O efeito borboleta, o restaurante Noglu & o fim da segunda guerra mundial.

Quem não entende esta minha mania de um texto sem começo, meio e fim talvez agora compreenda o por que. No mundo tudo é causa e consequência, certo! No entanto a história nunca chega ao fim e raramente tem o começo onde imaginamos.

O modismo do regime sem glúten chegou a Paris. Pessoas que defendem a dieta com unhas e dentes, como Vitoria Beckham, Gwyneth Paltrow ou família Clinton, podem ficar felizes.

E você que leu o titulo do post pode estar se perguntando qual a relação entre o regime sem glúten e o fim da segunda guerra mundial, comemorado neste dia 8 de maio.

Com todo respeito à pequena minoria de pessoas que sofre realmente de uma alergia ao trigo e ou ao glúten, e apesar da grande possibilidade de eu mesma optar por este tipo de cardápio em um restaurante se disponível, não pude deixar de pensar na relação da nova moda do “sem glúten” com o fim da segunda guerra mundial.

Vou tentar explicar: Desde pequena aprendi que o trigo era um componente central no regime alimentar do mundo ocidental, assim como no oriente médio. E de repente um componente do trigo causa problemas de digestão? Como assim? Eu não posso acreditar que o glúten virou bode expiatório! Não seria o componente E928 ou Peróxido de Benzoíla, usado para lavar a farinha e deixá-la branca e suas nano partículas que causariam danos ao sistema digestivo ao invés do glúten?

Ouvi também dizer que a soja virou cancerígena. Não seria a semente transgênica da soja ou o pesticida nela jogado o tal componente cancerígeno da soja?

Pois é, infelizmente poucos sabem que a posição atual das indústrias de grãos, química e farmacêuticas está intrinsicamente ligada ao fim da segunda guerra mundial. Foi durante este turbulento momento que o grupo americano Rockfeller criou um cartel com o conglomerado de empresas alemãs chamado IG Farben. Graças ao dinheiro da parceria, fortaleceu-se nos Estados Unidos a Standard Oil e criaram-se sucursais americanas ( e européias) de todos os tipos para acolher tanto os dirigentes como a tecnologia da fabrica da morte do governo nazista. Entre os produtos mais conhecidos da IG Farben encontra-se o gás Zyklon B, gás pesticida usado nas câmeras de gases!

O desmantelamento da IG Farben foi uma farsa que permitiu o crescimento de muitas empresas do grupo, tanto na Alemanha e principalmente fora dela. Ao invés de se desmantelar a IG Farben cresceu como um monstro o qual você corta uma cabeça e aparecem duas. BASF, Bayer, Bosch and Siemens, Hoechst, Umbro, Continental AG, Monsanto, para citar apenas algumas conhecidas. Pesticidas, plásticos, colorantes, remédios que tiveram como berço o tumulo de tanta gente… E alguém ainda acha que é o glúten que faz mal no trigo? Será que eu sou vidente ou todo mundo está cego?

O agente E928 usado para alvejar o trigo é também usado pela indústria farmacêutica em remédios contra acne graças as seguintes propriedades:

  • Queratolítica: Causa descamação das camadas superficiais da pele.
  • Comedolítica: Penetra no folículo pilossebáceo, auxiliando a dissolver o sebo dos microcomedões e comedões, prevenindo sua formação.
  • Antibacteriana: Contém em sua formulação um oxigênio de radical livre. Este oxigênio interfere no crescimento e reprodução da bactéria anaeróbica, o Propionibacterium acnes.

Descrito também como um granulo branco, solido e inflamável (C14H10O4), usado como alvejante para farinha e lipídios na indústria alimentar e como agente secador e catalizador na indústria farmacêutica.

Muitos outros colorantes e conservantes do gênero se popularizaram a partir do fim da segunda guerra mundial, invadiram nossas vidas, mudaram nosso jeito de comer e estão mudando nossa capacidade de digestão. Já se ouve dizer que as nano partículas de titânio do alvejante da pasta de dente podem ser as causadoras da Alzheimer.

Eu, porque tenho muitos problemas para digerir a farinha branca e lipídios, optei pelo trigo mais completo, mais moreninho e há muito deixei de apoiar a indústria alimentar mortífera constituída pela Monsanto e seus amigos como Coca-Cola e Mcdonalds. Quanto ao leite não houve jeito, troquei pelo leite de soja. O leite passou há durar 20 anos sem estragar numa caixinha fora da geladeira, mas acaba com minha digestão em 5 minutos. Muda também o metabolismo de toda essa gente que se priva tentando emagrecer, mas não se priva dos produtos certos. Mudar minha alimentação é uma escolha difícil, visto que cada vez que quero comprar um sanduiche na rua o pacote incluindo um lanche,sobremesa e bebida fica sempre mais barato com os produtos compostos pelas empresas usuárias destes componentes químicos. Aqui os sucos de frutas são mais caros que uma Coca-Cola. E ai no Brasil?

Apesar da dramaticidade da questão, a boa noticia é que agora Paris tem o Noglu para oferecer aos visitantes uma refeição cem por cento livre de E928 ! A outra boa noticia é que a história não acaba ai e um dia a minha vidência vai parecer o óbvio para muitas outras pessoas e estas empresas pagarão pelo o que estão fazendo. Por enquanto só posso ficar feliz com a aparição do Noglu. Assim que tiver um minuto livre passo lá e digo se foi bom.

Viva Paris e Viva Noglu

NOGLU RESTAURANT & ÉPICERIE 16, PASSAGE DES PANORAMAS 75002 PARIS reservas 01 40 26 41 24

De segunda a sexta: 12H00-15H00 Brunch sábado: 11H00-16H00 Jantar de terça a sabado : 19H30-23H00

NOGLU BOUTIQUE-ATELIER 49, PASSAGE DES PANORAMAS 75002 PARIS Encomendas : 01 42 36 52 50

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fotos NOGLU

 

 

 

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Silvia Helena

Após breves passagens pela Faculdade Metodista de São Bernardo e Belas Artes de São Paulo, aos 18 anos fui estudar no Canadá, onde vivi durante 23 anos. Lá me formei em História da Arte pela Universidade de Montréal, estudei turismo no Collège Lasalle de Montréal e no Institut de Tourisme et Hôtellerie du Québec. Comecei minha carreira na área trabalhando em Cuba. Durante os anos vividos no Canadá, entre outras coisas, fui guia de circuitos pela costa leste e abri minha primeira agência de receptivo para brasileiros. Há 18 anos um vento forte bateu nas velas da minha vida me conduzindo até França. Atualmente escrevo de Paris, onde vivo e trabalho dirigindo a empresa de receptivo, LA BELLE VIE.

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