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Greve de controladores aéreos

Antes de falarmos sobre o impacto da greve e da anulação de 2000 voos até o mometo, vou contar para você querido leitor (a) o que está por detrás da greve dos controladores aéreos franceses que acontece nestes dias 3 e 4 de julho.

Aliás, “en passant”, existe algo mais francês que um começo de férias de verão acompanhado por uma greve dos controladores aéreos? Talvez as ameaças de greve durante as férias de Natal dos ferroviários da SNCF!? Quero dizer, começo de férias parece sinônimo de hora de lavar a roupa suja entre o governo e os sindicatos e trabalhadores da área de transportes!  

Motivações para a greve

Segundo 2 sindicados representantes da classe de controladores aéreos (UNSA-ICNA e USAC-CGT) a baixa de efetivos é a principal razão a paralização.

De fato, após pressão por parte dos trabalhadores e um estudo realizado, foi descoberto pela Direção de Navegação Aérea que ocorriam situações onde os controladores presentes para execução das tarefas correspondiam a metade do número de efetivos necessário ou exigido segundo normas de segurança. Foi descoberto igualmente que, para paliar a falta de efetivos ou não, os controladores se organizam entre eles e se alternam como bem entendem, emprestando inclusive seus crachás e falsificando presença. O mesmo relatório encomendado pelo estado, destacou também a prática e direito dos controladores de se ausentarem do serviço se pouco tráfego permitir a diminuição da sua equipe, sem que seus ganhos e contagem de dias de presença sejam afetados.      

Então, o primeiro ato constituído pela Direção de Navegação Aérea para resolver o problema do qual reclama os controladores, a falta de pessoal, será implantar um novo sistema de Ponto biométrico e crachás com uma espécie de gps.

O ponto biométrico permite saber a que horas os reais controladores chegam ao seu local de trabalho, e o crachás, saber exatamente onde estão (em frente ao seu posto ou no intervalo, por exemplo) e, assim, contar o número exato de horas de trabalho efetivo.

Promessas de contratações insuficientes, gestão de recursos humanos tóxica, além da falta de pessoal são alegados como motivos da greve. No entanto, foi a imposição controversa dos novos meios de controle o estopim da mesma. ( O feitiço virou contra o feiticeiro, mesmo ele sendo o bom feiticeiro)

imagem criada por IA

Vitimizados pelos sindicatos e agora acusados de mimados pelos jornais partidários do poder, a classe de raros engenheiros que ganha entre 8 e 11 mil euros aos mês, desfruta de aposentaria aos 59 anos, trabalha 155 dias ao ano e no máximo 32 horas por semana tem alto poder de negociação. Afinal, sem eles é impossível que um avião voe, sem sua capacidade de concentração o pior pode acontecer. E, avião no chão é inconveniente e custoso, principalemente nos primeiros dias de férias de verão.

A paralização dos dias 3 e 4 afetará fortemente o tráfico aéreo nacional, sendo um pouco mais concentrada no Sul da França e no aeroporto de Orly, onde há maior presença de um dos sindicatos representantes que apoia massivamente a greve.

Impacto da Greve dos controladores aéreos

A Direção Geral Aviação Civil impõe cortes preventivos: aproximadamente 2.000 voos cancelados até o momento

A Direção Geral de Aviação Civil (DGAC) assumiu a liderança. Antecipando uma mobilização massiva, pediu às companhias aéreas que reduzam drasticamente seus horários de voos.

Até o momento temos:

  • 50% dos voos cancelados em Nice, Bastia e Calvi.
  • 30% em Lyon, Marselha, Montpellier, Ajaccio e Figari.
  • 25%  em Paris-Charles de Gaulle, Orly e Beauvais.

Nacionalmente, isso representa cerca de 2.000 voos cancelados em dois dias. Uma onda de choque que afeta tanto as companhias aéreas quanto os passageiros. “Apesar dessas medidas preventivas, interrupções e atrasos significativos são esperados em todos os aeroportos franceses”, disse a DGAC em um comunicado oficial. Os preparativos para o dia de sexta-feira, 4 de julho de 2025, serão anunciados na quarta-feira, 2 de julho.

