Diante do pessimismo que parece abater boa parte da economia nacional, causando uma sensação de desesperança aos brasileiros, sentimos uma certa incredulidade de alguns segmentos do turismo quando divulgamos o último levantamento semestral da Abracorp, que aponta no primeiro período deste um ano um dado positivo de 7,8% nas vendas do segmento corporativo. Como temos reiterado, esse valor não se refere a todos os players, mas sim à média dos associados Abracorp. Eles são um parâmetro fidedigno do cenário atual, que aponta segmentos com retrações, como transfers (-6,8%) e hotelaria nacional (-3,6%), e também positividade, como a hotelaria internacional (30,6%), os serviços (22,4%) e o aéreo internacional (18,9%).
Apesar da desvalorização do real frente ao dólar oscilar mais negativamente na segunda metade de 2015, assim como o segmento de lazer, esperamos fechar o ano com um crescimento de até 5%. Embora os dados oficiais só começaremos a contabilizar em janeiro de 2016, esse é o termômetro que as associadas Abracorp indicam para a próxima temporada, a qual inclui o Natal e Réveillon.
Não é simplesmente uma análise otimista, mas sim uma previsão baseada em fatos como o crescimento da oferta de bilhetes aéreos em 9% e da demanda em 2%. Também corrobora o número maior de feriados prolongados, que impulsionará decisivamente o segmento de lazer, o fator eleições, que provocou uma queda de 10% nas vendas de passagens aéreas em outubro de 2014, em comparação a igual período do ano anterior, o fraco desempenho com as vendas durante o período da Copa do Mundo 2014 e a queda no preço médio dos bilhetes. Levando em conta o histórico da década divulgado pela Anac, que monitora um grupo de rotas, observamos uma redução de 57,35% entre 2005 e dezembro de 2014. A tarifa média passou de R$ 622,80 há dez anos para R$ 283,59 no final do ano passado.
Quanto ao próximo ano, ainda há muitas incertezas em relação à economia e à política. Mas acreditamos que o setor como um todo tem um equilíbrio natural. Se as viagens internacionais sofrerem uma refreada em virtude de oscilações no cambiais, os preços das passagens (indexados pelo dólar) caem e o mercado doméstico e o receptivo se fortalecem. Há ainda outros fatores macroeconômicos, como o valor do petróleo, que interferem quase que em toda a cadeia. Podemos hoje estimar que o ano de 2016 manterá a mesma projeção de crescimento de 5% até o final do próximo período. Somos um setor que trabalha, de uma forma geral, a médio e longo prazos, o que significa uma esperança para os demais setores da economia nacional.
Caro Edmar,
Expor números reais obtidos através de uma análise mercadológica de nosso setor, certamente é a melhor forma de anular a incredulidade e o pessimismo dos segmentos. Fazendo uma análise pessoal do ano de 2015, posso concluir que, não devemos deixar de investir e apostar em um real crescimento. Par acompanhar esse crescimento eminente é preciso inovar, defendo a ideia de que as agências corporativas precisam ter como principal foco a melhoria de seus processos internos, usando a tecnologia como alavanca para esses processos, um conjunto de simples ações podem fortalecer ainda mais a estrutura do setor de viagens corporativas.
Parabéns pelo texto, muito motivador para nós profissionais do setor.
Abraço,
Anderson
Edmar,
Uma análise otimista sim, não tenho dúvida, mas muito bem-vinda no atual cenário de nuvens negras.
Nosso segmento de viagens corporativas é o que demora mais a sentir os efeitos da crise, que não é só econômica, mas política e, principalmente, ética.
Investidores investem menos, empresários empreendem menos, empregadores empregam menos…
O que nos resta, como empresários estabelecidos?
Investir, empreender e empregar o necessário, visando a perpetuidade dos negócios.
E trabalhar, trabalhar mais, trabalhar muito, em tempo de poucas vacas magras, acordar cedo e dormir tarde não são opção, são necessidade.
A ordem do dia é planejar 2016 com um olho nos custos e o outro também…
[]’s
Luís Vabo