A “Sena” Musical de Paris: a mais nova e espetacular cidade da música.

Na região oeste de Paris, ao longo do Rio Sena, a Ilha Seguin, antigo berço da indústria automóvel francesa, ganhou uma nova vocação.  Um novo centro cultural dedicado inteiramente à música será inaugurado em abril, o grande conjunto arquitetônico de 34 500 m² será destinado principalmente à organização de shows e eventos. 

La Seine Musicale, como é chamado o local, terá dois auditórios, um com 1150 lugares e outro podendo acolher entre 4000 pessoas sentadas e 6000 de pé. Este último se beneficiará de uma flexibilidade de utilização fora do comum. Ferramentas de palco de múltiplas vocações permitirão um ritmo acelerado de eventos. Na França, será o único complexo artístico capaz de oferecer até seis shows em 48 horas!

A “cité de la musique”, ou cidade da música, acolherá igualmente uma orquestra permanente, uma escola de música e estúdios de gravações.

Com o centro Louis Vuitton de arte contemporânea de um lado e a conversão da Ile Seguin no reino da música contemporânea do outro, o bairro Boulogne-Billancourt ganhou uma nova identidade e dá boas razões para uma visita.

Datas importantes para a ilha

Carros Renault ocupou a ilha entre os anos 20 e 90.

1929-1992 Ocupação pela fábrica de carros Billancourt-Renault.

1993 -2012 A população ribeirinha se opõe a diversos projetos

2013 Entrada em vigor da parceria público-privada para a construção de uma cidade musical na ponta oeste da ilha.

Julho de 2014 Início da construção do edifício.

Final de 2016 Data de término da obra.

22 de abril de 2017. Concerto de inauguração  no novo auditório da Orquestra Insula de Laurence Equilbey.

Veja o Timelapse para descobrir a chamada “Vela” do prédio em movimento.

Timelapse Le Figaro

La Seine Musical

Veja mais imagens neste vídeo 

Puro deleite: passeio musical através das ruas de Paris

Há muito tempo desejo compartilhar com você, querido (a) leitor (a),  um dos principais motivos de minha admiração por Paris. Impossível descrever o ambiente nas ruas invadidas por diferentes harmonias. Em Paris a música é onipresente: nas praças, nos túneis do metrô, em ruas pedestres e esquinas movimentadas.   Um curto passeio dominical através do pátio do Louvre, dos bairros Marais e Halles resultaram nos exemplos abaixo. Os vídeos não emanam a magia que o momento de deleite ao vivo proporciona, mas (espero) darão uma idéia sobre o que estou falando.

Senão puder ver todos os vídeos completos, escute um pouco de cada um deles para constatar a variedade de estilos.

Beijos e meus votos de uma excelente semana.

Direitos, dinheiro e respeito. A mulher “parisienne” no dia 8 de março e sempre.

Uma característica única de Paris é ser um palco constante de manifestações culturais dos mais diversos tipos. Paris é uma cidade em constante ebulição. Manifestações artísticas, musicais, arquitetônicas, plásticas, manifestações sociais e políticas preenchem o quotidiano do (a) parisiense e até mesmo o visual da cidade (como em sua arquitetura contrastante e muitas vezes fruto de legendarias polêmicas). Algumas manifestações são criativas e, no entanto, conservadoras como a famosa Fashion Week, muitas outras frequentemente revolucionárias.

O dia 8 de março não podia ser diferente.

Este ano mais do que nunca, no domínio socioeconômico, as mulheres estão exigindo direitos, dinheiro e respeito. Apesar das promessas eleitorais de François Hollande, as francesas ainda ganham 26% a menos que os franceses.

 38 associações, feministas, sindicatos, ONGs e organizações de jovens chamam para mobilização. Os organismos chamam as mulheres (e homens comprometidos com a causa) à greve neste dia 8 às 15:40 em ponto. Por que 15:40? Porque, tendo em conta a diferença de 26% entre a remuneração de mulheres e homens (de acordo com dados do Eurostat), é a hora que as mulheres param de ser pagas a cada dia, com base em um dia normal.

Outra razão para desencadear uma greve? 80% dos empregos de tempo parcial são preenchidos por mulheres.

Um protesto percorreu o trajeto da Praça da República a Ópera passando em frente de lojas de departamento, onde há um grande numéro de trabalhadoras no ramo..

Já no registro cultural o projeto da AWARE, Archives of Women Artists, Research and Exhibitions, “Où sont-elles?” ou “Onde estão elas?” promove, em associação com diversos museus, visitas guiadas por conferencistas com destaque para as obras de artistas do sexo feminino de suas coleções. Do dia 8 ao dia 12 no Museu de arte moderna Georges Pompidou, no Museu D’Orsay, no Museu de Artes Gráficas e outros. Visitas gratuitas, reservas no site. http://www.awarewomenartists.com/action/visites-a-la-decouverte-des-artistes-femmes/

La parisienne - Auguste Renoir
La parisienne – Auguste Renoir 1900

E para terminar nosso percurso pela semana e vida da mulher em Paris, a biblioteca Forney no bairro 4 expõem uma coletânea de fotos, documentos e revistas apresentando a evolução da moda feminina durante a 1ª guerra mundial. Quando os acontecimentos ditaram a condição feminina e seu papel na sociedade, levando-as às manufaturas e até a beira das trincheiras, mudando assim seus costumes e aparências externas para sempre.  A exposição fica aberta até dia 17 de junho, dando oportunidade a quem perdeu a semana da mulher em Paris de desfrutar da ocasião e da descoberta da condição, sempre evolutiva, da mulher na França.

Bibliothèque Forney
1 rue du Figuier, 75004 Paris, até 17 de junho 2017