – queda de 15,1%, 5,2% e 1,9% nos 3 meses subsequentes, antes de subir 1% no 4º mês.

Paris 2015 – ataques em 13 de novembro

Resultados nos 3 meses seguintes:

  • Diária Média – queda de 1,8%, e recuperação em Março/16, chegando a queda de apenas 0,4%
  • Ocupação – queda de 13,1% no 3 meses seguintes, e 4,8% no 4º mês.

O declínio de RevPAR (Receita por Apto. Disponível) no período foi de 5,2%, mas mercado está agora em recuperação.

Bruxelas 2016 – ataques de 22 de Março, mas os números abaixo indicam que o impacto de Paris já estava sendo sentido por sua hotelaria:

  • Diária Média – se manteve positiva – aumentando 1,1%
  • Ocupação – queda de 19,6% (após Paris)

Mas dia 28 de Março, segunda-feira depois da Páscoa, Bruxelas experimentou o seu menor nível de ocupação, -72,6% (6 dias após o atentado).

A STR deixou claro que ainda é cedo para fazer a análise sobre Bruxelas, mas com certeza ainda precisará de alguns meses para voltar ao patamar normal.

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