Algumas reflexões se impõem sobre o futuro de nossa atividade. Em um mundo cada vez mais globalizado, dinâmico e competitivo, é necessário assegurar os interesses públicos, sem se esquecer dos privados. É preciso trabalhar em favor do desenvolvimento, mas que acima de tudo ele seja sustentável. Temos como missão descobrir como fazer isso a longo prazo e ainda qual estratégia assumir para competir.
Já há algumas décadas as companhias aéreas iniciaram a prática do yeld management, que chega a disponibilizar mais de 50 classes tarifárias em um mesmo voo. Todas as empresas aéreas, sem exceção, adotam esta política, impondo regras diferenciadas a cada uma das tarifas disponibilizadas. Além disso, para cada destino existem dezenas de opções de rotas que impactam sobre o preço praticado.
Como se não bastassem os efeitos decorrentes desse complexo universo que caracteriza a oferta no âmbito dos voos domésticos e internacionais, observamos atualmente a variação de tarifas ocorrendo também nos diferentes canais ou plataformas de distribuição.
Hoje, é possível encontrar diferentes valores para um mesmo voo, ao consultarmos no site da companhia aérea, nas operadoras, nos integradores das consolidadoras, nos GDS, nas OTA’s…
Está cada vez mais difícil para o agente de viagens, seja ele de lazer ou corporativo, passar uma informação precisa para o seu cliente.
O custo da gestão de processos para entender essa inexplicável força que tomou conta dos precificadores aumenta vertiginosamente. O tempo gasto para se encontrar a melhor tarifa está cada vez maior. Os investimentos em tecnologia para acompanhar essa progressão geométrica dos valores de tarifas é crescente. E a capacitação de funcionários precisa ser diária. O que se aprende hoje, amanhã já é velho. As classes tarifárias mudam a toda hora. Os valores das passagens sobem e descem sem qualquer explicação.
Ok, nada disso é uma exclusividade do mercado brasileiro. Há mercados bem mais competitivos que o nosso: o americano, o europeu e o asiático principalmente. Mas precisamos refletir.
Quem ganha com isso?
Edmar Bull
As companhias aéreas, principalmente. Esses sintomas são reflexos da desregulamentação tarifária que tinha a idéia inicial de acirrar a competitividade de preços, mas se tornou uma brecha para cartelização das empresas aéreas no Brasil. Ou Oligopolização. 6 classes tarifarias é suficiente para perfilar os passageiros, tal como trabalham as cias asiáticas, acredito. O agente de viagens hoje vende o aéreo que lhe proporciona melhor rentabilidade. Emitir aéreo para ganhar DU não vale a pena. Só se tiver terrestre junto.
Olá, Vinicius:
Agradeço a sua participação.
Abraços,
Edmar Bull