A Torre Eiffel e as Medalhas Olímpicas

A Torre Eiffel e as Medalhas Olímpicas, o que elas têm em comum?

Neste ano de 2024, o objeto mais desejado pelos atletas participantes dos jogos foi elaborado especialmente para comemorar o centenário entre os JO 1924 e JO 2024.

De fato, a França sediou os Jogos Olímpicos cinco vezes: – duas vezes em Paris, em 1900 e 1924 – três vezes os Jogos Olímpicos de Inverno, em Chamonix em 1924, Grenoble em 1968 e Albertville em 1992.

Para celebrar o acontecimento do centenário a Comissão de Atletas que trabalha em conjunto com o Comitê Olímpico teve uma ideia genial: unir o monumento mais emblemático da França ao objeto mais emblemático dos jogos.

foto Cyril Masson

Assim, o centro das medalhas foi adornado por um hexágono, constituído pelo metal extraído e preservado da Dama de Ferro durante restaurações passadas.

Medalhas Olímpicas: simbologia

Para o design de suas medalhas, Paris 2024 recorreu à joalheria do grupo LVMH, Chaumet. Reconhecido mundialmente por seu know-how, a casa Chaumet trabalhou na medalha como uma verdadeira joia com um design imaginado em torno de três inspirações: o hexágono, o brilho (rayonnement ) e a cravação (sertissage).

O Hexágono é o símbolo da França devido à similitude da forma geográfica do país e da forma geométrica.

A palavra brilho em francês é “rayonnement” que pode ser interpretada como brilho ou alcance. Neste caso se refere tanto as realizações dos atletas como ao brilho e alcance internacional da França, acolhedora o evento.

E cravação faz referência a técnica de incrustação da pedra no metal. Na criação da casa Chaumet para as olimpíadas, o hexágono é ligado à medalha por seis apêndices metálicos distribuídos em seus cantos envolvendo e fixando a peça de ferro. Para isso, a forma notável do “Clous de Paris*” e sua semelhança com os famosos rebites da Torre Eiffel foram escolhidos para defini-los.

Como anuncia o vídeo a seguir, este ano os sonho é uma joia e Paris é sua caixa. Veja as imagens

O Outro lado das medalhas

Desde 2004, a tradição de retratar a deusa da vitória Athena Nike no anverso das medalhas olímpicas tem sido uma constante. Ela é simbolicamente representada emergindo do Estádio “Panatenaico”, o local dos primeiros Jogos Olímpicos da era moderna em 1896.

A Acrópole, outro ícone grego, também encontra seu lugar nas medalhas, simbolizando a longa história e o espírito dos Jogos. E pela primeira vez, a Torre Eiffel se junta a esses símbolos históricos, representando não apenas a próxima sede dos Jogos, mas também as raízes francesas do movimento olímpico moderno, iniciado por Pierre de Coubertin. Segundo anunciado pelo comitê em seu site, essa fusão de elementos reflete a natureza global dos Jogos Olímpicos, unindo passado, presente e futuro.

O outro lado da medalha paralímpica é uma ilustração completa das escolhas criativas feitas por Paris 2024 e Chaumet. Uma representação gráfica de uma visão de baixo ângulo sob a Torre Eiffel. As palavras “Paris” e “2024” emolduram os pilares da torre e estão inscritas em Braille universal, um símbolo de acessibilidade e um gesto ao seu inventor francês, Louis Braille. Para permitir que os atletas com deficiência visual distingam entre os três metais pelo toque, linhas são gravadas na borda da medalha conquistada: I para ouro, II para prata e III para bronze.

As medalhas olímpicas são mais do que prêmios; elas são provas de excelência e conquista. A França soube integrar nas condecorações dos JO 2024, através do material escolhido e dos símbolos utilizados, sua história e cultura.  


PS Nota: Os “Clous de Paris” constituem um rico património no mundo da relojoaria, simbolizando tanto a tradição como a delicadeza do saber fazer artesanal. Este motivo, que tem suas raízes no coração pulsante do artesanato francês, é um verdadeiro emblema da decoração meticulosa e elegante de objetos de luxo.

O motivo Clous de Paris é caracterizado por uma série de pequenos motivos em forma de pirâmides ou diamantes, gravados com extrema precisão, tão próximos uns dos outros que evocam uma superfície repleta de pregos ou cabeças de alfinete. A técnica usada para criar esse padrão é o guilloché, uma forma de arte decorativa que requer mão de obra especializada e ferramentas especializadas.

fonte: Newsroom Paris2024

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Silvia Helena

Após breves passagens pela Faculdade Metodista de São Bernardo e Belas Artes de São Paulo, aos 18 anos fui estudar no Canadá, onde vivi durante 23 anos. Lá me formei em História da Arte pela Universidade de Montréal, estudei turismo no Collège Lasalle de Montréal e no Institut de Tourisme et Hôtellerie du Québec. Comecei minha carreira na área trabalhando em Cuba. Durante os anos vividos no Canadá, entre outras coisas, fui guia de circuitos pela costa leste e abri minha primeira agência de receptivo para brasileiros. Há 18 anos um vento forte bateu nas velas da minha vida me conduzindo até França. Atualmente escrevo de Paris, onde vivo e trabalho dirigindo a empresa de receptivo, LA BELLE VIE.

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