La Samaritaine – A origem do nome
La Samaritaine era o nome de uma bomba de água localizada na Pont Neuf cuja existência remonta a época do rei Henrique IV. Esta fonte era decorada com uma representação do episódio evocando o encontro de Jesus e uma samaritana no poço de Jacó (Evangelho segundo João), (1672-1744). O todo foi decorado por um relógio equipado com um jacquemart, e, mais tarde, um carrilhão.
A criação – de camelô a proprietário de loja
Em 1870 o nome inspirou Ernest Cognacq para abertura da sua primeira lojinha. Até então, Cognacq mantinha uma tenda (um “guarda-chuva vermelho”) no Pont Neuf. Foi graças à amizade com o proprietário de um pequeno café que frequentava na Rue de la Monnaie que o comerciante conseguiu alugar, a partir de 21 de março de 1870, uma sala anexa pouco utilizada e torná-la num pequeno negócio de novidades:”À la Samaritaine”.
Crescimento da Samaritaine
No dia 1º de abril seguinte, a loja já expandia. Em janeiro de 1872, Ernest Cognacq casou-se com Marie-Louise Jaÿ, ex-primeira vendedora no departamento de roupas do Le Bon Marché, com quem ele administraria o bazar em constante crescimento. Crescendo de 48 m2 em 1870 para várias centenas de metros quadrados em 1874, a loja prosperou e seguiu a expansão, dando à luz em 1900 às Lojas de Departamento de La Samaritaine. Conta a história que o casal nunca almoçava junto, pois cada um se revezava em um balcão de seu negócio.
Ao adquirir os prédios próximos à sua loja, Cognacq muda o bairro e uma parte importante da cidade. Sob a direção do arquiteto Frantz Jourdain, quadras foram completamente redesenvolvidas ou reconstruídas gradualmente entre 1883 e 1933. Enquanto la Samaritaine prosperava com duas lojas perto do Pont Neuf, Ernest Cognacq empreendeu em 1910 a construção em outro distrito de Paris de uma nova loja destinada a uma clientela mais rica: a “Samaritaine de luxe” inaugurada em 1917 no boulevard des Capucines. As lojas são complementadas por grandes armazéns localizados no Boulevard Morland, Quai des Célestins, Rue de Bercy e Rue Saint-Jacques.
Considerado um chefe social paternalista, Ernest Cognacq cria a Fundação Cognacq-Jay. Ele e sua esposa fazem questão de acompanhar suas equipes do berço (maternidade Cognacq-Jay) ao caixão (casa de repouso rueil-Malmaison)
Após a morte do casal, o sobrinho Gabriel Cognacq toma as rédias do império comercial que se tornou La Samaritaine, a mais importante loja de departamentos parisiense com seus 48.000 m2.
Seu slogan publicitário, inventado pela agência Alice e apoiado por uma grande campanha publicitária na década de 1960, permaneceu na memória coletiva: “Encontramos tudo em La Samaritaine”.
Em 22 de setembro de 1985, o Pont Neuf em Paris foi embalado por Christo Javacheff. La Samaritaine aproveitou o evento para lançar seu novo slogan publicitário: “Moi, La Samaritaine m’emballe !”. “Eu, La Samaritana me embala!”
Fechamento
A partir da década de 1970, a prosperidade comercial de La Samaritaine diminui lentamente. Em 1986, La Samaritaine de luxe foi transformada em um escritório e edifício comercial. Com o tempo, muitos departamentos históricos (como o pet shop por exemplo) desapareceram.
A partir de 1998, a loja de departamentos vê sua área de superfície reduzida, e passa a alugar lojas para outras marcas. Em 2001, a família Renand vende La Samaritaine, para o grupo LVMH. A loja de departamentos fechou suas portas em 2005 para reforma e nunca mais abriu, até essa semana.
Reabertura em 2021
Durante 16 anos o edifício ficou abandonado, enquanto seguidas polêmicas implicando a restauração e reformas eram discutidas, embargadas, negociadas.
Hoje La Samaritaine reabre e volta a ser uma das maiores lojas parisienses: 20.000 metros quadrados restaurados, 7 andares, uma fachada magnífica misturando arte déco e arte nouveau recoberta de arabescos dominando de um lado, a rua de Rivoli, do outro, as margens do Ponte Neuf.
Sua reabertura é um grande momento para Paris e seu comércio. A propriedade do Grupo LVMH é constituída de um complexo de 70.000m2 e além de comércios também abriga um hotel de luxo, escritórios, uma creche e habitações sociais.
Quem não conhece La Samaritaine? Assim começa o documentário que explica a saga desta antiga loja que hoje reabre em Paris. Um verdadeiro monumento que marcou a vida da cidade e seus habitantes. Assista as imagens e não se deixe intimidar pela língua francesa. Vale a pena!
As imagens do Le Parisien mostram um pouco mais da loja renovada, que promete ser o lugar mais “instammagrable” da cidade!