Previsões sobre viagens corporativas e passo a passo de como organizar o orçamento para 2023? Temos!

De acordo com a pesquisa “Previsão global de viagens de negócios para 2023”, da Global Business Travel Forecast, publicada na plataforma de gerenciamento de viagens CWT e pela Global Business Travel Association (GBTA), os preços das viagens podem continuar aumentando até o final de 2022 e ao longo de 2023.

Na categoria de “Previsão Global de Viagens de Negócios”, o estudo apresenta que fatores como o valor dos combustíveis, a inflação e a escassez de funcionários são os principais motivos para os preços mais altos nos próximos meses. O levantamento prevê crescimento de 6,8% nas tarifas de locação de carros, de 8,2% na hotelaria e 8,4% em companhias aéreas. Com base nessa análise, e ao observar o mercado, acrescento ainda que no Brasil teremos uma instabilidade maior por conta de eleições e do reflexo das consequências da guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

Por mais que o cenário pareça desafiador, a retomada do número de viagens corporativas apresentou um crescimento relevante. Segundo o Levantamento de Viagens Corporativas (LVC), da ALAGEV e FecomercioSP, elas movimentaram R$ 8,2 bilhões em junho, o dobro do registrado no mesmo período do ano passado. Na comparação com junho de 2019, o patamar atual está apenas 3,4% abaixo dos R$ 8,5 bilhões registrados.

Mesmo com a economia em recuperação, estamos encostando nos patamares pré-pandemia, e acredito num fortalecimento maior do setor nos próximos meses, ainda que o custo médio para eventos e viagens corporativas esteja elevado.

E pensando em colaborar com o gestor de viagens nesse cenário, nós, da ALAGEV, realizamos um Trade Talks com o tema “O que considerar no seu orçamento de viagens em 2023” com Ana Zuppi, da Gol; Andrea Matos, do hub educacional e da belinkers business skills; Carolina Gaete, da Accor; Nayara Passos, conselheira da ALAGEV e gestora de viagens corporativas do grupo SADA; e Paulo Henrique Pires, da Localiza. 

No bate-papo, Nayara apresentou um passo a passo para que profissionais do nosso setor consigam se planejar e trabalhar da melhor forma nos próximos meses. Dá só uma olhada:

Passo 1:

É preciso ter uma base de dados organizada e estudá-la, além de conhecer o comportamento do viajante e do mercado. Assim, você conseguirá traçar um perfil com a quantidade de emissões, serviços e principais destinos, entre outros, ou seja, conhecer o cenário de viagens.

Passo 2:

Converse com a empresa e entenda qual a sua estratégia financeira e o que espera em termos de resultados.

Passo 3:

Converse com os fornecedores, pois é necessário conhecer os indicadores do mercado. Desta forma, você une os dados do que acontecerá no próximo ano com crescimento da empresa e o que as viagens representam nessa porcentagem, o alinhamento com a equipe de estratégia financeira da marca e informações e subsídios do mercado que vão além dos indicadores financeiros. Com essas informações, você começa a trabalhar de uma maneira mais organizada.

Nayara também trouxe pra gente uma dica de ouro! Ela considera que muitos gestores utilizam a base de dados dos últimos seis meses por conta da retomada do turismo. Porém, desta maneira, ele corre o risco de não avaliar a sazonalidade. Com base nisso, é recomendado analisar o período de 12 meses e estudar todo o cenário. 

Também vale a gente verificar as estratégias e entender o futuro de cada área. Por exemplo: antes da pandemia, as pessoas viajavam por uma semana, agora, esse período diminuiu e muitas ficam apenas dois dias fora de casa. 
Essas e muitas outras dicas e recomendações você pode acompanhar nos nossos Trade Talks, disponíveis na TV ALAGEV (Youtube). E que possamos seguir trocando muitas figurinhas e gerando ainda mais aprendizados e desenvolvimento para o nosso setor!

Insights do WEC: O que posso implantar nos eventos?

No último mês participei da World Education Conference (WEC) by MPI (Meeting Professionals International), que aconteceu em São Francisco, nos Estados Unidos. 

