Salão “TOP RESA”- MAPPRO Somente os pontos altos

Este ano as feiras da ABAV e o IFTM MAP PRO ( esta segunda ainda conhecida como Top Resa) aconteceram na mesma semana de setembro.  Para empresários e Secretarias  de Turismo brasileiras, ambos os eventos exigem investimentos simultâneos e certa “ginástica” para que os mesmos possam garantir presença nestes dois pontos estratégicos do mercado, nacional e internacional. Apesar do calendário complexo, foi com grande prazer que encontrei, durante minha passagem no estande do Brasil, o país e suas regiões bem representados. Diferentes Estados,  empresas e esforços da Embratur garantiram um estande acolhedor, uma apresentação coesa e um ambiente ideal para bons negócios. A outrora tradicional participante, Tam Viagens, atual Latam, não estava presente como expositora. Mas a ausência de companhias aéreas no estande não abalou os ânimos.

Além disso, mais uma vez, a MAP PRO acolheu um comitê de Hosted Buyers elaborado e recebido pelo delegado da Reeds Exposition, o senhor Gérard Daniel da Tcf Consultings.  A delegação MAP PRO de compradores 2017 foi composta por 25 participantes estrangeiros, dos quais 6 brasileiros: Andréa Schultz da Schultz Operadora, Julie Gutierres Gil-chefe de produtos da Latam Viagens, Patrick Zentner e João Freitas da agência carioca Aquarela do Brasil, assim como Anderson Almeida representante no Brasil da Holatours.

Veja a seguir fotos de quem não estava na ABAV, pois participou ao salão IFTM MAP PRO, assim como os pontos altos da programação da delegação convidada pelo MAP PRO para o evento e para conhecer algumas atrações incríveis do destino.

Tradição ou programa para turista?

Há algum tempo, na frente de um cabaré, uma família de brasileiros discutia se o espetáculo poderia ser impróprio para os adolescentes daquele grupo. Intrigada com a cena, e desejando evitar qualquer mal-entendido, eu fui procurar o significado da palavra cabaré: “um lugar onde se pode comer ou beber assistindo a um espetáculo artístico”.

Ainda hoje, no Brasil, muitos confundem um cabaré com um bordel. A palavra cabaret significa bandeja, peça de mobiliário muito em voga no séc. XVIII. O restaurante-sala de espetáculos denominado cabaret aparece na Belle Époque

Final do século XIX, Paris é a capital da diversão e da cultura. O primeiro café-concerto a abrir suas portas, em 1881, foi o Le Chat Noir, inovando com seu jornal literário e as primeiras “jam sessions” conhecidas da história.

Tournée du Chat Noir de Rodolphe Salis
Placa do Tournée du Chat Noir, o bar de Rodolphe Salis

O ano de 1889 marca o centenário da Revolução Francesa, com a Exposição Universal de Paris. A capital, então idealizada como o “centro do mundo”, se prepara para acolher a nata da sociedade internacional, assim como visitantes de toda França. Dois novos cabarés abrem suas portas: “Le Moulin Rouge”, localizado no bairro que viria a ser o centro da boêmia alguns anos depois,  Montmartre, e “Le Paradis Latin”, situado na margem esquerda do Sena, que desfrutando das reformas para a Exposição Universal, foi restaurado pelo prestigioso Gustave Eiffel.

 

 

Paradis Latin, Paris
French Can Can no autêntico Paradis Latin
Paradis Latin acrobate
Christopher o trapezista do Paradis Latin

 

Angelo o equilibrista do Paradis Latin e seu monociclo
Angelo o equilibrista do Paradis Latin e seu monociclo

Nestes lugares de diversão e encontros, as barreiras sociais se dissipavam momentaneamente, com festas que agrupavam artistas, intelectuais, prostitutas e burgueses debaixo do mesmo teto.

Após a primeira Guerra Mundial, em 1936, o “Lido” abre as portas com um conceito de clube privado e, em 1941, inaugura uma nova fase aonde o cabaré se aproxima do teatro de revista caracterizado por uma espécie de “diversão-glamour”, com dança e beleza para que os frequentadores esquecessem as tristezas da guerra.

Le Lido de Paris
Patinadores no Lido de Paris
Lido de Paris
Pierre Marchand e seu diabolo no Lido de Paris
Bailarinas do Lido de Paris
Bailarinas ou Bluebell Girls do Lido de Paris

Já em 1951, após a 2ª Guerra Mundial, o “Crazy Horse” é criado misturando o conceito de diversão-glamour e strip-tease “à lá americana”. Mais erotismo em cena, porém com luxo e classe.

Crazy horse paris
Crazy Horse Paris

E para quem ainda pensa que isso é coisa de turista, saiba que além dos grandes cabarés acima, vários outros, menos internacionais e bem menores, recebem quotidianamente uma clientela exclusivamente parisiense como La Nouvelle Ève, Le Lapin Agile, La Nouvelle Époque, Le Cesar Palace. Comer e divertir-se apreciando o trabalho de  seus artistas é uma tradição francesa.

Atualização do programa com Mugler Folies

É preciso muita ousadia para lançar um novo cabaré na cidade-berço dos mais tradicionais cabarés do mundo. Paris já era a cidade dos cabarés antes do criador de moda Manfred Thierry MUGLER se lançar neste negócio, porém agora, a variada oferta ficou ainda mais completa.

Embora originalíssima, a proposta do espetáculo respeita as exigências de um verdadeiro show de cabaré. Vinte atores demonstram seus variados talentos a uma plateia que acaba de jantar ou que escolheu somente ficar bebericando champanhe. Uma das inovações consiste em os números artísticos estarem amparados por cenários compostos quase que unicamente por projeções, jogos de luzes fantásticos, modernos e high-tech.

Na capital Paris, a moda e a beleza feminina são temas comuns nos cabarés e, como não poderia deixar de ser, Thierry MUGLER criou trajes futuristas, delirantes e sensuais para tratar estes temas, modernizando a linguagem deste universo. Não é sabido se o show está de passagem ou se chegou para ficar. Acredito que Thierry MUGLER vai ver se a sua nova moda MUGLER FOLIES pega ou não.

Paris Mugler Folies
Mugler Folies
Mugler Folies
Mugler Folies