Atualmente, cerca de 42 países estão com restrições leves para receber brasileiros. A cada dia, semana ou mês, essa lista cresce, ganha novos nomes e traça um novo mapa das viagens internacionais.
Desde o início da pandemia, em 2020, temos acompanhado notícias sobre fechamentos e reabertura de fronteiras. Nosso papel, além de vender viagens, é realizar os desejos de muitas pessoas cujos sonhos têm destinos certos. Como empresário e como entidade do setor, reforço que a recuperação das viagens internacionais tem um papel fundamental para cada uma das empresas que operam destinos fora do Brasil.
Mas será que essa recuperação depende apenas da abertura de fronteiras? Claro, a evolução desse indicador, mesmo que a passos lentos, tem trazido cada vez mais fôlego para o tão sonhado retorno aos patamares de vendas de 2019, mas posso dizer que ele também depende de diversos outros fatores
O Boletim Mensal Braztoa de agosto apurou quais são, de fato, os principais desafios para a retomada das vendas de viagens internacionais. As restrições de circulação entre países, a retomada da malha aérea e os valores dos bilhetes aéreos estão no topo dos desafios enfrentados pelo setor. O valor e a variação cambial, além do surgimento de novas variantes da COVID-19 aparecem em seguida na lista que ainda traz como destaque a instabilidade política do Brasil e tipos de vacina aceitos pelo mundo.
A pandemia trouxe novos desafios, mas vemos que alguns pleitos e gargalos do setor veem de outros tempos. Aliás, de muito tempo atrás. Entre eles, está a busca pela publicação da Medida Provisória que fixa a alíquota de 6% para o IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte) para remessas enviadas ao exterior. Essa medida é fundamental para que o setor não perca a competitividade e para que a evolução do emissivo internacional continue acontecendo.
Ela é urgente e necessária. Do que adianta a abertura das fronteiras se os custos de vendas de viagens ultrapassam o limite saudável de tributação? É como se, a cada venda, o custo fosse maior e os lucros ficassem cada vez mais escassos. A conta não fecha.
As viagens á Brasília e as reuniões com as autoridades competentes têm acontecido há anos. São estudos, números e dados que traduzem o real impacto dessa tributação que só acontece no Brasil.
As vendas para destinos internacionais entre os associados Braztoa saltaram de 12% m julho para 34,69% em agosto. A abertura de fronteiras, flexibilizações e a vacinação, que segue avançando em território nacional, contribuíram para isso. Tanto que 95% das operadoras sinalizaram terem efetuado vendas para fora do país.
Em um panorama que está constantemente em mudança, a gestão torna-se cada vez mais necessária e relevante. Cada detalhe dos custos conta e precisamos que eles estejam alinhados com o que acontece ao redor do mundo e que nos ajudem nessa trajetória de força e recuperação que estamos trilhando com muito suor dia após dia.
De fato, é fundamental a publicação da MP que fixa a 6% a alíquota do IRRF para as remessas ao exterior. Até recentemente, nossa maior preocupação era com as questões de fechamento/reabertura de fronteiras internacionais. No entanto, com o vislumbre de um horizonte mais estável quanto à pandemia e, portanto, aumento de viagens ao exterior, a falta de perspectivas positivas acerca de possível redução da alíquota para o IRRF, gera preocupações enormes às operadoras de viagens internacionais. Certamente, será um dos grandes entraves à retomada das viagens internacionais se algo efetivo não ocorra de forma célere e em curto prazo.