Foram dias intensos, com conteúdos exclusivos e de grande relevância para o mercado. Como realizadora de eventos na Associação Latino Americana de Gestão de Eventos e Viagens Corporativas (ALAGEV), fui com o olhar de aprendiz para entender o que o maior encontro para profissionais do setor apresentaria, e compartilho alguns insights com vocês.

Como destaque, o WEC abordou assuntos técnicos e de desenvolvimento pessoal em sessões de 1 hora, como: habilidades de soft skills, coaching de carreiras com especialistas de recrutamento, palestras de design Canvas, além de sessões interativas (e não somente expositivas), networking inteligente durante os coffee breaks, ativação para o bem-estar (área de exercícios que ficava aberta para que as pessoas pudessem se alongar) e patrocinadores que se uniram para oferecer amenities para que os participantes colaborassem com a montagem de kits destinados a projetos sociais. Nós também entendemos mais sobre a WEB 3.0 e o caminho que está seguindo; e ainda construímos um playground com a função de conectar todos em temas do dia-a-dia do corporativo por meio da diversão.

Com essa experiência, ficou claro que o mundo não funciona mais com troca de cartões; nós precisamos nos interessar pelo outro e encontrar sinergia, ou seja, ter uma curiosidade genuína. E o mais impressionante é que conseguimos realmente abandonar o nosso celular. Sei que parece uma missão impossível, mas economiza tempo no aprendizado, uma vez que você acaba focando totalmente no conteúdo presencial. E nem preciso dizer que correr atrás da informação de novo é perder tempo. 

Ao participar da atividade de criação de miniquadros – sim, nós pintamos algumas imagens! – provamos que, com união, podemos desenvolver ações maiores, já que quando juntamos as pinturas, elas formavam uma grande figura.

E vale ressaltar que o evento começava bem antes do primeiro dia, ou seja, eu fazia o trabalho de casa antes de ir, verificando quem participaria. Já no pós-evento, me relacionei com os principais profissionais pelo LinkedIn e salvei todos os contatos. 

Por fim, compreendi que devemos beber de fontes diversas para construir um evento, seja na forma ou no conteúdo. Adquiri aprendizados de diversos segmentos que trouxeram insights e criatividade – de psicologia, filosofia e economia. É importante ressaltar que tudo pode colaborar para o seu evento ser diferente e gerar experiências memoráveis.

Abaixo, coloco para vocês outros pontos compartilhados durante o WEC:

  • Otimize o seu orçamento transformando o mesmo espaço de eventos em módulos múltiplos e eficientes;
  • Tenha um olhar atencioso para o bem-estar e as ações que podem ser feitas em seu projeto;
  • How you WOW no seu evento: construa um time variado, em que cada um possa contribuir com a construção do encontro com visões diversas;
  • Utilize todos os sentidos no seu evento: visão, audição, paladar e tato;
  • Construa um playground: conecte pessoas por meio da diversão;
  • Crie uma jornada para o participante do seu evento (antes, durante e depois)

Se interessou em saber mais sobre esse tema? Então anote na agenda! No dia 14 de Julho, às 17h, a ALAGEV fará uma live especial sobre os insights da WEC com Juliana Aranega, Igor Tobias e eu. Faça sua inscrição no link: https://eventosdigitais.live/evento/lamec-talks-tendencias-wec-2022

Metaverso e seus benefícios para o mercado de eventos

Um dos assuntos mais discutidos no setor de eventos é a nova tecnologia do Metaverso. Mas, afinal, o que é isso? Até parece algo relacionado à ficção científica ou filmes sobre o futuro, mas essa tecnologia é um novo ambiente virtual compartilhado que simula o mundo real e que pode tomar conta da internet nos próximos anos. 

O termo foi mencionado pela primeira vez em 1992, no livro Snow Crash, de Neal Stephenson. No enredo da história, as pessoas utilizavam essa ferramenta para fugir da realidade por meio de seus avatares. Porém, esse nome se popularizou apenas em outubro de 2021, por conta de Mark Zuckerberg, criador do Facebook. Ele anunciou que a organização Facebook passaria a se chamar Meta, e essa mudança tem como objetivo promover o recurso do Metaverso.