A palavra de ordem para quem viaja na ou para França nestes dois dias é verificar junto à companhia aérea a situação de seu voo antes deslocar-se aos aeroportos. Em princípio, voos de longas rotas internacionais não costumam ser afetados.

O dia em que Leonardo da Vinci se revirou no túmulo

O mundo inteiro viu as imagens das duas ativistas que atiraram sopa na Monalisa.

Infelizmente, poucos ouviram ou compreenderam a mensagem que elas tentaram transmitir. A mídia destacou nas manchetes o ato em defesa da ecologia e relacionado à questão climática. O que, de fato foi, mas não apenas…

Segue a transcrição do texto recitado pelas mulheres após o lançamento da sopa no “rosto” da Monalisa:

“O que é importante? O que é mais importante? Arte ou direito à alimentação saudável e sustentável? Nosso sistema agrícola está doente. Os nossos agricultores estão morrendo no trabalho. Um em cada três franceses não faz todas as suas refeições todos os dias.”

Em seguida, foram detidas. De acordo com o Louvre, elas haviam escondido a sopa de abóbora em uma garrafa térmica de café.

Falou-se muito menos nas televisões francesas e redes sociais sobre os milhares de tratores que invadiram a cidade de Paris na mesma semana, levando ao ápice o movimento iniciado em 2023 por seus donos, agricultores desesperados diante dos desafios que enfrentam.

Encargos, impostos, más colheitas, sistema burocrático pesado e, sobretudo, concorrência de produtos ucranianos isentos de impostos e do Mercosul transgênicos e cheios de agrotóxicos ameaçam a autonomia alimentar de um país que já viu sua Indústria desaparecer e segue desenfreadamente em direção ao “american way of life (and production)”

Ou seja, o governo pressionou tanto os agricultores financeiramente que agora estão acuados entre o desesperado desejo de usarem agrotóxicos hoje proibidos na Europa ou perderem suas terras. Os mesmos agricultores que lutam há anos por uma produção e uma alimentação saudável já não sabem como sobreviverão diante do liberalismo econômico e o colonialismo químico que estão sofrendo.

Enquanto a militância e termos como colonialismo político e cultural caem em desuso, esses e outros tipos de colonialismo, tal como o colonialismo midiático, e agora o colonialismo químico seguem se alastrando e no caso deste último matando gente.

A luta dos agricultores franceses é tão importante para nossas vidas quanto foi a Revolução Francesa. Se esses agricultores franceses tivessem o merecido reconhecimento e ganhassem essa guerra, a qualidade de sua alimentação no Brasil teria uma grande chance de melhorar.

Leonardo da Vinci, humanista, artista multidisciplinar, pintor, arquiteto, grande amante de botânica, biologia e horticultura certamente não aprovaria o crime que está sendo feito pelas grandes empresas que barateiam seus alimentos usando agrotóxicos e transgênicos para produzi-los.

Assim, Leonardo da Vinci, conhecido apreciador de uma dieta à base de legumes e até mesmo de sopa e notório autodidata, deve ter se virado no túmulo, não porque o vidro que protege a Monalisa ficou sujo, mas porque as militantes parecem não ter conseguido passar seu recado.

Leonardo da Vinci, o inventor e humanista, também não deve ter gostado que apesar de tantas imagens veiculadas, nada tenha sido dito sobre a real problemática por trás dos dois fatos.

Estamos vivenciando a luta pela manutenção da comida saudável e de boa qualidade e pela autonomia alimentar de um território. Se os agricultores franceses perdem essa guerra, o mundo perde. Enquanto alguns fazem a coisa certa, temos sempre a esperança que o exemplo se alastre, mas se eles forem erradicados, o que resta para as gerações futuras?

Eu só fico imaginando Leonardo, com as mãos levantadas, tal o homem de Vitruvio, talvez em um gesto de desespero, pedindo que a elite e grandes empresas alimentícias deste mundo deixem os pequenos agricultores exercerem suas profissões adequadamente e que a população francesa e do mundo coma uma comida sem veneno.


