Visitando Notre Dame de Paris sem reserva e sem medo de enfrentar fila.
Desde sua reabertura no início de dezembro, apesar da imensa vontade, resolvi esperar um pouco para visitar a famosa Catedral. Rumores sobre a dificuldade de acesso e minha antipatia por reservas antecipadas mantiveram-me afastada do local até meados de janeiro.
Escrevi anteriormente sobre o Aplicativo de Reservas e Áudio Guia da Notre Dame de Paris. Agora vamos ver como é a visita “raiz”do monumento.
Acesso sem reserva antecipada
Porém, em uma segunda-feira à tarde, tendo deixado o escritório para participar de reuniões de negócios, decidi aproveitar a ocasião. Segundo meus cálculos, o primeiro dia útil da semana deveria poupar a igreja de muitos visitantes: parisienses que estão trabalhando, europeus que visitam a cidade no fim de semana, estudantes…
E assim, lá fui eu, sem reserva antecipada, enfrentar a fila de acesso ao recinto. Afinal, quem se importa em ficar de pé admirando essa beleza arquitetônica, mesmo que por algum tempo? E nesta segunda-feira, a fila foi tão rápida que as fotos externas tiveram que esperar a hora da saída.
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Notre Dame de Paris – no interior da Catedral
Agora, se não deu para sentir o peso da multidão na fila externa, uma vez dentro da Catedral a sensação é um pouco surpreendente. Foi necessário algum tempo até que eu me desse conta de que estava sendo levada por uma corrente humana. Parei, saí da corrente e fui sentar-me por alguns minutos, tentando encontrar alguma paz.
Impossível, o espanto e alegria do povaréu preenchiam todo o espaço. Enfim, me deixei levar pela correnteza, registrando com os olhos e a câmera todo o encanto do lugar.
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Nem todas as novidades agregam beleza. O relicário da coroa de espinhos, por exemplo, eu não considero uma melhoria. Desprovido de qualquer humildade, seu tamanho me parece uma falta de respeito à própria relíquia que abriga uma vez por mês.
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O Pórtico Central
Fiquei muito feliz em rever uma das peças que mais aprecio da igreja, temia que o fogo ou a reforma do mobiliário a tivessem afetado: o pórtico central. O pórtico é uma peça central que aparece nas igrejas a partir do século XII com objetivo de fechar o coro.
Esta “parede esculpida” no século XIV apresenta cenas da vida de Cristo. Como uma tela ilustrada ela cria uma separação entre o coro e o ambulatório. Originalmente, oferecia aos religiosos uma área de silêncio durante os serviços.
Hoje ela oferece a visão de lindas esculturas e cenários minuciosamente talhados com imagens que são raramente tão completas na estatuária da Idade Média.
O pórtico retrata de um lado a vida de Cristo: A Visitação, a Anunciação aos Pastores, a Natividade, a Adoração dos Magos, o Massacre dos Inocentes e a Fuga para o Egito, a Apresentação no Templo, Jesus no meio dos Doutores, o Batismo de Cristo por São João nas águas do Jordão, as Bodas de Caná, a Entrada em Jerusalém, a Última Ceia e o Lava-pés, Cristo no Horto das Oliveiras. E do outro lado aparições de Cristo inspirados no Evangelho de Nicomedes e outros grupos esculpidos que contam a história das aparições de Cristo às Santas Mulheres e a São Pedro, aos discípulos de Emaús, a São Tomé e a vários apóstolos juntos. No passado, uma crucificação coroava a porta da frente. Essa peça encontra-se atualmente no Museu do Louvre.
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A forte iluminação artificial do teto enfraquece um pouco o encanto da luz filtrada que atravessa os vitrais e acaba lembrando um centro comercial. No entanto, isso é uma questão de gosto e gosto não se discute.
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Ela mede quase treze metros de diâmetro. Possui oitenta e quatro painéis espalhados por quatro círculos. Seu número é baseado nos números simbólicos quatro, doze e vinte e quatro. Os doze apóstolos são divididos em dois círculos. Eles se misturaram com santos mártires frequentemente homenageados na França, incluindo Laurent, Denis (primeiro bispo de Paris), Pothinus (bispo de Lyon), Marguerite, Blandine, Georges, Ambroise, Eustache. O terceiro e o quarto círculos retratam cenas do Novo e do Antigo Testamento, a fuga para o Egito, a cura de um paralítico, o julgamento de Salomão e a Anunciação. Nove cenas da vida de São Mateus datam do final do século XII. As duas “encruzilhadas” representam de um lado a descida ao inferno, cercada por Moisés e Arão (acima) e a tentação de Adão e Eva (abaixo); do outro, a ressurreição de Cristo, com São Pedro e São Paulo (abaixo), Santa Madalena e São João (acima). (fonte Notre Dame de Paris)
Apesar da multidão (da qual eu fazia parte), como esperado, a Catedral Notre Dame de Paris está maravilhosa e a visita sempre vale a pena, com ou sem reserva antecipada.
Veja mais imagens neste reel que acabei de postar:
Horário de funcionamento da catedral
- Segunda a sexta-feira: 7h50 – 19h
*Encerra às quintas-feiras às 22h
- Sábado e domingo: 8h15 – 19h30
Última entrada 30 minutos antes do fechamento.