Reinventando Paris através dos tempos

Espaços culturais, agricultura urbana, lugares festivos ou esportivos, galerias de arte ou consumo são algumas das idéias para ressuscitar os subsolos e porões de Paris. Este é o novo conceito do projeto que acolheu e selecionou participantes da segunda fase do concurso “Reinventar Paris”. A primeira fase ocorreu em 2014 com foco na construção e renovação de edifícios,  tornando a cidade mais ecológica e humana. Os links abaixo mostram os lugares e detalhes dos projetos vencedores da primeira fase.

Projetos vencedores primeira fase “Reinventando Paris”

https://www.thinglink.com/scene/751399908971380738?buttonSource=viewLimits

Nesta segunda fase, a cidade quer aproveitar quilômetros de subterrâneo esquecidos pelo tempo.

Antigas estações de metrôs como a abandonada Estação Saint- Martin, um túnel que atravessa a Place de L’Etoile com 3000m2, o subsolo do Edifício da AirFrance no Champs de Invalides com 22 000 m2, espaços de estacionamentos subterrâneos, antigas pedreiras são alguns destinos visados pelo plano de renovação dos sub-solos. Assista a seguir ao vídeo que mostra o que encontramos hoje abaixo de nossos pés quando andamos na superfície da cidade luz .

Como podemos ver, Paris promete muitas novidades nos anos a seguir, garantindo o crescimento em torno de uma das cidades mais antigas da Europa, sempre inovando, preservando e valorizando seu patrimônio simultaneamente. Se o filme abaixo lhe parecer demasiado extenso, acelere até o quinto minuto para ver imediatamente os lugares que serão reinventados.

E olha que a  idéia de utilizar esses espaços subterrâneos não é de hoje !!

Paris
As catacumbas eram pedreiras da antiguidade quando o Estado resolveu mudar para o local os ossos e restos humanos do cemitério dos Inocentes. O cemitério datava do séc V, época Merovingia e foi removido no séc XVIII. Atualmente as Catacumbas se transformaram em renomado ponto turístico.

 

Praça dos Inocentes, local do antigo Cemitério dos Inocentes Paris
Praça dos Inocentes, local do antigo Cemitério dos Inocentes Paris. A Fonte data de 1550 e foi transferida para sua atual localização depois da mudança dos ossos para as pedreiras romanas em 1780.
Fonte dos Inocentes Paris
Fonte dos Inocentes Paris

 

 

Louvre fachada

Homenagem de Paris e da França às mulheres

Uma homenagem à liberdade e à igualdade.

Tudo em Paris e na França, a começar por Marianne*, homenageia as mulheres. Sua arquitetura transborda de alegorias, suas fachadas, suas cariátides**, suas praças, seus cabarés, enfim, tudo a minha volta parece festejar a feminilidade. Por isso gosto de dizer que Paris é uma linda e poderosa mulher.

Que o dia 8 de março não seja comemorado somente como dia da mulher, mas sim como o dia em que buscamos alcançar a igualdade entre homens e mulheres: igualdade salarial, igualdade no que diz respeito à liberdade de expressão, igualdade quanto à segurança nas ruas, liberdade para os semblantes e as pernas de fora, igualdade para todos.

Fica aqui, nas imagens que registrei para você, minha homenagem ( e a de Paris) às Mulheres, e sobretudo meu voto de um realizado dia da liberdade e da igualdade entre os Homens  para você querido(a) leitor (a)!

POST SCRIPTUM  1 ou P.S. 1

*Marianne, uma mulher com boné vermelho 

As primeiras representações de Marianne, alegoria da liberdade, aparecem sob a revolução francesa.

A origem de Marianne não é conhecida com certeza. O fato é que o nome era muito comum no século XVIII, assim como são no Brasil os nomes Maria ou José. Por essa razão a denominação Marie – Anne passou a representar o povo, como em nosso país falamos de Zé-Mané por exemplo. Então, durante a Revolução Francesa os contra-revolucionários começaram a apelidar, ironicamente, a República de Marie-Anne.