Notas:

O novo e jovem primeiro ministro Gabriel Attal, fez um bonito discurso e promessas de subsídios e atos comerciais para valorizar a produção francesa, abrindo as portas para discussão com os principais sindicatos e liberando as ruas e estradas aos arredores de Paris dos tratores pelo momento.  Em regiões Isère et Boches du Rhône o movimento continua. Veja como se apresenta a situação nos dias 3 e 4 de fevereiro.

  • Reabertura da A10 em Île-de-France em Dourdan em ambos os sentidos
  • Reabertura da A10 entre Saintes e Granzay-Gript em ambos os sentidos
  • Reabertura da A71 entre Vierzon e Bourges em ambos os sentidos

Algumas manifestações ainda estão dificultando o trânsito, envolvendo o fechamento de estradas pelas autoridades municipais (lista fornecida pelo jornal Le Midi Libre que provavelmente mudará rapidamente):

  • Fechamento da A7: no sector de Viena em ambos os sentidos; entre Chanas e Bollène em direcção a Marselha, entre Avignon Nord e Chanas em direcção a Lyon
  • Fechamento da A9: entre Gallargues e Nîmes Est em ambos os sentidos entre Remoulins e o cruzamento A9/A7 em Orange, em direcção a Lyon
  • Fechamento da A10 entre Saint-Maixent e Poitiers em ambos os sentidos
  • Fechamento da A20 no sector de Montauban em ambos os sentidos
  • Fechamento da A54 entre Nîmes e Garons em ambos os sentidos

“Manifestações em certos trechos e cancelas de pedágio também estão dificultando o tráfego, e alguns acessos à rodovia podem ser modificados por medidas de gerenciamento de tráfego“, diz a Vinci Autoroutes. Nas zonas em causa, a rede secundária está particularmente saturada e o tráfego é difícil devido ao adiamento do tráfego. Por isso, recomenda-se estar bem informado antes de viajar.” fonte https://www.midilibre.fr/


Se você deseja permanecer em boa saúde, siga esta dieta: não coma sem sentir vontade e jante levemente; mastigue bem, e deixe o que você acolhe dentro de você ser bem cozido e simples. Quem toma remédio se machuca. Cuidado com a raiva e evite o ar pesado. Levante-se direito quando sair da mesa e não adormeça ao meio-dia. Seja sóbrio sobre o vinho, tome-o frequentemente em pequenas quantidades, mas não fora das refeições, nem com o estômago vazio; nem atrasar a ida aos banheiros. Se você se exercitar, mantenha-o moderado. Não se deite de bruços ou com a cabeça baixa e cubra bem à noite. Deite a cabeça e mantenha a mente em alegria. Fuja da luxúria e siga a dieta.   Leonardo da Vinci

Para saber mais sobre Leonardo e sua relaçao com a gastronomia :

Léonard et la cuisine, de la Toscane à la France Pascal Brioist

Outras referências: Agrotóxicos e colonialismo químico – Editora Elefante, Colonialismo químico: por que o | Podcast | Rádio Brasil de Fato

Baguete pão francês

Baguete, Patrimônio Mundial em Perigo?

Vamos começar o ano falando sobre um assunto e porque não dizer, uma atração turística muito francesa.

Declarada Patrimônio Mundial pela Unesco dia 30 novembro 2022 a baguete francesa traz consigo não somente sabor e textura inigualáveis, mas também encarna uma cultura e seus diferentes aspectos através dos tempos.

Símbolo da democracia, a baguete faz parte integrante da vida do francês. Note, ela não faz parte integrante das refeições dos franceses, mas da vida deste povo. Desde o ritual da escolha do seu padeiro preferido, passando pela conversa jogada fora no balcão para alegrar o dia até o pedaço de queijo servido depois do jantar… E se você tem a sorte de pegar a baguete na padaria saindo do forno então… Ulala! 1€ por um momento de felicidade e um sentimento de estabilidade emocional mais inigualável que o próprio sabor do item comprado.

