A Hotelaria em 2017 e o Futuro das OTAs

A hotelaria mundial vem evoluindo constantemente, e muitas mudanças ainda estão por vir. Recentes pesquisas revelaram características da nossa indústria em 2017, com uma visão abrangente dos mercados americano e europeu. Analisar mercado mais maduros é vital para aprendermos com seus erros e acertos.

Veja algumas previsões:

  • O mercado americano deve crescer 6x mais rápido que o europeu, com taxa de crescimento de 6,8%, contra apenas 1,1% da Europa.
  • Em compensação, as redes hoteleiras crescerão 3x mais rápido que os independentes no período de 4 anos na Europa. A hotelaria independente passará de 58% para 56% do mercado até 2017. Já nos USA, a divisão do mercado é 28% independentes, e 72% redes.
    Motivo: mudança de comportamento do consumidor.
  • Clientes gastam média de 53 dias para reservar sua viagem, visitando 28 sites. 50% dos viajantes pesquisam nas redes sociais procurando dicas de viagens.
  • 39% das reservas serão online na Europa (aumento de 5%), e 44% nos USA (aumento de 2%).
  • 8% das reservas estão sendo feitas por smartphones, com perspectiva de chegar à 35% até 2018.
  • Mesmo com o maior esclarecimento dos hotéis e investimento em seus próprios sites, as OTAs ainda vão desfrutar 52% do mercado americano em 2017.

Dica: a variedade na escolha se conecta com a natureza do novo viajante, e os hotéis devem encontrar a combinação ideal e eficaz entre canais diretos e indiretos para atender essa expectativa.

  • As viagens internacionais chegarão à 1,6 bilhões até 2020. Conhecimento profundo do mercado para abertura de hotéis será fator crítico.
  • Com as reservas globais crescendo, grande parte do segmento internacional dos hotéis dependem cada vez mais de OTAs e wholesalers.

O Futuro das OTAs em alguns mercados específicos até 2017:

  • Alemanha – queda de 4% nas OTAs, e aumento de 3% nas reservas diretas.
  • França – queda de 2% nas OTAs e aumento de 2% nas reservas diretas.
  • Europa – queda de 2% nas OTAs e aumento de 3% nas reservas diretas.
  • Reino Unido – queda de 4% nas OTAs e aumento de 3% nas reservas diretas.
  • Espanha e USA tem seus percentuais quase estáticos.

Dicas finais:

  • O mercado de hotelaria está crescendo, e as reservas online também. Tenha uma estratégia sólida.
  • Hotéis devem manter seus pontos fortes reforçados: Valor da Marca e Serviço ao Cliente.
  • Oferecer serviços personalizados será ainda mais importante para se diferenciar. Invista e treine!

MA314-SM_MINI_INFOGRAPHIC_2017BLOG-01Fontes:

  • Phocurswright com co patrocínio Siteminder
  • Nielsen – pesquisa para Google
  • OMT Tourism 2020 (Organização Mundial de Turismo)

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Breve histórico

Em 1946 o Presidente Gaspar Dutra proibiu os cassinos após reportagem intitulada ‘as fábricas do vício e do crime’. Ele entendeu que o jogo é degradante para o ser humano, influenciado pela sua esposa, muito religiosa.

E essa foi a segunda vez que isso aconteceu. Depois de chegar ao país junto com o império, a primeira proibição aconteceu em 1917, retornando em 1934, associados à espetáculos artísticos, com autorização de Getúlio Vargas.

Existiam 70 casinos empregando 40.000 pessoas no país quando a última roleta girou no Copacabana Palace em 30 de abril de 1946.

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Em 1993, a Lei Zico autorizou a volta dos bingos , para que entidades esportivas conseguissem angariar fundos. Mas em 2004, o então presidente Lula vetou a liberação de bingos e caça níqueis por escândalos de cobrança de propina por parte de representantes do governo.

Prós e Contras

Desde então, várias iniciativas para a legalização do jogo vem surgindo. Mas com a crise econômica, o projeto tomou força no final de 2015, quando o Executivo pediu ao Ministério do Turismo uma pesquisa para embasar o pedido de legalização dos casinos ao Congresso Nacional. A ideia é liberar somente em hotéis e mediante regulamentação, e a Assoc.Bras. de Resorts está apoiando a ideia.

Alguns senadores que votam contra, dizem que a prática pode incentivar a lavagem de dinheiro e ‘destruir famílias’. O que votam a favor, contra argumentam:

  1. Incentiva a lavagem de dinheiro, e é uma atividade de difícil fiscalização.

Contra partida: pode ocorrer em qualquer atividade econômica, não só nos jogos de azar. Além disso, os cassinos deverão declarar quem são os vencedores e a quantia dos prêmios pagos.

2. Contra os ‘bons costumes’.

Contra partida: argumento não tem mais valor na atual ordem jurídica brasileira.

3. Endividamento e vício.

Contra partida: como existe em Las Vegas, parte da arrecadação pode ser destinada  ao tratamento de viciados em jogos. As apostas podem ser autorizadas somente em dinheiro, não em cartões de crédito, para evitar dívidas.

Outros argumentos à favor:

  • O renascimento do jogo já vem sendo feito através da internet, como poker e apostas esportivas. Ou seja, quem quer jogar, joga. Hoje, 2/3 do jogo de apostas no Brasil é ilegal.
  • Todos jogos de azar (como ‘jogo do bixo’) deveriam ser regulamentados e tributados, com renda revertida em causas sociais, ou para o turismo, como é feito no Uruguai.
  • Aumento da arrecadação para União e estados, com previsão de R$ 20 bilhões. Hoje, o jogo ilegal já movimenta R$ 18 bilhões por ano no país. Taxar entretenimento é arrecadação que não penaliza a população.
  • Dos 194 países que compõem a ONU, somente 54 proíbem jogos de azar.
  • Governo pretende favorecer destinos mais necessitados de investimento, como Acre.
  • Hoje em dia, o brasileiro já joga, e fomenta o turismo na Argentina, Uruguai e Paraguai, onde o jogo é liberado. 70% do público do Conrad Punta del Este é de brasileiros. Isso sem falar nos navios que abrem as apostas após 12 alcançarem 12 milhas (19 Kms, ou da costa brasileira.
  • O conceito dos cassinos antigamente era de ‘tomar o dinheiro’ do apostador. Hoje em dia, esses estabelecimentos já entenderam que pertencem à indústria do entretenimento. O operador quer que o cliente volte amanhã. Ele não quer matar sua ‘galinha dos ovos de ouro’.

Assista vídeo interessante (menos de 4 min) da Agência Senado, e saiba como a discussão está se desenrolando entre os políticos:

Posição da Assoc. Bras. de Resorts

Queremos ser parceiros e absorver os cassinos, no entanto, não queremos os bingos e os jogos de bicho. Estamos muito interessados nesse tipo de atividade, e é justo eles estarem interessados com a fiscalização e com a questão do entrosamento de como uma empresa administradora de cassino vai atuar dentro de um resort, e de que forma isso vai ser viabilizado. As questões operacionais, integrarão uma segunda etapa. Existem outras entidades, mas a ABR possui uma matriz de qualificação e tem todas as qualidades para receber uma estrutura de cassino

Luigi Rotunno, Presidente da Resorts Brasil (ABR).

Ainda temos muito debate e processos burocráticos pela frente, mas já fico imaginando o quanto serão valorizados os Revenue Managers que começarem agora a estudar RM aplicado à cassinos.

Qual sua opinião? O Brasil deve liberar os cassinos?

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