Marianne guiando o povo, Eugène Delacroix 1830
Marianne, a Liberdade guiando o povo, Eugène Delacroix 1830

O boné vermelho  era usado na antiguidade pelos escravos alforriados da Grécia e de Roma. Mais tarde, um boné desse mesmo tipo passou a ser usado por marinheiros do Mediterrâneo,  sua utilização como símbolo da revolução foi primeiramente adotada  por revolucionários do Sul da França antes de conquistar todo o território francês.

 

Uma vez a monarquia deposta e a República Francesa instaurada, as estátuas e bustos de Marianne se multiplicaram nas prefeituras e prédios administrativos afora, até alcançarem as mais variadas representações artísticas e  inúmeros lugares, como podemos ver nas fotos acima chegou até mesmo em New York.

Post Scriptum II –

  • Nas fotos de dançarinas: Charloti, a estrela franco brasileira do Cabaré Le Lido de Paris e a dançarina de French Cancan do Cabaré Paradis Latin, aos quais agradeço a concessão de imagens
  • **cariátides : figura humana que sustenta uma arquitrave ou cornija.

Post Scriptum III –

  • O texto foi escrito com o antigo código de ortografia
  • As imagens do vídeo editadas por Thiago Oliveira

Por que Paris é a cidade das luzes?

Se hoje os edifícios de cidades como Nova York e Hong Kong ficam iluminados todo o tempo, enquanto Paris reage ao aquecimento climático e apaga as suas luzes a noite, a cidade já foi ( e continua sendo) referência mundial em matéria de iluminação.

Para entendermos o termo Paris, cidade luz e a sua origem talvez devêssemos voltar ao século XVII, durante o reinado de Louis XIV. Naquele momento o rei e seu ministro Jean-Baptiste Colbert tentavam por todos os meios cessar a criminalidade que atormentava a cidade. Graças à iniciativa do então tenente-general da polícia Gilbert Nicolas,  em 1667, decidiu-se iluminar a cidade e seus becos escuros com lanternas e tochas.

As primeiras lamparinas

Simultaneamente, os moradores foram incitados a iluminar suas janelas usando velas e lâmpadas de óleo. Uma mudança louvada em vários textos da época testemunhando que visitantes e parisienses se encantavam ao ver tal empreendimento. Alguns dizem que foi neste momento que Paris ganhou o apelido de City of Lights.

Já a partir de 1763 as ruas de Paris começaram a brilhar sob as lâmpadas a óleo, o que também foi uma grande inovação para o período. Em 1878, durante a exposição universal de Paris, vários lugares e avenidas foram equipados com velas “Yablochkoff”, um tipo de lâmpadas a base de arcos elétricos. Essas novidades eram de grande impacto quando, naquela época, Paris já rivalizava com Londres sua notoriedade e modernismo. Um ano depois Thomas Edison fundou a Edison Electric Light Company. Não demorou muito e a partir de 1880 em Paris as lamparinas a gás começaram a ser substituídas pelas luminárias elétricas.

Lamparinas de Yablochkov . Avenida da Opera
Luminária séculos XIX e século XX

PARIS: CIDADE DAS LUZES

As explicações que justificam o apelido “City of Lights” são hipóteses, eu, pessoalmente prefiro pensar que Paris é a cidade das luzes graças ao Iluminismo, a noção de igualdade entre os homens pregada por filósofos como Voltaire, Montesquieu, Rousseau, Molière.

No entanto,  tudo isso são detalhes sem importância para muitas pessoas que estão aqui neste momento e que partirão certos de que Paris é incontestavelmente a cidade das luzes, não foi sequer preciso saber por que motivo. Bastou curtir! Veja algumas imagens e receba com elas meus votos de muita luz, paz, saúde e prosperidade para seu 2018 meu querido leitor.*

*Na França os votos de feliz ano novo são feitos no decorrer de janeiro.