Eu considero a baguete, este pão crocante por fora com massa tenra e arejada por dentro, uma atração de grande importância para quem visita o país. Se você esteve aqui e não comeu, tem que voltar!  Se vier não pode perder!

UM PÃO SÍMBOLO DA IDENTIDADE FRANCESA

A aparição de um pão tradicional, símbolo da identidade francesa, acontece durante a Revolução Francesa.

Em 15 de novembro de 1793 (26 Brumaire An II de acordo com o calendário revolucionário), um decreto da Convenção estipulou que todos os franceses deveriam comer o mesmo pão:

“A riqueza e a pobreza também devem desaparecer do regime de igualdade, não será mais composta de um pão de farinha de flores para os ricos e um pão de som para os pobres. Todos os padeiros serão obrigados, sob pena de encarceramento, a fazer apenas um tipo de pão: “O Pão da Igualdade” …

O pão em questão, feito de farinha de trigo, levedo, sal e água, tinha a aparência de uma grande bola redonda.

A ORIGEM DA BAGUETE

Existem inúmeras versões para explicar a aparição da Baguete, uma delas seria que padeiros que trabalhavam para Napoleão I (1769-1821) a inventaram pensando na facilidade de transporte um pão longo ao invés de redondo pelas próprias tropas do imperador.

No entanto essa versão me parece inverossímil, pois pesquisando encontrei relatos de que em 1856, Napoleão III (1803-1873) tentou regulamentar o tamanho e o peso do pão para cerca de 40 cm e 300 g. No entanto, não teve sucesso e o pão redondo continuou até o século XIX a alimentar os franceses, um pão de um quilo com a crosta crocante e grossa.

O artigo do Site France Pitoresque mostra a qual ponto a fabricação do pão sempre foi legiferada pela administração do país. Os primeiros registros de confrarias de padeiros e regulamentações datam de 1260.

A BAGUETE E O METRÔ DE PARIS

Outra versão relata que durante a construção do metrô de Paris, o engenheiro Fulgence Bienvene era obrigado a lidar com as brigas incessantes entre trabalhadores “imigrantes” (Bretões e Auvergnats). Preocupado com a segurança, ele decidiu então banir facas no canteiro de obras. A faca tinha o objetivo principal (além de brigas) de cortar pão. Assim, o engenheiro teria encomendado a um padeiro pães alongados para que fossem cortados à mão.

Com um comprimento de 80 cm e um peso de 250 g, esta baguete se espalhou por toda a França entre as duas guerras mundiais, aparentemente após a votação de uma lei que proibia os padeiros de trabalhar antes das 4 da manhã, o que não lhes dava mais tempo para preparar a bola tradicional.

A baguete é chamada de flauta (flûte) ou pequena (petite) dependendo da região. Tradicional (com farinha francesa de primeira qualidade), completa, com cereais, ela se oferece com múltiplas faces. Seu preço foi fixado por decreto prefeitoral a até a década de 1980 antes de ser deixado a critério dos padeiros.

O PRÊMIO DA MELHOR BAGUETE

Todos os anos, a cidade de Paris organiza em conjunto com a Câmara Profissional de Padeiros Artesanais e Chefs de Pastelaria o concurso da Melhor Baguete de Paris.

O prêmio é considerado pelos ganhadores uma realização profissional de peso. Além de 4000 €, o vencedor se torna o fornecedor do Palácio do Eliseu por um ano. Isso, sem falar nas vendas da padaria que aumentam consideravelmente.
Os critérios para a premiação são o sabor, o cozimento, a textura da migalha, o cheiro e a aparência. Para poder competir, os bastões de farinha devem medir 55 a 65 cm, pesar entre 250 e 300 g e ter um teor de sal da ordem de 18g/litro de farinha.

Em 2021 título de melhor baguete de Paris 2021 foi concedido à Makram Akrout, proprietário da padaria “Les boulangers de Reuilly” no bairro 12º. “Ser eleito primeiro era um objetivo para mim e eu consegui”, declarou o vencedor.
Infelizmente, sua alegria não durou. Mensagens postadas em árabe em sua página no Facebook foram tornadas públicas, revelando relações e ideias que aproximam do islamismo radical aquele que chegou ilegalmente à França vindo da Tunísia quase 20 anos atrás. O incidente representou um sério problema para o serviço de segurança do Palácio Presidencial, que excepcionalmente não ofereceu o cargo ao premiado neste ano.