Outras grandes empresas trabalham com essa técnica. Por exemplo, o jogo Fortnite já utilizou dessa prática quando realizou um show onde as pessoas participavam simultaneamente, mas com os seus avatares. O Pokémon Go, jogo baseado na animação Pokémon, também pode ser considerado como usuário dessa ferramenta. 

No entanto, Mark não foi o criador dessa tecnologia, mas quer ir além de um jogo. O empresário deseja que as pessoas comprem, trabalhem, façam reuniões, eventos, socializem e assistam filmes no cinema virtual, ou seja, possam viver dentro dessa realidade por meio de avatares que se conectam com qualquer pessoa do mundo. E tudo isso será feito por meio de ferramentas que já existem no mercado, como realidade virtual, realidade aumentada, redes sociais e criptomoedas, entre outros. 

Os primeiros passos para o Metaverso já começaram. O Meta, ex-Facebook, já desenvolveu a plataforma Horizons Workroom, um espaço de reuniões virtuais, e o Horixon Worlds, uma espécie de rede social de realidade virtual. Esses aplicativos são gratuitos, porém precisam ser acessados pelo Oculus Quest 2, óculos de realidade virtual do Meta. 

Marcas como a Microsoft, Apple, Nike, Disney, Renner, Itaú e jogos como Roblox também estão se aproximando deste conceito. Estamos vivendo uma corrida pelo Metaverso. Essa competição, eu comparo como a corrida espacial, que aconteceu entre 1957 e 1975, mas a diferença é que essa foi feita entre os norte-americanos e os soviéticos, já o mundo on-line não tem fronteiras, os lucros estão com grandes corporações e as pessoas terão acesso em breve.

O Goldman Sachs estima que o Metaverso já representa uma oportunidade de investimento de US$ 8 trilhões. Especialistas do banco Citi também apontam dados positivos com a ascensão da tecnologia – e afirmaram que sua economia deve chegar a US$ 13 trilhões até 2030.

Desafios

Por outro lado, ainda teremos muitos desafios. Um dos problemas que essas grandes empresas estão tentando solucionar é a questão da velocidade da internet e a quantidade de dados que serão transmitidos caso esse mecanismo vire uma tendência mundial. Pois, serão bilhões de pessoas utilizando o Metaverso simultaneamente.

E ainda tem outros obstáculos como, por exemplo, deixar a ferramenta acessível para todos, já que os óculos de realidade aumentada custam em torno de R$ 2 mil. Além disso, eles ainda têm que enfrentar questões éticas sobre a privacidade de dados, uma vez que com o uso constante do programa, estaremos compartilhando sempre as nossas informações.

Todas essas situações estão em análise, por isso o projeto completo do Meta ainda não tem uma data definida de lançamento e a empresa está abrindo muitas opções de vagas para engenheiros virtuais. 

De acordo com uma pesquisa conduzida pelas Universidades de Cambridge, do Reino Unido, Coburg de Ciências Aplicadas, da Alemanha, e de Primorska, na Eslovênia, além do braço da Microsoft para pesquisas aplicadas, essa nova tecnologia ainda precisa de muitos ajustes. O estudo, realizado com 16 participantes durante duas semanas com 8 horas diárias de conexão e 45 minutos de pausa, notou que alguns participantes reclamaram de náuseas, enxaqueca e quadros de ansiedade, embora uma parte deles tenha superado esses sintomas durante o decorrer do experimento. Segundo os responsáveis pela análise, já eram esperados esses resultados.

Metaverso em eventos

Para os eventos, essa realidade está começando a ser possível. Várias empresas de tecnologia estão lançando plataformas para as marcas utilizarem o Metaverso para seus eventos e capacitações. Como algo mais restrito, o usuário compartilha o acesso com os participantes do evento e eles podem acompanhar uma feira, cursos e interagir com outros usuários, entre outros benefícios. 

Com isso, podem surgir novas profissões no mercado, como o diretor de eventos focado nesse universo.

Por fim, o que víamos apenas em filmes, agora é nossa realidade. E faço a seguinte pergunta: você está preparado para trabalhar, estudar, fazer compras e até mesmo eventos por meio de avatares no Metaverso? O futuro já chegou e você precisa se atualizar. 

* Giovana Jannuzzelli, diretora executiva da ALAGEV