MAIS UMA VEZ O PERSE…DESTA VEZ, UM SINAL DE ALERTA

POR HUMBERTO MACHADO, diretor-executivo ABRACORP

Terminamos o ano com a publicação da Medida Provisória 1.202, publicada em 28 de dezembro de 2023. Por duas razões, o mundo empresarial foi surpreendido com essa inciativa: o primeiro motivo foi a data, quase num cair da noite, que, para muitos, foi escolhida porque poucos estariam atentos à iniciativa. Seja como for, independentemente da data, o segundo ponto é o seu teor inusitado, revogando benefícios do PERSE (Programa Emergencial de Recuperação do Setor de Eventos), desonerando parcialmente contribuições previdenciárias e limitando a compensação de créditos judiciais.

Lembramos que a Lei 14.148 instituiu o Perse, reduzindo a zero a alíquota de quatro impostos federais por 5 anos: PIS, Cofins, IRPJ e CSLL. Também houve a renegociação de dívidas tributárias e não tributárias com a União.

Se fizermos um simples corte nessa iniciativa e focarmos para o setor de Turismo, um dos que mais recorreu a PERSE, vamos entender o resultado avassalador que essa MP pode causar, somando-se o que os cofres públicos podem perder. Segundo estudos recentes da Fundação Dom Cabral (FDC), o Programa tem um potencial para arrecadar R$ 18 bilhões.

A arrecadação é apenas um dos aspectos do vigor na capacidade de recuperação que o setor vem demonstrando, conforme o estudo da FDC. Há outros, como a variação positiva de 6,3% no estoque de empregos formais, acima da economia como um todo, que apresentou variação positiva de 5,4% em 2021 em relação a 2020.

O setor de viagens corporativas, um dos atores desse ambiente, fechou o ano com um faturamento de R$ 13,505 bilhões, 18,5% acima do registrado 2019 (antes da pandemia), com R$ 11,388 bilhões, e 20% superior aos R$ 11,204 bilhões em 2022, conforme dados levantados pela Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas (Abracorp).

Em número de transações, o ano fechou ainda abaixo de 2019, com 10.351.344, entre os oito setores avaliados, frente a 11.814.549 antes da pandemia. Portanto, fizemos mais com menos. O valor médio das transações em 2023 foi maior do que 2019.

Esses números de transação e faturamento ainda estão se acomodando e o PERSE é um regulador importante para que o mercado sigao seu curso de crescimento e equilíbrio sustentáveis. Alterar as regras do jogo nesse momento pode gerar um descontrole desenfreado para um setor que é responsável por 6,4% do PIB, movimentando mais de R$ 550 bilhões (WTTC,2022), além de fomentar toda a cadeia, impulsionando direta ou indiretamente 571 atividades econômicas.

Não entendemos ser essa uma boa ideia para quem busca o crescimento da economia.

REALIZAÇÃO DE SONHOS PARA 2024

por Humberto Machado, diretor-executivo Abracorp

Estamos fechando o ano com um faturamento acumulado de janeiro a novembro que chegou a R$ 12,612 bilhões, valor que supera todo o ano de 2022, com R$ 11,204 bilhões, e também 2019, com R$ 11,389 bilhões.

Esperamos fechar o ano acima de R$ 13 bilhões.

O número de transações gerais dos oito setores que pesquisamos também de janeiro a novembro registrou 9.713.410. Em novembro foi 902.826, frente a 832.782 de novembro de 22 e 1.032.918 do mesmo mês de 2019.

Estimamos que o número de transações chegue ao nível de 2019 ainda no primeiro semestre de 2024.

É uma marca representativa, principalmente pelo fato de termos enfrentado alguns desafios. Um deles, talvez o principal, é a Reforma Tributária, recentemente aprovada pelo Câmara dos Deputados e promulgada na semana passada, estabelecendo as bases de uma longa transição para unir impostos sobre o consumo de estados e municípios.

Agora abrimos uma longa jornada que ainda terá ajustes no meio desse caminho. De toda a forma, iniciamos os trabalhos e investimentos para essa caminhada.

Prestes a iniciar 2024, entendo que podemos ser otimistas sem perder a noção da realidade e dos novos e velhos desafios.

Portanto, que esse ano que abriremos seja de muitos sonhos realizados, aliás são os sonhos que impulsionam o nosso setor.

Abracorp amplia canais de diálogo com os Clientes

por Gervário Tanabe, presidente executivo da Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas

No final do mês de outubro, demos o primeiro passo para a realização do projeto de criação do grupo Client Advisory Board, que, como uma instância da sua nova governança, tem como objetivo ampliar os canais de diálogo entre os clientes e a entidade.

Fazem parte do primeiro grupo de clientes executivos da BUNGE, KPMG, IT´S INFORMOV e PETROBRAS. Segundo Tanabe, esse canal oficial de comunicação é uma iniciativa inédita que vai fortalecer o relacionamento e a cooperação mútua.

O tema é tão relevante para nós que foi tratado separadamente de outro foco estratégico desta diretoria, o de GOVERNANÇA & COMPLIANCE, que tem como um dos pilares o Canal Transparência, reconhecido como uma das melhores práticas de governança e compliance do mercado.

Ouvir o cliente de forma estruturada é um avanço importante. Mais ainda é dar voz a essas contribuições. É um aprendizado que construiremos juntos com esses primeiros executivos.

Na mesma semana, outro tema movimentou nossa agenda. Divulgamos os resultados do 3 Trimestre deste ano. Voltamos a crescer. Mantivemos nosso ritmo de recuperação e fechamos o terceiro trimestre de 2022 com um faturamento de R$ 3,3 bilhões, 11,6% superior ao mesmo período de 2019, antes da pandemia da Covid-19. Em setembro, foram R$ 1,196 bilhões, contra R$ 996 milhões em igual mês de 2019.

Uma boa notícia, entre muitas, é que o segmento aéreo internacional começa a consolidar uma recuperação também. Embora alguns destinos ainda estejam com oferta razoavelmente menor, a retomada pode ser constatada pelos últimos números. Enquanto tivemos no 2º tri 2022 queda de -35% em relação a bilhetes emitidos no mesmo período de 2019, o 3º tri 2022 já apontou um distanciamento menor (-27%), refletindo essa recuperação.

Os dois temas, Grupo de Clientes e resultados, se unem adequadamente. O mercado pós-pandemia é outro, sabemos. Já construímos um aprendizado coletivo com os nossos associados, que diariamente dividem suas experiencias em nossos grupos. Mas ainda há um caminho para um mercado demandante. Encurtar essa jornada é um dos papeis do Grupo de Clientes. Estamos otimistas com a inciativa.