Em 2022 o vencedor da melhor Baguete de Paris foi o padeiro artesão Daniel Dedun e para encontrar seu pão o visitante deve ir a padaria Frédéric Comyn, situada na 88 rue Cambronne.

A BAGUETE E A GUERRA NA UCRÂNIA

A crise energética ameaça assolar a profissão de padeiro como uma foice, ou deveria eu dizer um tanque de guerra? Sim, um tanque de guerra é o termo mais propício.

Distribuição afetada de gás, preços em alta

O sistema de distribuição de energia europeu é bastante complexo, unificado e liberal, digamos assim. Recentemente a Espanha e Portugal conseguiram se safar. Mas a França faz parte integrante deste mercado onde devido à guerra na Ucrânia, o preço do gás subiu (visto a diminuição nas entregas de gás pelos russos). O preço por MWh subiu de 50€ em janeiro de 2021 para 700€ no verão de 2022, um aumento de 1.400% em cerca de 18 meses!

Além disso, devido ao lobby pseudo-ecologista, um cronograma de manutenção atrasado e ao desligamento de reatores, a produção nuclear em nível continental caiu significativamente.

Produção de energia nuclear em baixa

O aumento do preço do gás no mercado atacadista teve um impacto óbvio no funcionamento dos distribuidores. Para manter seus custos, alguns decidiram aumentar as taxas pagas pelos consumidores. Outros se recusam a aceitar novos clientes. Outros apagaram as luzes e fecharam as portas.

Nas redes de televisão e jornais o governo anunciou subsídios e esforços mantendo o teto de quinze por cento de aumento nas contas de eletricidade e gás. No entanto, os gastos em eletricidade destes profissionais ultrapassam o limite estipulado para obtenção do subsídio. Assim, na prática certos padeiros tiveram suas faturas multiplicadas por dez. Quem pagava 120 está pagando 1200, quem pagava 1500 recebeu fatura de 15 000 €.  

Estaria a Baguete, símbolo nacional francês e patrimônio mundial segundo a Unesco em perigo?

Durante os votos de Ano Novo o presidente Macron prometeu ajuda aos artesãos que acabam de ter seu trabalho reconhecido pela Unesco. Para que a França possa manter sua quota atual de 1 padeiro para cada 1800 habitantes, o presidente vai ter que se apressar.

A MELHOR BAGUETE: ONDE ENCONTRAR

Crocante por fora e macia por dentro, a baguete ideal!

Agora que já vimos juntos todos os detalhes e peripécias desta mercadoria e atração francesa fica (the last but not the least) as dicas das 10 melhores padarias de Paris:

10 finalistas do Concurso da Melhor Baguete de Paris 2022

  • Damien Dedun « Boulangerie-Pâtisserie Frédéric Comyn » – 88, rue Cambronne (15e)
  • Khemoussi Mansour « Aux Délices de Glacière » – 90, boulevard Auguste Blanqui (13e)
  • Tzu Chun Chang « La Parisienne Saint-Domnique » – 85, rue Saint-Dominique (7e)
  • Filipe Lourenço Carpinteiro « Maison Lohezic » – 143, rue de Courcelles (17e)
  • Youssef Mnakri « Boulangerie Tembely » – 33, rue Myrha (18e)
  • Linlong Sang « Boulangerie L’Abeille » – 235, rue de Bercy (12e)
  • Thierry Guyot « Boulangerie Guyot » – 28, rue Monge (5e)
  • Renaud Lefrançois « Magali Charonne » – 135, rue de Charonne (11e)
  • Louis Blavette – « Les Frères Blavette » – 69, rue Daguerre (14e)
  • Montassar Taouai – « La Boulange » – 69, boulevard Barbès (18e)

Lista revista E Vous Melhores Baguetes de Paris