Verão no Boulevard Olímpico: modo de usar

A novidade do verão carioca de 2017 não veio dar à praia, e sim ao Centro da cidade. A região que reúne o Porto Maravilha e a Orla Conde, na parte do Centro banhada pela Baía de Guanabara, foi inaugurada para as Olimpíadas. Na época, ficou conhecida como Boulevard Olimpíco. Os Jogos acabaram, mas o nome fantasia ficou. Para quem não ainda não conhece, deve estar no topo da lista do que fazer no Rio. Afinal, foi a maior transformação urbana pela qual a cidade passou em muito tempo.

Não por acaso, o Centro anda repleto de visitantes. Até dá para conhecer tudo em um dia, se você não entrar nas atrações e estiver disposto a participar de uma maratona turística. Mas o ideal é dividir o programa em dois dias. Ou pelo menos em duas metades de dia, para ficar menos corrido e cansativo. As distâncias entre um ponto e outro são não são longas, mas a área é pouco arborizada, nem sempre tem brisa do mar e o calor é intenso.

Branco sobre azul: o Amanhã em uma segunda-feira de verão / Foto de Carla Lencastre

Em uma ponta do passeio está o Porto Maravilha, zona portuária da cidade. Ali se concentram o AquaRio (a mais nova atração, inaugurada em novembro passado), o Museu do Amanhã e o Museu de Arte do Rio (MAR). Entre o aquário e os dois museus, estes na Praça Mauá, ficam os murais ao ar livre pintados nas fachadas dos antigos armazéns do porto, onde hoje acontecem eventos diversos ao longo do ano. Kobra assina o mais famoso deles, “Etnias”, que ganhou registro no “Guinness”, o livro de recordes mundiais. Os navios de cruzeiro atracam nesta área. Veja fotos de alguns grafites aqui.

O Porto do Rio visto do Amanhã / Foto de Carla Lencastre

Na Praça Mauá, as letras gigantes de “Cidade olímpica” foram substituídas por “Rio te amo” (foto em destaque no alto). Elas não têm desenhos coloridos, como as letras anteriores, mas são igualmente disputadas para fotos. Para uma imagem panorâmica da Praça Mauá com o Amanhã, a Baía de Guanabara e a Ponte Rio-Niterói ao fundo, o melhor lugar para fotografar é o terraço do MAR, que tem acesso gratuito. O museu fecha às segundas-feiras, e o terraço também. Nos outros dias da semana, dá para comprar ingresso na hora para ver uma das exposições. Já para o Amanhã (que também não abre às segundas) e o aquário é fundamental adquirir os tíquetes com antecedência, pela internet, com hora marcada para visitação. É possível comprar na hora, mas é difícil.

Food trucks na Praça Mauá (Le Petit Paris à direita) / Foto de Carla Lencastre

Os foods trucks na Praça Mauá são uma boa opção de parada estratégica para comer e beber algo, e o meu preferido é Le Petit Paris. Para uma refeição completa, no terraço do MAR fica o ótimo restaurante Mauá, de cozinha brasileira contemporânea. Uma alternativa é seguir para o charmoso Morro da Conceição, logo atrás da praça. Tem um post sobre ele (e o Amanhã) clicando aqui.

Como chegar à Praça Mauá e aos arredores

Para chegar à região, o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) é a melhor opção. Quem está na Zona Sul deve ir de metrô até a Cinelândia e escolher a saída Pedro Lessa. O ponto do bonde é praticamente em frente. Para quem vem da Zona Norte, o ideal é desembarcar na Carioca. A parada do VLT fica perto da saída Rio Branco do metrô. Evite a estação de metrô Uruguaiana, perto do ponto Candelária do bonde, mas em uma das áreas mais confusas do Centro.

O VLT chega à Parada dos Museus, na Praça Mauá / Foto de Carla Lencastre

Atenção para os cartões do sistema de transporte público de massa no Rio: o do metrô serve apenas para o metrô. A única forma de pagar o VLT é com o RioCard, à venda nas principais estações de bonde e metrô (o RioCard vale para VLT, metrô, ônibus e trem). É importante validar o cartão, que é de uso individual, assim que embarcar. A fiscalização existe, e é constante. O bonde custa R$ 3,80, a mesma tarifa do ônibus; o metrô, R$ 4,10.

Para ir ao aquário, desembarque do VLT na estação Utopia/AquaRio. Os murais ficam em torno da estação Parada dos Navios. E a Praça Mauá está na Parada dos Museus. Dependendo do tempo disponível e da sensação térmica, dá para ir caminhando de uma estação à outra.

Orla Conde e Praça XV

Saindo da Praça Mauá a pé, a Orla Conde leva à Praça XV, na outra ponta do Boulevard Olímpico. Na praça ficam a Estação das Barcas que atravessam a baía, o Paço Imperial e, um pouco adiante, o Museu Histórico Nacional e o restaurante Ancoramar, no mesmo lugar onde funcionava o tradicional Albamar. A nova casa, na torre remanescente do antigo Mercado Municipal, tem a mesma vista deslumbrante para a Baía de Guanabara, pratos gostosos e preços surreais. Outras informações sobre a área estão aqui.

A cúpula da Igreja da Candelária / Foto de Carla Lencastre

O calçadão à beira-mar da Orla Conde passa por áreas da Marinha, abertas ao público pela primeira vez. Pouco antes de chegar à Praça XV encontra-se outro novo cartão-postal, a Pira Olímpica, em frente à Igreja da Candelária. Na mesma área ficam a sede carioca do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), outros centros culturais e vários restaurantes. Leia mais sobre a área clicando aqui e aqui. No verão, é recomendável fazer este passeio pela Orla Conde de manhã ou no final da tarde, para driblar um pouco o calor.

A Pira Olímpica, escultura cinética de Anthony Howe / Foto de Carla Lencastre

Para ver somente a linda Pira Olímpica quando estiver voltando da Praça Mauá, sem passar pelo calçadão da Orla Conde, a opção é pegar o VLT no sentido Santos Dumont e desembarcar na Candelária. O bonde vai chegar também à Praça XV. Mas por enquanto a nova linha está em fase de testes.

Na Praça Mauá, fila para a foto “Rio te amo” / Instagram @carlalencastre

 

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Carla Lencastre

Jornalista formada pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Carla Lencastre trabalhou por mais de 25 anos na redação do jornal O Globo nas áreas de Comportamento, Cultura, Educação e Turismo. Editou a revista e o site Boa Viagem O Globo por mais de uma década e conquistou vários prêmios do setor. Em 2020 foi eleita uma das 100 pessoas mais influentes do turismo no Brasil pelo ranking Panrotas+Elo. Desde 2015 escreve para diversas publicações, entre elas O Globo, Panrotas e #Colabora, site de jornalismo independente voltado para o desenvolvimento sustentável, onde assina uma coluna sobre viagens do ponto de vista de diversidade, inclusão, regeneração e sustentabilidade. Ama viajar e anda mundo afora em busca de boas histórias desde sempre. É carioca de mar e bar. Gosta de dias nublados. Está no Instagram e no Twitter em @CarlaLencastre 

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