Deu no ‘New York Times’

Grama e granito no novo piso da Praça Mauá / Foto de Carla Lencastre
Grama e granito no novo piso da Praça Mauá / Foto de Carla Lencastre

O Direto do Rio acaba de completar um mês, e ganhei um presente. Semana passada, o Rio de Janeiro foi escolhido pelo jornal “The New York Times” para estrelar sua tradicional seção de viagem “36 hours”. Fiquei orgulhosa de ver a cidade que tanto amo destacada positivamente no jornalão americano. E também muito feliz em constatar que alguns passeios além dos cartões-postais sugeridos pelo NYT já foram temas de posts deste blog em seu primeiro mês.

Um deles é nova Praça Mauá, o ícone da renovação urbanística pelo qual passa o Rio, que foi reinaugurada oficialmente anteontem. Estive lá antes do término das obras para fazer o post de estreia do blog. Volto em breve e conto aqui as novidades. A Praça Mauá marca o início da Orla Luiz Paulo Conde, que em 2016 vai margear a Baía de Guanabara e ligar as praças Mauá e Quinze.

Outro programa com destaque na reportagem do NYT é o lindo Parque Lage, identificado como “cultural park”, e sua Escola de Artes Visuais (EAV), sobre os quais você também já leu por aqui.

Escultura no jardim do Parque Lage / Foto de Carla Lencastre
Escultura no jardim do Parque Lage / Foto de Carla Lencastre

Entre as dicas de bares e restaurantes, há dois lugares que gosto muito. Um é a Adega Pérola, uma espécie de botequim português de tapas, em Copacabana, ao qual vou com alguma frequência. O outro é o restaurante Térèse, no Hotel Santa Teresa, classificado pelo NYT como “rústico-chique”. Nas vezes em que estive lá achei chique e nada rústico, um lugar de alta gastronomia com uma vista incrível. O chef mudou recentemente. É outro lugar para voltar.

A seção “36 hours” do “New York Times” a cada semana apresenta um roteiro de dois dias e meio em uma cidade diferente. A versão digital da reportagem sobre o Rio, com um vídeo, foi ao na quarta-feira passada, dia 2. Para quem ficou curioso para ler o texto completo, o link (em inglês) está aqui.

Artes visuais, café e piscina

O pátio da Escola de Artes Visuais e sua famosa piscina / Foto: Carla Lencastre
O pátio  da Escola de Artes Visuais e sua piscina / Foto: Carla Lencastre

Frequentei muito o Parque Lage e a Escola de Artes Visuais (EAV) nas décadas de 1980 e 1990. No parque do bairro do Jardim Botânico, assisti a exposições, shows de Rock Brasil e espetáculos teatrais memoráveis. O palacete da EAV, com uma piscina no pátio interno central e vista para o Corcovado, já justifica a visita.

Palco da Geração 80, que revelou artistas como Daniel Senise, Leonilson e Nuno Ramos, a EAV é uma das instituições culturais mais efervescentes do Rio. Sempre tem alguma coisa acontecendo, como exposições, shows e lançamentos de livros. Nos dias de semana, os alunos e os artistas que trabalham nos ateliês locais mantêm a escola movimentada.

Alunos na EAV / Foto de Carla Lencastre
Alunos na EAV / Foto de Carla Lencastre

O PLage Café, inaugurado este ano, também merece uma parada. O bistrô está aberto o dia inteiro, privilegia ingredientes orgânicos nos pratos principais e tem no cardápio petiscos como linguiça defumada e batatas bravas. As mesas ficam em volta da piscina. A mesma piscina “shakesperiana” em torno da qual José Celso Martinez Correia encenou “Hamlet”, em 1993, e o Pessoal do Despertar apresentou “A tempestade”, em 1982, com Miguel Falabella, Maria Padilha e Daniel Dantas. No cinema, a piscina aparece em “Macunaíma” (1968), de Joaquim Pedro de Andrade. O palacete também foi cenário de “Terra em transe” (1967), de Glauber Rocha.

O Corcovado visto da EAV / Foto de Carla Lencastre
O Corcovado e a EAV / Foto: Carla Lencastre

 

A vista do novo café / Foto de Carla Lencastre
A vista do novo café / Foto de Carla Lencastre

Hoje há exposições regulares e outras atrações culturais no local. No dia 8 de setembro, será inaugurada a mostra “Quarta-feira de Cinzas”, reunindo trabalhos de 25 artistas como Matheus Rocha Pitta, Miguel Rio Branco e Rosangela Rennó.

