Difícil escolha no domingo passado, tantas coisas acontecendo que mal sabia o que fazer.
Dentre as atividades possíveis, estava bastante dividida entre ir ao Salão do Livro ou fazer como muitos outros parisienses e sair de Paris.
O Salão do Livro, que aconteceu do dia 20 ao dia 23 de Março no Pavilhão de Exposições de Porte de Versalhes, atrai anualmente quase 200 000 leitores. Em 2014, deste número, mais de 36 000 visitantes se situavam em uma faixa etária abaixo de 18 anos.
Leitora inveterada e ansiosa em legar este prazer ao caçula da família, sabendo que o salão dispunha de mais de 200m2 dedicados da literatura infanto-juvenil, já tinha ai argumento suficiente para o deslocamento até Porte de Versalhes. Além disso, o evento convida em torno de 3 000 autores para encontro com leitores, conferências e sessões de autógrafos. Para ajudar, o metro em linha direta, era gratuito neste domingo. Porém o argumento de maior peso era, sem dúvida, a homenagem que estava sendo feita ao Brasil. Como país em destaque o Brasil trouxe 29 autores e desfrutou de um espaço privilegiado na programação, tendo até um aplicativo para promoção de nossa literatura. Imaginem que o Martinho da Vila, sambista que escutei tanto graças ao meu falecido pai, estaria lá.
Apesar de tantos argumentos para ir ao salão, a ideia de escapar da cidade e ver o horizonte, dizer adeus às luzes de neon e as quatro paredes que nos cercam por mais de 40 horas por semana, sobretudo às vésperas do início de um rodízio de carros em Paris, me pareceu muito tentadora.
Sem saber o que fazer eu decidi utilizar uma técnica infalível adquirida em restaurantes de países estrangeiros. Quando não sei o que pedir, peço exatamente o que está comendo a maioria dos freguêses locais. Em viagem, se estiver em companhia de um amigo da nacionalidade do lugar confie nele. Então na hora da indecisão resolvi fazer o que fazem muitos parisienses que têm carro. Com a família e um amigo resolvemos fugir da cidade. “Outdoors” ai vamos nós! Na mochila: pão de natural, nozes e frutas para aguentar até a chegada ao restaurante há 100 km de Paris. Todos no carro direção à cidade medieval de Provins.
Valeu a pena? Valeu tanto a pena que nas próximas semanas vou contar para você aonde vão tantos parisienses que movimentam o mercado de turismo local enchendo as estradas nos fins de semana em busca de verde e também de história, aventura, arquitetura ou gastronomia. Enfim, aos olhos dos parisienses, vamos à busca da verdadeira França e sua “Art de Vivre” pertinho de Paris.
E como uma imagem vale mais que mil palavras…
E então? O que achou da escolha?
Isso sem dizer que ainda não visitamos os 38 monumentos tombados pelo Patrimônio da Humanidade que se encontram em Provins. Outro dia voltamos!
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