Obra de Matheus Rocha Pitta / Foto: Pedro Agilson/OcaLage/Divulgação
Obra de Matheus Rocha Pitta / Foto: Pedro Agilson/OcaLage/Divulgação

Aqui no Direto do Rio ando encantada com os verdes da cidade. Mas no meu outro blog, O Olhar Nômade, tem um post novo bem urbano: fiz uma lista dos meus 11 restaurantes favoritos em Las Vegas. Um deles, o grego Milos, foi uma dica incrível do Artur Andrade, editor do Panrotas. Passa lá para conferir o restante da listinha. E no próximo Direto do Rio vamos deixar os parques de lado para  conferir uma das novidades da hotelaria carioca.

Parque Lage e Escola de Artes Visuais: Entrada gratuita. O parque abre diariamente às 8h. O PLage Café funciona das 9h à meia-noite, de segunda a sexta-feira. Aos sábados, abre das 13h à meia-noite. Aos domingos, das 9h às 19h. A mostra “Quarta-feira de cinzas” pode ser vista de 9 de setembro a 8 de novembro. Rua Jardim Botânico 414. Tel. +21 3257-1800. eavparquelage.rj.gov.br

Passeio no parque

O palacete do Parque Lage e o Corcovado vistos dos jardins / Foto de Carla Lencastre
O palacete do Parque Lage e o Corcovado / Foto: Carla Lencastre

A ideia hoje era mostrar mais novidades do Centro da cidade, que está passando por transformações profundas. Mas esta semana de inverno no Rio foi tão gloriosa, com cada dia mais bonito do que o outro, que fui caminhar novamente pelo Jardim Botânico, um dos meus bairros preferidos. Na região, há outro lugar arborizado que vale a visita: o Parque Lage.

Aos pés do paredão rochoso do Corcovado, um paisagismo exuberante cerca o palacete do início do século XX onde funciona há 40 anos a Escola de Artes Visuais (EAV), palco de importantes manifestações culturais. Há tanta coisa interessante em 52 hectares que resolvi dividir o post em dois. Hoje escrevo sobre o lindo parque. Semana que vem, conto sobre a EAV, seus eventos culturais e o novo (e delicioso) café.

Jardim em estilo inglês criado por Tyndale / Foto de Carla Lencastre
Jardim em estilo inglês criado por Tyndale / Foto: Carla Lencastre

O Parque Lage foi originalmente um engenho de açúcar. Seus jardins foram projetados no século XIX pelo inglês John Tyndale, que não economizou em ideias românticas. Um jardim geométrico inspirado em sua terra natal, com chafariz ao centro e vista para o Corcovado, fica bem em frente ao palacete. Há pontes bucólicas sobre lagos, e a imaginação de Tyndale criou também cavernas artificiais.

Caverna artificial abriga um aquário / Foto de Carla Lencastre
Caverna artificial e aquário / Foto: Carla Lencastre
Outras cavernas do parque / Foto de Carla Lencastre
Outras cavernas do parque / Foto: Carla Lencastre

Uma delas abriga um aquário com 12 tanques. Outras têm exemplos de estalactites e estalagmites. Tudo cercado por palmeiras imperiais e a vegetação da Mata Atlântica. Micos aparecem sempre para visitas. Turistas estrangeiros também. O parque é cenário constante de fotos de casamento. E oferece ainda parquinho infantil e várias áreas para piquenique, que atraem muitas famílias.

Parque recebe muitas famílias... / Foto de Carla Lencastre
Parque recebe famílias… / Foto: Carla Lencastre
...e turistas estrangeiros / Foto de Carla Lencastre
…e turistas estrangeiros / Foto: Carla Lencastre

Uma trilha íngreme, que exige boa preparação física, leva do Parque Lage ao Corcovado. Infelizmente, já foram registrados assaltos fora dos limites do parque. Se você for se aventurar por ali, evite ir sozinho e não leve câmera fotográfica, celular nem outros objetos de valor.

Recanto criado pelo paisagista John Tyndale / Foto: Carla Lencastre
Recanto criado por Tyndale / Foto: Carla Lencastre

Apesar de ficarem no mesmo bairro, Jardim Botânico e Parque Lage estão em pontos opostos. A pé, a caminhada leva de 15 a 20 minutos, pela Rua Jardim Botânico, uma das mais movimentadas da Zona Sul do Rio. Diversas linhas de ônibus ligam um parque ao outro.

E um aviso para quem vier ao Rio neste fim de semana: parte da Rua Jardim Botânico no sentido Gávea estará fechada domingo, dia 16 de agosto, das 10h30m às 13h, por conta da realização de um evento-teste de ciclismo para a Rio 2016.

Parque Lage e Escola de Artes Visuais: Entrada gratuita. O parque abre diariamente às 8h. O PLage Café funciona das 9h à meia-noite, de segunda a sexta-feira. Aos sábados, abre das 13h à meia-noite. Aos domingos, das 9h às 19h. Rua Jardim Botânico 414. Tel. +21 3257-1800. eavparquelage.rj.gov.br